Salvação para as crianças: Como explicar a salvação a uma criança




  • Comece por estabelecer um fundamento de fé através de histórias bíblicas e do ensino do amor de Deus.
  • Explicar o pecado e as suas consequências de uma forma simples e compreensível.
  • Ensinar as crianças sobre o sacrifício de Jesus e como aceitá-Lo como seu Salvador traz a salvação.

Com que idade as crianças podem compreender o conceito de salvação?

A questão de quando as crianças podem compreender o conceito de salvação é uma questão que toca o coração de muitos pais, catequistas e agentes pastorais. Devemos aproximar-nos disto com grande ternura e sabedoria, reconhecendo que cada criança é um dom único de Deus, desenvolvendo-se ao seu próprio ritmo espiritual e físico. Podemos ter conforto em Ensinamentos de Jesus sobre as crianças, onde disse: «Deixai vir a mim as criancinhas, e não as impeçais, porque o reino dos céus pertence a tais.» Isto tranquiliza-nos que, mesmo em tenra idade, as crianças podem ter uma profunda compreensão da fé e da salvação. É nossa responsabilidade guiá-los e alimentá-los em seu caminho espiritual, confiando no tempo divino de sua compreensão destas verdades profundas.

Embora não possamos apontar para uma idade específica em que todas as crianças subitamente compreendem a salvação, podemos observar que muitos começam a compreender conceitos espirituais entre as idades de 5 e 7. Este período, muitas vezes chamado de "idade da razão" na nossa tradição católica, é quando as crianças normalmente começam a distinguir entre o certo e o errado e a compreender as consequências das suas ações (Tanquerey, 2000).

Mas devemos recordar que compreender a salvação não é um único momento de iluminação, mas um caminho de fé que se desenrola ao longo da vida. Mesmo enquanto adultos, continuamos a aprofundar a nossa compreensão da graça salvífica de Deus. Para as crianças, esta viagem começa nos primeiros anos, alimentada pelo amor e pelo exemplo das suas famílias e comunidades de fé (Tanquerey, 2000).

A partir do momento do batismo, a semente da fé é plantada no coração de uma criança. À medida que crescem, começam gradualmente a compreender o amor de Deus, a realidade do pecado e a necessidade de perdão. O conceito de salvação torna-se mais concreto à medida que aprendem sobre a vida, a morte e a ressurreição de Jesus.

Devemos estar atentos aos sinais do despertar espiritual nas crianças. Podem fazer perguntas poderosas sobre Deus, manifestar preocupação em fazer a coisa certa ou mostrar empatia pelo sofrimento dos outros. Trata-se de oportunidades para introduzir suavemente os conceitos de amor, perdão e dom da vida eterna de Deus (Sheed, 2014).

Não subestimemos a capacidade das crianças de compreender as verdades espirituais. O próprio Senhor Jesus disse: "Deixai vir a mim as crianças, e não as impeçais, porque a elas pertence o reino de Deus" (Lucas 18:16). As crianças muitas vezes têm uma bela simplicidade de fé que nós, adultos, podemos aprender.

Ao mesmo tempo, temos de ser pacientes e não forçar a compreensão para além da capacidade de desenvolvimento de uma criança. O nosso papel é criar um ambiente de amor e fé, responder às perguntas honestamente e modelar uma vida vivida na alegria da salvação. Como nos recorda São Paulo, a fé vem através da escuta da mensagem (Romanos 10:17), por isso falemos muitas vezes do amor de Deus e do dom da salvação de uma forma que as crianças possam compreender (Sheed, 2014).

Lembrem-se, que Deus está a trabalhar no coração dos nossos filhos desde o início. Confiemos na sua graça e no seu tempo, enquanto plantamos e regamos fielmente as sementes da fé. Porque é Deus quem dá o crescimento (1 Coríntios 3:7), na sua perfeita sabedoria e amor.

Como podemos explicar o pecado às crianças de uma forma adequada à idade?

Temos de enraizar a nossa explicação do pecado no contexto do amor de Deus. As crianças precisam compreender que Deus nos criou por amor e deseja uma relação conosco. O pecado, portanto, pode ser explicado como qualquer coisa que prejudique esta relação ou vá contra o plano amoroso de Deus para nós (McBrien, 1994).

Uma maneira simples de começar é relacionar o pecado com as experiências diárias das crianças. Podemos explicar que, assim como às vezes eles desobedecem a seus pais ou ferem seus amigos, às vezes todos nós desobedecemos a Deus ou ferimos os outros. Esta desobediência ou comportamento nocivo é o que chamamos de pecado (McNamara, 2009).

É importante utilizar uma linguagem que as crianças possam compreender. Para as crianças mais novas, podemos dizer que o pecado é como fazer uma escolha errada que deixa Deus triste. À medida que envelhecem, podemos introduzir a ideia de que o pecado é uma falha em amar a Deus e aos outros como devemos (McNamara, 2009).

Devemos ter cuidado para não sobrecarregar as crianças com um sentimento de culpa ou medo. Embora tenham de compreender que o pecado tem consequências, a ênfase deve ser sempre colocada no perdão de Deus e no seu desejo de nos ajudar a fazer melhor. Podemos explicar que Deus sabe que não somos perfeitos, e Ele está sempre pronto a perdoar-nos quando estamos verdadeiramente arrependidos (McNamara, 2009).

A história de Adão e Eva no Jardim do Éden pode ser uma maneira útil de introduzir o conceito de pecado às crianças. Podemos explicar como Adão e Eva desobedeceram a Deus, que rompeu sua relação com Ele. Esta história ajuda as crianças a compreender que o pecado tem sido uma parte da experiência humana desde o início, mas que Deus nunca deixou de amar a humanidade (McNamara, 2009).

À medida que as crianças crescem, podemos gradualmente introduzir aspectos mais complexos do pecado. Podemos explicar a diferença entre os pecados veniais (ofensas menos graves) e os pecados mortais (matérias graves que nos separam de Deus). Mas isto deve ser sempre feito de uma forma que saliente a misericórdia de Deus e a possibilidade de reconciliação (Agostinho, 2002).

É fundamental ensinar às crianças o sacramento da Reconciliação como um belo presente de Deus. Podemos explicar que, assim como eles podem pedir desculpas a um amigo que magoaram, podemos ir a Deus neste sacramento para pedir desculpa e receber o seu perdão (agosto de 2002).

Ao longo das nossas explicações, devemos sempre salientar que o amor de Deus por nós é incondicional e sem fim. O pecado não faz com que Deus pare de amar-nos. pelo contrário, a nossa escolha é afastarmo-nos do Seu amor. Podemos assegurar às crianças que, não importa o que façam, Deus sempre as amará e as quererá de volta a Ele (Agostinho, 2002).

Lembremo-nos também de que as crianças aprendem tanto com o nosso exemplo como com as nossas palavras. Quando modelamos o pedido de perdão, a demonstração de misericórdia para com os outros e o esforço para viver de acordo com a vontade de Deus, damos um testemunho poderoso da realidade do pecado e da beleza do perdão de Deus (agosto de 2002).

Em todos os nossos esforços para explicar o pecado às crianças, deixemo-nos guiar pelas palavras de São Paulo: «Porque estou convencido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o porvir, nem as potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor» (Romanos 8:38-39). Que esta certeza do amor infalível de Deus seja o fundamento do nosso ensino sobre o pecado e a salvação.

Que analogias ou lições objetivas funcionam bem para ensinar as crianças sobre a salvação?

Uma analogia poderosa é a de uma ponte. Podemos explicar que o pecado criou um grande abismo entre nós e Deus, que não podemos atravessar sozinhos. Mas Jesus, através da sua morte na cruz, construiu uma ponte que nos permite chegar a Deus. Esta imagem ajuda as crianças a visualizar como Jesus nos liga ao Pai e fornece o caminho para a salvação (Sheed, 2014).

Outra lição de objeto eficaz envolve o uso de um pano ou papel branco limpo para representar as nossas almas. Podemos então usar marcadores para fazer manchas no pano, explicando que estes representam os nossos pecados. Por mais que tentemos, não podemos remover estas manchas sozinhos. Mas quando trazemos um pano ou papel vermelho para representar o sangue de Jesus, podemos cobrir o pano manchado, mostrando como o sacrifício de Jesus cobre os nossos pecados e nos torna limpos aos olhos de Deus (Sheed, 2014).

O conceito de adoção também pode ser uma bela forma de explicar a salvação. Podemos compartilhar como Deus, em seu grande amor, quer adotar-nos em sua família. Assim como os pais adotivos escolhem um filho para fazer parte de sua família, Deus nos escolhe e nos faz seus filhos através de Jesus. Esta analogia ajuda as crianças a compreender a natureza pessoal do amor de Deus e a nova identidade que recebemos em Cristo (Sheed, 2014).

Para as crianças que gostam de desporto, podemos usar a analogia de um uniforme de equipa. Podemos explicar que, quando aceitamos o dom da salvação de Jesus, é como vestir um novo uniforme. Deus já não vê os nossos pecados, mas vê-nos a «vestir» a justiça de Jesus. Isso ajuda a ilustrar o conceito de justificação de uma forma que as crianças podem compreender (Sheed, 2014).

Uma lição de objeto simples, mas poderosa, envolve a utilização de uma caixa de presente. Podemos explicar que a salvação é um dom gratuito de Deus, assim como um presente. Não podemos ganhá-lo ou merecê-lo; Só podemos aceitá-lo com gratidão. Isto ajuda as crianças a compreender o conceito de graça e que a salvação não se baseia em nossos próprios esforços (Sheed, 2014).

Para as crianças que amam a natureza, podemos usar a analogia de uma lagarta que se transforma numa borboleta. Podemos explicar que, quando aceitamos o dom da salvação de Jesus, Ele começa a mudar-nos de dentro para fora, tal como uma lagarta se transforma numa bela borboleta. Isto ilustra o conceito de transformação espiritual e nova vida em Cristo (Sheed, 2014).

Outra lição de objeto eficaz envolve o uso de uma lanterna em uma sala escura. Podemos explicar que o pecado é como as trevas, mas Jesus é a luz do mundo. Quando convidamos Jesus a entrar na nossa vida, a sua luz afasta as trevas do pecado. Isto ajuda as crianças a compreender como a presença de Jesus nas nossas vidas nos muda (Burke-Sivers, 2015).

Para crianças mais velhas, podemos usar a analogia de um tribunal. Podemos explicar que somos culpados de infringir as leis de Deus, mas Jesus intervém como nosso advogado e impõe a Si mesmo o nosso castigo. Isto ajuda a ilustrar os conceitos de justiça e expiação substitutiva (Burke-Sivers, 2015).

Ao utilizarmos estas analogias e lições objetivas, lembremo-nos sempre de que são ferramentas para orientar as crianças para a maior realidade do amor de Deus. Devemos ter cuidado para não deixar que as ilustrações ofusquem a poderosa verdade que representam. Como nos recorda São Paulo: «Agora vemos tudo num espelho, mas depois face a face. Agora sei-o em parte. assim conhecerei plenamente, assim como fui plenamente conhecido" (1 Coríntios 13:12).

Oremos pela sabedoria enquanto procuramos plantar sementes de fé nos corações jovens, confiantes de que o Espírito Santo trará compreensão e crescimento no momento perfeito de Deus. Que os nossos esforços para explicar a salvação estejam sempre enraizados no amor e guiados pela luz de Cristo.

Como explicar o papel de Jesus na salvação das crianças pequenas?

Explicar o papel de nosso Senhor Jesus Cristo na salvação de crianças pequenas é uma tarefa sagrada que requer simplicidade e profundidade. Devemos esforçar-nos para transmitir o poderoso amor e sacrifício de nosso Salvador de maneiras que toquem os corações de nossos pequenos e plantem sementes de fé que crescerão ao longo de suas vidas. Nesta viagem de Ensinar as crianças acerca de Jesus, Podemos usar histórias da Bíblia que ilustram a sua bondade, compaixão e perdão. Ao incorporar músicas, artesanato e actividades envolventes, criamos um ambiente onde os corações jovens podem genuinamente conectar-se com a Sua mensagem. Em última análise, nosso objetivo é nutrir uma relação duradoura entre eles e seu Salvador, guiando-os para uma vida cheia de fé e alegria.

Comecemos por salientar que Jesus é o Filho de Deus, enviado à terra por causa do grande amor de Deus por nós. Podemos explicar aos filhos que Deus os ama ainda mais do que seus pais, e Ele queria estar perto de nós. Foi por isso que enviou Jesus para nascer como um bebé, para viver entre nós e para nos mostrar como viver no amor de Deus (Burke-Sivers, 2015).

Podemos partilhar com as crianças as belas histórias da vida de Jesus – como Ele curou os doentes, acolheu as crianças e ensinou as pessoas sobre o amor de Deus. Estas histórias ajudam as crianças a ver Jesus como um amigo amoroso que se preocupa profundamente com eles. Podemos explicar que tudo o que Jesus fez foi mostrar-nos o quanto Deus nos ama e aproximar-nos de Deus (Burke-Sivers, 2015).

Ao explicar a morte de Jesus na cruz, devemos ser sensíveis à idade e à prontidão emocional da criança. Para as crianças mais novas, podemos simplesmente dizer que Jesus nos amou tanto que estava disposto a aceitar o castigo por todas as coisas erradas que as pessoas fizeram. Podemos explicar que este era o plano de Deus para nos permitir ser perdoados e viver com Ele para sempre (Burke-Sivers, 2015).

À medida que as crianças crescem, podemos introduzir o conceito de sacrifício mais plenamente. Podemos explicar que os nossos pecados – as coisas erradas que fazemos – criam uma separação entre nós e Deus. Mas Jesus, que nunca fez nada de errado, escolheu tomar o nosso lugar e aceitar as consequências dos nossos pecados. A sua morte na cruz foi o último acto de amor que faz a ponte entre nós e Deus (Burke-Sivers, 2015).

É fundamental salientar que a história de Jesus não termina com a sua morte. Devemos partilhar a alegria da ressurreição com igual entusiasmo. Podemos dizer às crianças que o poder de Deus é mais forte do que a morte e que Jesus ressuscitou para mostrar que tinha derrotado o pecado e a morte por nós. Isto dá-nos esperança de que também nós podemos ter uma vida nova em Jesus (Burke-Sivers, 2015).

Podemos explicar às crianças que a ressurreição de Jesus significa que Ele está vivo hoje e quer ser seu amigo. Podemos encorajá-los a falar com Jesus em oração, a ouvir a sua orientação em seus corações e a aprender mais sobre Ele através da Bíblia e dos ensinamentos da Igreja (Burke-Sivers, 2015).

É importante ajudar as crianças a compreender que o papel de Jesus na salvação não diz apenas respeito ao que aconteceu no passado, mas também à forma como afeta as nossas vidas de hoje. Podemos explicar que quando acreditamos em Jesus e escolhemos segui-Lo, Ele nos ajuda a viver de uma forma que agrada a Deus. Ele dá-nos a força para fazer o que é certo e amar os outros como Ele nos ama (Burke-Sivers, 2015).

Devemos também introduzir o conceito de Espírito Santo, explicando que Jesus enviou o Espírito Santo para estar sempre connosco, para nos guiar e nos ajudar a viver como filhos de Deus. Isto ajuda as crianças a compreender que através de Jesus, Deus está sempre presente em suas vidas (Burke-Sivers, 2015).

Ao explicarmos estas verdades, lembremo-nos das palavras do próprio Jesus: "Deixai vir a mim as criancinhas, e não as impeçais, porque o reino dos céus pertence aos tais" (Mateus 19:14). Nosso Senhor delicia-se com a fé das crianças, e devemos nutrir esta fé com mansidão e alegria.

Aproximemo-nos desta tarefa com a oração, pedindo ao Espírito Santo que guie as nossas palavras e abra o coração das crianças que ensinamos. Lembremo-nos sempre de que nosso objetivo não é apenas transmitir informações, mas promover uma relação viva entre essas jovens almas e seu Salvador.

Ao explicarmos o papel de Jesus na salvação, que os nossos corações sejam novamente cheios de admiração pelas profundezas do amor de Deus. Pois, como nos recorda São Paulo, «Porque estou convencido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os demónios, nem o presente, nem o futuro, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor» (Romanos 8:38-39). Esta é a gloriosa verdade que procuramos partilhar com os nossos filhos.

Quais versículos bíblicos são mais úteis ao explicar a salvação para as crianças?

Quando procuramos explicar o belo mistério da salvação às crianças, somos abençoados por ter o rico tesouro da Sagrada Escritura para nos guiar. A Palavra de Deus, inspirada pelo Espírito Santo, contém muitos versículos que falam do amor de Deus e do dom da salvação de formas que podem tocar o coração dos nossos pequeninos. Consideremos algumas destas preciosas passagens que podem ajudar a iluminar o caminho da fé para as crianças.

Devemos começar pela verdade fundamental do amor de Deus. João 3:16 expressa isso de uma forma que até mesmo as crianças pequenas podem começar a compreender: «Porque Deus amou o mundo de tal modo que deu o seu único Filho, que quem nele crê não perecerá, mas terá a vida eterna.» Este versículo resume a essência do Evangelho – o amor de Deus, o dom de Jesus e a promessa da vida eterna (Burke-Sivers, 2015).

Para ajudar as crianças a compreenderem sua necessidade de salvação, podemos gentilmente introduzir a realidade do pecado. Romanos 3:23 afirma, «porque todos pecaram e ficam aquém da glória de Deus.» Podemos explicar isto em termos simples, ajudando as crianças a ver que todos cometem erros e precisam do perdão de Deus (Burke-Sivers, 2015).

As boas novas da graça de Deus são lindamente expressas em Efésios 2:8-9: «Porque é pela graça que fostes salvos, pela fé — e isto não vem de vós mesmos, é dom de Deus — não pelas obras, para que ninguém se possa vangloriar.» Este versículo ajuda as crianças a compreender que a salvação é um dom de Deus, não algo que possamos ganhar pelos nossos próprios esforços (Burke-Sivers, 2015).

Para explicar o papel de Jesus na nossa salvação, podemos recorrer a 1 Pedro 3:18: «Porque Cristo também sofreu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para vos levar a Deus.» Este versículo ajuda as crianças a compreender o conceito de Jesus tomando o nosso lugar e reconciliando-nos com Deus (Burke-Sivers, 2015).

O poder transformador da salvação é expresso em 2 Coríntios 5:17: «Portanto, se alguém está em Cristo, a nova criação chegou: O velho desapareceu, o novo está aqui!» Este versículo pode ajudar as crianças a compreender que, quando aceitamos Jesus, Ele começa a mudar-nos de dentro para fora (Burke-Sivers, 2015).

Para enfatizar o perdão de Deus, podemos partilhar 1 João 1:9: «Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo e perdoar-nos-á os nossos pecados e purificar-nos-á de toda a injustiça.» Este versículo tranquiliza os filhos da prontidão de Deus para perdoar quando nos aproximamos Dele com coração sincero (Burke-Sivers, 2015).

A promessa da vida eterna é belamente expressa em João 14:2-3, onde Jesus diz: «A casa de meu Pai tem muitos quartos; Se assim não fosse, ter-vos-ia eu dito que vou preparar-vos um lugar? E se eu for e vos preparar um lugar, voltarei e vos levarei para estar comigo, para que também vós estejais onde estou.» Este versículo pode ajudar as crianças a compreender a esperança do céu que vem com a salvação (Burke-Sivers, 2015).

Que papel deve desempenhar a oração no caminho da criança para a salvação?

A oração não é apenas uma atividade, mas uma relação vital que alimenta a ligação de uma criança com Deus. É através da oração que as crianças começam a experimentar o amor de Deus e a desenvolver a confiança na Sua bondade. À medida que crescem, a oração se torna a base para a compreensão da salvação.

Devemos recordar que a oração não tem a ver com recitar palavras fórmulas, mas sim com abrir o coração a Deus. Para as crianças, isso muitas vezes começa com conversas simples, que expressam gratidão, medos e esperanças. Pais e cuidadores desempenham um papel crucial na modelagem da oração autêntica e na criação de um ambiente onde as crianças se sintam à vontade para falar com Deus.

À medida que as crianças amadurecem, a sua vida de oração pode aprofundar-se, incorporando as Escrituras e a reflexão sobre a Palavra de Deus. Isto ajuda-os a interiorizar a mensagem de salvação e a reconhecer a sua necessidade da graça de Deus. A oração também cultiva a humildade e a dependência de Deus, atitudes essenciais para receber o dom da salvação.

Mas devemos ter cuidado para não apresentar a oração como um meio de ganhar a salvação. Em vez disso, deve ser entendida como uma resposta ao amor de Deus e uma oportunidade de crescer em relação com Ele. Através da oração, as crianças podem experimentar a presença de Deus e começar a compreender a profundidade do seu amor, que é a essência da salvação.

A oração deve levar as crianças a um encontro pessoal com Cristo. É neste encontro que se dá a verdadeira transformação e se desenrola o caminho da salvação. Como o Papa Francisco muitas vezes nos recorda, nossa fé não é sobre regras ou rituais, mas sobre uma relação viva com Jesus.

Como podem os pais discernir se o filho compreende verdadeiramente a salvação?

Discernir a compreensão de uma criança sobre a salvação requer paciência, observação e diálogo contínuo. É importante recordar que a compreensão de um conceito tão poderoso se desenvolve gradualmente e pode manifestar-se de forma diferente em cada criança.

Os pais devem procurar sinais de que o seu filho está a captar aspectos-chave da salvação:

Reconhecimento do amor de Deus: A criança fala sobre o amor e o cuidado de Deus por ela pessoalmente?

Consciência do pecado: Existe um entendimento de que todos cometemos erros e precisamos do perdão de Deus?

Compreensão do papel de Jesus: Pode a criança explicar, em termos simples, por que Jesus veio e morreu por nós?

Desejo de uma relação com Deus: A criança demonstra interesse em orar, ler a Bíblia ou aprender mais sobre Deus?

Provas de fé no dia-a-dia: Há sinais de que a criança tenta viver sua fé, como mostrar bondade ou falar sobre Deus com os outros?

Mas devemos ter cuidado ao esperar uma compreensão teológica completa das crianças pequenas. A salvação é um mistério que até os adultos lutam para compreender plenamente. O que é mais importante é a orientação do coração de uma criança para Deus.

Os pais devem envolver-se em conversas regulares sobre a fé, permitindo que as crianças façam perguntas e expressem dúvidas. Estes debates podem revelar muito sobre a compreensão de uma criança e proporcionar oportunidades para uma orientação suave.

É igualmente crucial recordar que compreender a salvação não é um acontecimento único, mas uma viagem ao longo da vida. As crianças podem ter momentos de discernimento poderoso seguidos de períodos de dúvida ou confusão. Isto é normal e parte do crescimento espiritual.

O Espírito Santo opera no coração de cada pessoa de formas únicas. Os pais podem criar um ambiente propício ao crescimento espiritual, mas devem confiar no tempo e no trabalho de Deus na vida dos seus filhos.

Quais são os equívocos comuns que as crianças têm sobre a salvação?

As crianças, em sua inocência e pensamento concreto, muitas vezes desenvolvem equívocos sobre a salvação que devemos abordar gentilmente. A sua compreensão pode ajudar-nos a orientá-los para uma compreensão mais precisa do amor e da graça de Deus.

Um equívoco comum é que a salvação é obtida através do bom comportamento. As crianças podem acreditar que, se forem «suficientemente boas», ganharão o amor de Deus e um lugar no céu. Isto decorre da sua experiência com sistemas de recompensa na vida diária. Devemos salientar que o amor de Deus é incondicional e que a salvação é um dom, e não algo que podemos ganhar (Romita et al., 2024).

Outro equívoco é que a salvação é um acontecimento único, como uma transformação mágica. Embora possa haver um momento de decisão, as crianças precisam compreender que seguir Jesus é um caminho de crescimento e relacionamento ao longo da vida.

Algumas crianças podem acreditar que a salvação é apenas para adultos ou pessoas "santas". Podem sentir-se indignos ou demasiado jovens para o amor de Deus. Devemos assegurar-lhes que Jesus acolhe as crianças e que o amor de Deus é para todos, independentemente da idade ou da dignidade percebida.

Também pode haver confusão sobre o papel do batismo ou outros rituais religiosos na salvação. Algumas crianças podem pensar que estes atos as «salvam» automaticamente, sem compreender o significado espiritual mais profundo. Precisamos explicar que, embora estas sejam importantes expressões de fé, a salvação vem através da fé em Jesus Cristo.

As crianças também podem ter interpretações demasiado simplistas ou literais do céu e do inferno. Eles podem ver a salvação apenas como uma forma de evitar o castigo, em vez de um convite para uma relação amorosa com Deus. Devemos ajudá-los a compreender que a salvação é estar unidos a Deus, tanto agora como na eternidade.

Por último, algumas crianças podem acreditar que, uma vez «salvadas», já não precisam de se preocupar com a forma como vivem. Devemos ensinar-lhes que, embora o amor de Deus seja incondicional, a nossa resposta a esse amor deve ser uma vida que reflita o seu caráter.

Ao abordar estes equívocos, temos de ser pacientes e amorosos, sempre apontando para a verdade central do imenso amor de Deus por nós demonstrado através de Jesus Cristo.

Quais são as formas adequadas à idade para explicar a vida eterna às crianças?

Explicar a vida eterna às crianças requer sensibilidade à sua fase de desenvolvimento e o uso de exemplos concretos com os quais possam relacionar-se. Devemos esforçar-nos para transmitir a alegria e a esperança da vida eterna sem sobrecarregá-las com conceitos teológicos complexos.

Para as crianças mais novas (4-7 anos), podemos começar por enfatizar o amor sem fim de Deus. Poderíamos dizer: «Deus ama-te tanto que quer estar contigo para sempre.» Utilize analogias que compreendam, como a forma como o amor dos pais não acaba, para os ajudar a compreender o conceito de «para sempre».

Também podemos usar analogias com a natureza. Por exemplo, explique como uma lagarta se transforma numa borboleta, relacionando-a com a forma como seremos transformados na vida eterna. Isso ajuda a transmitir a ideia de uma nova e bela existência além da nossa vida atual.

À medida que as crianças crescem (8-12 anos), podemos introduzir explicações mais detalhadas. Discuta como a vida eterna começa agora, na nossa relação com Jesus, e continua depois da morte. Utilize exemplos de suas vidas para ilustrar a diferença entre as coisas temporárias e eternas.

É importante abordar as suas perguntas sobre a morte de forma honesta, salientando simultaneamente a esperança que temos em Cristo. Poderíamos dizer: «A morte é triste, mas para aqueles que amam Jesus, não é o fim. É o início de uma nova vida com Deus que nunca acaba.»

Para todas as idades, concentre-se no aspecto relacional da vida eterna. Não se trata apenas de viver para sempre, mas de estar em perfeita relação com Deus e com os outros. Descreva o céu como um lugar de alegria, paz e amor, onde todas as coisas boas que experimentam agora serão ainda melhores.

Mas devemos ter cuidado para não apresentar a vida eterna como uma fuga deste mundo. Em vez disso, enfatize como o conhecimento da vida eterna deve inspirar-nos a viver bem agora, a amar os outros e a cuidar da criação de Deus.

Lembrem-se, o nosso objetivo não é dar todas as respostas, mas alimentar um sentimento de admiração e confiança na bondade e nos planos de Deus para nós, tanto agora como na eternidade.

Que recursos (livros, vídeos, etc.) são úteis para ensinar as crianças sobre a salvação?

Ao selecionar recursos para ensinar as crianças sobre a salvação, devemos escolher materiais que não sejam apenas teologicamente sólidos, mas também envolventes e adequados à idade. Aqui estão algumas recomendações que se alinham com uma abordagem da salvação centrada em Cristo e cheia de graça:

Livros:

  • «A Bíblia do Livro de Histórias de Jesus», de Sally Lloyd-Jones: Este livro maravilhosamente ilustrado apresenta a Bíblia como uma história abrangente do plano de amor e salvação de Deus.
  • «O Jardim, a Cortina e a Cruz», de Carl Laferton: Um livro ilustrado que explica a mensagem do evangelho de uma forma adaptada às crianças.
  • «O que é o Evangelho?», de Mandy Groce: Uma explicação simples, mas poderosa, do Evangelho para os jovens leitores.

Vídeos:

  • «The Gospel Project for Kids» da Lifeway: Um currículo em vídeo que apresenta a Bíblia como uma história unificada que conduz a Jesus.
  • Série “Superbook”: Aventuras animadas que dão vida a histórias bíblicas, muitas vezes abordando temas de salvação.
  • «O que há na Bíblia?», de Phil Vischer: Uma série que explica conceitos bíblicos, incluindo a salvação, de uma forma divertida.

Recursos Interativos:

  • «O livro sem palavras»: Uma ferramenta simples que usa cores para explicar o evangelho, o que pode ser muito eficaz com crianças pequenas.
  • «The Gospel Story Bracelet» (A pulseira da história do Evangelho): Uma atividade artesanal onde cada pérola representa uma parte da história da salvação.

Música:

  • «Culto familiar às sementes»: As Escrituras são cativantes, ajudando as crianças a memorizar versículos-chave sobre o amor e a salvação de Deus.
  • «Calceiros Incríveis»: Canções divertidas que ensinam as verdades bíblicas de uma forma memorável.

Aplicações:

  • «Aplicação bíblica para crianças»: Histórias bíblicas interativas que muitas vezes abordam temas do amor e da salvação de Deus.
  • «Guardiões de Ancora»: Uma aplicação baseada em jogos que ajuda as crianças a interagir com histórias bíblicas e a compreender a missão de Jesus.

Mas devemos recordar que nenhum recurso pode substituir o papel dos adultos amorosos na formação espiritual de uma criança. Estes materiais devem ser usados como ferramentas para facilitar conversas e reforçar ensinamentos, não como substitutos para a interação pessoal e o exemplo.

É igualmente crucial pré-visualizar e interagir com estes recursos juntamente com os nossos filhos, prontos para responder a perguntas e fornecer contexto adicional. Tal permite-nos adaptar a mensagem às necessidades e à compreensão únicas de cada criança.

O recurso mais poderoso é o exemplo vivido de fé na ação. Quando as crianças vêem os adultos viverem sua salvação com alegria, amor e serviço aos outros, isso fala mais alto do que qualquer livro ou vídeo.

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