A questão de saber se uma mulher pode ser um sacerdote católico é uma questão que vem de um lugar de fé profunda e amor sincero a Deus. É uma questão que muitos cristãos maravilhosos e amantes de Deus ponderam com o coração aberto, por vezes com um sentido pessoal de vocação, um desejo profundo de servir o Senhor de todas as formas possíveis e perguntas sérias sobre o incrível plano de Deus para todos os Seus filhos.1 Quando as pessoas perguntam isto, muitas vezes é porque amam tanto a Igreja e querem compreender os seus ensinamentos de todo o coração.
O católico, como uma mãe amorosa, ouve esta pergunta sincera com grande cuidado e compaixão. A sua resposta não é apenas uma regra retirada do ar; decorre de uma compreensão profunda da Palavra de Deus e da forma sagrada como Jesus Cristo estabeleceu a sua Igreja. Com o coração terno de uma mãe, a Igreja quer guiar todos os seus filhos na verdade e no amor, oferecendo clareza mesmo quando alguns ensinamentos podem parecer um pouco desafiadores num mundo cheio de vozes diferentes.
Este artigo destina-se a ajudar-nos a explorar o ensinamento claro da Igreja sobre este importante assunto. Analisaremos as belas razões que lhe estão subjacentes, tirando partido da sabedoria das Sagradas Escrituras, da Tradição imutável do e da sua compreensão inspirada por Deus. Também abordaremos a história e as conversas em curso e cheias de fé, todas apresentadas com um espírito de cuidado, na esperança de trazer luz e compreensão ao seu coração que procura.
Qual é o ensino oficial da Igreja Católica?
A Igreja Católica tem um ensino muito claro e coerente sobre quem pode ser ordenado sacerdote e é partilhada através da sua autoridade de ensino, o Magistério, que é sempre guiado pelo Espírito Santo.
O coração do ensino: O plano imutável de Deus
O ensinamento oficial é que a Igreja Católica acredita que não tem a autoridade de Deus para ordenar mulheres como sacerdotes, o que inclui bispos e sacerdotes. Este ensinamento aplica-se também aos diáconos; A Igreja ordena apenas os homens como diáconos.3 O Catecismo do Católico, que é como um maravilhoso resumo de todos os ensinamentos da Igreja, diz claramente: «Só um baptizado (vir) recebe validamente a sagrada ordenação. O Senhor Jesus escolheu os homens (viri) para formar o colégio dos doze apóstolos, e os apóstolos fizeram o mesmo quando escolheram colaboradores para sucedê-los no seu ministério... Por esta razão, a ordenação de mulheres não é possível».4
Este ensinamento foi amorosamente reafirmado pelo Papa João Paulo II na sua carta de 1994: Ordinatio Sacerdotalis. Declarou com o coração de pastor que «a Igreja não tem qualquer autoridade para conferir a ordenação sacerdotal às mulheres e que este julgamento deve ser definitivamente detido por todos os fiéis da Igreja».3 Esta carta destinava-se a trazer clareza e paz a esta importante questão, que a Igreja acredita ser parte do seu próprio fundamento, dado por Deus.5 A Igreja não vê nisto uma política que possa mudar como uma verdade que deve defender fielmente. Quando a Igreja diz que «não tem autoridade», está a dizer que não é não quer para que ele não pode, porque acredita que o próprio Jesus Cristo o criou desta forma, e isso é algo que a Igreja não tem o poder de mudar.3
Este ensino é definitivo: Manteve-se firme na fé
A Igreja vê este ensinamento não apenas como uma regra que pode mudar como uma verdade preciosa que faz parte do «depósito de fé» — todas as verdades que Deus nos revelou através das Escrituras e da Tradição. Em 1995, a Congregação para a Doutrina da Fé (CDF), com a bênção do Papa João Paulo II, esclareceu que o ensinamento de que o sacerdócio é apenas para os homens foi «criado infalivelmente pelo Magistério ordinário e universal».3 Isto significa que não é apenas uma ideia do Papa um ensinamento mantido consistentemente pelos bispos de todo o mundo, em unidade com o Papa, ao longo da história, todos guiados pelo Espírito Santo.6 Por conseguinte, este ensinamento definitivo não era novo com Ordinatio Sacerdotalis; que a carta acabou de confirmá-lo com amor e clareza.7
Embora este ensinamento seja antigo, estas declarações claras surgiram nos tempos modernos, quando mais perguntas eram feitas.8 Isto mostra como um bom pastor, que trabalha ativamente para não fazer novas regras para proteger e explicar as verdades intemporais que recebeu, especialmente quando surgem novos desafios.
Quadro 1: Documentos-chave da Igreja: A orientação de Deus ao longo dos anos
| Título do documento | Ano | Autoridade emissora | Resumo da declaração de base |
|---|---|---|---|
| Inter Insigniores (Declaração sobre a questão da admissão das mulheres ao sacerdócio ministerial) | 1976 | Congregação para a Doutrina da Fé | A Igreja, mantendo-se fiel ao exemplo de Jesus e à sua Tradição constante, não sente que tem a permissão de Deus para deixar as mulheres tornarem-se sacerdotes.3 |
| Código de Direito Canónico | 1983 | Papa João Paulo II | «Apenas um homem batizado recebe validamente a sagrada ordenação» (Cânon 1024).3 |
| Mulieris Dignitatem (Carta Apostólica sobre a dignidade e a vocação das mulheres) | 1988 | Papa João Paulo II | Afirma que os homens e as mulheres têm igual dignidade, mas diferentes funções; Jesus escolheu livremente apenas os homens como apóstolos.10 |
| Ordinatio Sacerdotalis (Carta Apostólica sobre a Reserva da Ordenação Sacerdotal Somente aos Homens) | 1994 | Papa João Paulo II | Declara que a Igreja não tem autoridade de Deus para ordenar mulheres como sacerdotes, e isto deve ser mantido firmemente por todos os corações fiéis. |
| Catecismo da Igreja Católica | 1997 | Papa João Paulo II | «Só um homem baptizado (vir) recebe validamente a sagrada ordenação... Por esta razão, a ordenação de mulheres não é possível» (CIC 1577).4 |
| Responsum ad Dubium relativa ao Ordinatio Sacerdotalis | 1995 | Congregação para a Doutrina da Fé | Confirma o ensino em Ordinatio Sacerdotalis faz parte da verdade revelada por Deus e foi ensinada de forma infalível.3 |
Por que a Igreja diz que não pode ordenar mulheres?
A Igreja Católica dá-nos várias razões bonitas e interligadas para o seu ensinamento de que só os homens podem ser sacerdotes. Estas não são apenas ideias separadas, partes de uma verdade amorosa enraizada na própria Palavra de Deus. Uma destas razões é o exemplo dado pelo próprio Jesus Cristo, que escolheu apenas homens como seus apóstolos. Além disso, este ensinamento reflete a compreensão que a Igreja tem do caráter sacramental do sacerdócio, afirmando o papel único dos homens nesta sagrada vocação. Entre vários debates sobre a fé e a identidade, perguntas como «é donald trump um católico« surgem frequentemente, destacando a relação complexa que os indivíduos podem ter com a religião organizada.
Mantenha-se fiel a Jesus: A razão mais importante
A principal razão é a promessa sagrada da Igreja de permanecer fiel ao exemplo e à vontade de Jesus Cristo, que iniciou tudo! A Igreja ensina que Jesus escolheu apenas homens como os seus doze apóstolos, e que estes constituíram o fundamento do sacerdócio.3 Esta escolha não foi um acidente ou devido aos tempos em que viveu num ato deliberado e inspirado por Deus. O Papa Paulo VI, e mais tarde o Papa João Paulo II, resumiu-o com estas palavras amorosas: «o exemplo registado nas Sagradas Escrituras de que Cristo escolheu os seus Apóstolos apenas de entre os homens; a prática constante do que tem imitado a Cristo ao escolher apenas homens; e a sua autoridade de ensino viva, que sempre sustentou que a exclusão das mulheres do sacerdócio está em conformidade com o plano de Deus para a sua Igreja».3 Os Evangelhos dizem-nos que Jesus fez esta escolha após uma noite de oração, mostrando a sua importância5. Escolher apenas homens é visto como um ato de obediência amorosa ao nosso Senhor.
O Sacerdote representa Cristo, o Noivo: Um belo símbolo
Uma razão espiritual muito importante é que o sacerdote age in persona Christi Capitis – isto é, na pessoa de Cristo, a Cabeça da Igreja. Especialmente quando celebra a Eucaristia (Santa Comunhão), o sacerdote é um símbolo vivo de Jesus Cristo, que a Bíblia chama de Noivo, com a Igreja como sua Noiva.12 A Igreja acredita que, para que este símbolo sagrado seja verdadeiro e mostre uma «semelhança natural» entre Cristo e o seu ministro, o sacerdote tem de ser do sexo masculino, tal como Jesus era e é do sexo masculino.13 A Igreja ensina que esta é a lei divina de Deus, porque Jesus iniciou o sacramento das Ordens Sagradas ordenando os doze apóstolos do sexo masculino.3
A tradição ininterrupta da Igreja: Um Testemunho de Fé
A Igreja também aponta para a sua tradição ininterrupta, que remonta aos próprios Apóstolos, de ordenar apenas homens como sacerdotes.3 Esta prática constante durante dois mil anos não é apenas um hábito antigo, um sinal da orientação amorosa do Espírito Santo e uma confirmação do que Jesus pretendia originalmente.13 Esta «tradição constante e universal» é um testemunho poderoso daquilo que a Igreja acredita ter recebido do Senhor14.
Compreender a própria autoridade da Igreja: Humildade perante Deus
Por último, a Igreja ensina que não tem o poder de alterar as partes essenciais, ou «substância», dos sacramentos, porque o próprio Jesus Cristo os criou.2 A manutenção da ordenação sacerdotal apenas para os homens é vista como parte da substância querida por Deus do sacramento da Ordem. Assim, assim como a Igreja não pode batizar com vinho em vez de água, ou usar algo que não seja pão e vinho para a Eucaristia, acredita que não pode validamente ordenar mulheres como sacerdotes.2 Quando o Papa João Paulo II disse em Ordinatio Sacerdotalis que «a Igreja não tem qualquer autoridade para conferir a ordenação sacerdotal às mulheres», falava deste limite por sua própria autoridade, tudo por amorosa obediência a Cristo5.
É tão importante ver como estas razões se encaixam como peças de um belo quebra-cabeças. As ações de Jesus ao escolher apenas apóstolos do sexo masculino definiram o padrão. A tradição constante da Igreja confirma este padrão ao longo dos séculos. E a reflexão teológica, como a compreensão da ação do sacerdote in persona Christi enquanto Esposo, ajuda-nos a ver o significado mais profundo da escolha original de Jesus. Embora alguns possam dizer que a não ordenação de mulheres se baseava em antigas visões culturais, os documentos oficiais da Igreja sempre fundamentam este ensinamento nestes princípios. Centrado em Deus razões, tudo sobre a vontade de Jesus e a natureza sagrada do próprio sacerdócio. Estes documentos também dizem claramente que este ensino é não com base em qualquer ideia de que as mulheres são menos dignas ou menos capazes.7 Deus valoriza imensamente as mulheres!
O que Jesus e os Apóstolos fizeram?
O que Jesus e seus apóstolos fizeram corretamente no início da Igreja é a chave para compreender o ensino católico sobre o sacerdócio. Trata-se de seguir o seu exemplo amoroso!
A escolha especial de Jesus: Os Doze Apóstolos
Os Evangelhos dizem-nos claramente que Jesus, depois de uma noite de oração sincera, escolheu doze homens dentre os seus muitos seguidores para serem os seus Apóstolos.5 Estes doze eram os seus mais próximos e deu-lhes instruções especiais e autoridade para prosseguirem a sua missão de uma forma única e poderosa.3 A Igreja vê esta escolha de apenas homens para este grupo fundamental não como um reflexo da cultura naquela época como um ato deliberado e intencional de Cristo, com significado duradouro para a forma como a Igreja está estruturada.2 Jesus muitas vezes desafiou as normas culturais do seu tempo, especialmente como as mulheres eram tratadas. Mostrou-lhes grande respeito e incluiu-os em seu ministério de maneiras surpreendentes.2 Assim, sua escolha específica de homens para o ofício apostólico é entendida como uma decisão especial ligada à própria natureza desse papel sagrado.
A Prática Fiel dos Apóstolos: Prosseguir a obra de Cristo
Depois que Jesus subiu ao Céu, os Apóstolos, cheios do Espírito Santo, continuaram esse padrão. Quando escolheram Matias para ocupar o lugar de Judas, escolheram um homem (Atos 1:15-26). Ao construírem e organizarem-se desde cedo, escolheram os homens para serem seus sucessores (como bispos) e seus ajudantes (como sacerdotes e diáconos) no ministério sacramental.3 Esta prática dos Apóstolos é vista como uma continuação fiel da própria vontade e exemplo de Cristo.4 Eles estavam simplesmente a fazer o que Jesus lhes ensinou!
O significado dos Doze: Um novo início
A escolha de doze homens é também vista como profundamente simbólica, recordando-nos as doze tribos de Israel e assinalando o início da nova família de Deus, a qual tem no seu cerne uma estrutura ministerial especial.4 O Catecismo da Igreja Católica ensina que «o colégio dos bispos, com o qual os sacerdotes estão unidos no sacerdócio, torna o colégio dos doze uma realidade sempre presente e sempre ativa até ao regresso de Cristo».4 Isto mostra uma ligação direta e viva entre o sacerdócio de hoje e a bela estrutura que o próprio Jesus estabeleceu.
É importante compreender a diferença que a Igreja faz entre o papel único dos Doze Apóstolos (e daqueles que foram ordenados a segui-los) e outros tipos de liderança ou serviço na Igreja primitiva. Nem todos os que lideraram ou serviram de modo importante foram apóstolos neste sentido específico, sacramental, que está ligado à celebração da Eucaristia e à missão especial dada na Última Ceia.
Funções vitais das mulheres: Diferentes, mas tão importantes!
Embora Jesus não tenha escolhido mulheres para fazerem parte dos Doze Apóstolos, as mulheres desempenharam papéis incrivelmente importantes e vitais no seu ministério e na vida da Igreja primitiva! Estavam entre os Seus seguidores mais fiéis, apoiando-Lhe o ministério, e, tão maravilhosamente, foram as primeiras testemunhas da Sua Ressurreição!2 A Igreja honra profundamente estas contribuições espantosas. A Bem-Aventurada Virgem Maria, Mãe de Deus e Mãe dos Santos, ocupa o mais alto lugar de honra entre todas as criaturas de Deus, mas não foi chamada a ser uma dos Doze Apóstolos.16 Isto «mostra claramente que a não admissão das mulheres à ordenação sacerdotal não pode significar que as mulheres sejam de menor dignidade».16 Mulheres como Febe, descrita como uma «diaconisa (diakonos) da igreja de Cenchreae» (Romanos 16:1), e tantos outros foram parceiros cruciais na divulgação da Boa Nova.3 Mas a Igreja entende estes papéis maravilhosos e importantes como distintos do sacerdócio sacramental. Todos têm um papel especial a desempenhar no plano de Deus!
O que os primeiros pais da Igreja ensinaram?
Os ensinamentos dos primeiros Padres da Igreja - estes grandes escritores e pensadores cristãos dos primeiros séculos - são como tesouros preciosos na tradição católica. Ajudam-nos a ouvir os ecos da fé transmitida pelos Apóstolos. E quando se trata de mulheres e ordenação sacerdotal, suas vozes cantam uma canção notavelmente consistente.
Um «não» coerente à ordenação sacerdotal das mulheres
Os proeminentes Padres da Igreja que falaram sobre isso, diretamente ou ao discutir temas semelhantes, todos afirmaram que a ordenação sacerdotal era para os homens. Eles viram a ideia de as mulheres serem padres como algo impossível ou ligado a grupos que se desviaram do verdadeiro caminho apostólico.3 Por exemplo, Santo Irineu (cerca de 130-202 dC) escreveu contra grupos gnósticos que tinham mulheres atuando como padres.14 Tertuliano (cerca de 155-220 dC) disse muito claramente que não era permitido a uma mulher "ensinar, nem batizar, nem oferecer eucaristia, São Hipólito (cerca de 170-235 dC) fez uma distinção entre ordenar o clero para o serviço litúrgico e nomear viúvas, que foram escolhidas para a oração, não para oferecer o sacrifício eucarístico.
Vozes da Clareza: São Epifânio e São João Crisóstomo
São Epifânio de Salamina (cerca de 310-403 dC) argumentou fortemente contra grupos como os coliridianos que ordenaram mulheres. Ele disse famosamente: «Nunca desde o início do mundo uma mulher serviu a Deus como sacerdote».14 Um ponto muito poderoso que ele fez ecoar, mais tarde teólogos e papas, foi que, se qualquer mulher estivesse apta para o sacerdócio devido à sua santidade ou proximidade a Cristo, teria sido a Bem-Aventurada Virgem Maria. No entanto, não era apóstolo nem sacerdote. Isto mostra que o sacerdócio está ligado a um papel específico que Jesus estabeleceu, não apenas ao quão santo alguém é.14
São João Crisóstomo (cerca de 347-407 AD), um pregador e bispo famoso, ensinou que, quando se trata de liderar a Igreja e cuidar das almas, «todo o sexo feminino deve reformar-se antes da magnitude da tarefa».14 Baseou-se na sua compreensão dos escritos de São Paulo sobre as mulheres serem silenciosas e submissas na ordem da criação e o papel de Eva no primeiro pecado.18 Estas opiniões, refletindo o entendimento comum do seu tempo, podem ser um desafio para nós hoje em dia, pois foram muito influentes na formação da tradição.
Agostinho e Aquino: Construir a Tradição
Santo Agostinho de Hipona (cerca de 354-430 d.C.), um dos teólogos mais influentes de sempre, também escreveu que as mulheres não podiam ser ordenadas sacerdotes.3 Embora valorizasse profundamente as capacidades espirituais das mulheres, como vemos na sua relação com a mãe, Santa Mónica, e nas suas cartas às mulheres cristãs 20, a sua compreensão da ordem da Igreja, influenciada pela sociedade em que vivia, defendia um sacerdócio masculino.21
Mais tarde, São Tomás de Aquino (cerca de 1225-1274 dC), embora não seja um pai da Igreja primitiva, mas um gigante na teologia, construído sobre esta tradição. Argumentou que as mulheres não podiam receber validamente o sacramento da Ordem porque «não é possível no sexo feminino significar eminência de grau, uma vez que uma mulher está em estado de sujeição».22 Os seus argumentos foram também influenciados pela ciência da sua época, que tinha ideias diferentes sobre biologia do que as que temos atualmente15.
É importante recordar que, embora os Padres se opusessem sistematicamente à ordenação sacerdotal das mulheres, algumas das suas razões foram moldadas pela cultura e pela ciência do seu tempo15. A Igreja de hoje, embora se mantenha fiel à conclusão dos Padres sobre o sacerdócio exclusivamente masculino, não baseia este ensinamento em ideias obsoletas de que as mulheres são inferiores à fidelidade ao exemplo de Jesus e à natureza do sacramento10. A Igreja pode distinguir entre as perceções espirituais intemporais dos Padres e as partes do seu raciocínio que estavam ligadas à sua época específica.
Os primeiros concílios da Igreja: Afirmar o caminho
Alguns dos primeiros concílios da Igreja também elaboraram leis (cânones) que abordavam o papel das mulheres. Por exemplo, o Concílio de Laodiceia, no século IV, proibiu a ordenação de mulheres para o "presbiterado" (sacerdócio), embora os estudiosos ainda discutam o significado exato da palavra usada nesse cânone.3 O Primeiro Concílio de Niceia (325 dC) mencionou diaconisas de uma forma que alguns acreditam colocá-las entre os leigos, uma vez que não receberam a mesma imposição de mãos que o clero masculino 14, embora isso também seja algo discutido pelos estudiosos.
O facto de alguns grupos cristãos primitivos fiz ter mulheres em funções sacerdotais, e que os Padres da Igreja as condenaram como heréticas, mostra que a principal exclusão da Igreja das mulheres da ordenação sacerdotal não foi por nunca terem encontrado a ideia. Foi uma escolha consciente rejeitar estas práticas por não estarem de acordo com a fé recebida dos Apóstolos.14
Quadro 2: Ensinamentos das Figuras-Chave da Igreja: Uma Voz Consistente
| Figura da Igreja | Era | Ensino-chave/Argumento sobre a Ordenação das Mulheres (resumo) |
|---|---|---|
| Irineu de Lyon | c. 130-202 AD | Condenaram os grupos gnósticos que permitem que as mulheres desempenhem funções sacerdotais, vendo-as como um afastamento da verdadeira prática cristã.14 |
| Tertuliano | c. 155-220 AD | Disse que não era permitido às mulheres "oferecer \[a Eucaristia\], nem reivindicar muito a si mesma em qualquer função masculina, para não dizer sacerdotal".14 |
| Hipólito de Roma | c. 170-235 AD | Distinta ordenação para o clero (para a liturgia) de nomear viúvas (para a oração), notando que as viúvas não oferecem o sacrifício.14 |
| Epifânio | c. 310-403 AD | Argumentou contra as mulheres sacerdotes, observando que nem a Virgem Maria era sacerdote; declarou: «Nunca, desde o início do mundo, uma mulher serviu a Deus como sacerdote».14 |
| São João Crisóstomo | c. 347-407 AD | Ensinou que o sacerdócio, que liderava a Igreja e cuidava das almas, era uma tarefa para além de «todo o sexo feminino», citando a natureza percebida das mulheres e os apelos bíblicos à sujeição14. |
| Santo Agostinho de Hipona | c. 354-430 AD | Acredita-se que as mulheres não podem ser padres; valorizava a igualdade espiritual das mulheres, mas defendia o sacerdócio masculino com base na ordem da Igreja e em entendimentos comuns dos papéis de género.3 |
| São Tomás de Aquino | c. 1225-1274 AD | As mulheres argumentadas não podem receber as Ordens Sagradas porque o sexo feminino, estando em "submissão", não pode sacramentalmente "significar eminência de grau" necessário para o sacerdócio.13 Baseia-se parcialmente na biologia aristotélica.15 |
O que diz a Escritura sobre o papel das mulheres?
A Bíblia Sagrada contém passagens maravilhosas que falam sobre os papéis de homens e mulheres na Igreja primitiva. Compreender estes textos pode ser complexo, e as pessoas têm visões diferentes do católico através de seu Magistério guiado por Deus, lê-los à luz de sua Tradição contínua e viva.
Passages About Women’s Roles in Church Gatherings
Duas passagens das cartas de São Paulo são frequentemente discutidas quando falamos sobre o papel das mulheres em reuniões formais da Igreja e no ensino:
- 1 Timóteo 2:11-14: Esta passagem diz: «Que uma mulher aprenda em silêncio com toda a submissão. Não permito a nenhuma mulher ensinar ou ter autoridade sobre um homem. Deve manter-se em silêncio. Porque Adão foi formado depois de Eva, e Adão não foi enganado, a mulher foi enganada e tornou-se transgressora.»
- Historicamente, a Igreja entendeu isso como uma direção para o papel de ensino oficial e autorizado no serviço da Igreja, um papel ligado ao ministério ordenado.13 As razões dadas no texto, sobre Adão e Eva, têm sido vistas como uma base para esta diferença de papéis.13
- Alguns estudiosos sugerem que esta instrução era para uma situação específica em Éfeso, talvez para abordar comportamentos disruptivos ou falsos ensinamentos aos quais algumas mulheres poderiam ter sido vulneráveis naquela época.24 Poder-se-ia dizer que o grego original sugere uma regra temporária ("não estou actualmente a permitir") em vez de uma proibição para sempre.24
- 1 Coríntios 14:34-38: Aqui, escreve São Paulo, «as mulheres devem manter-se em silêncio nas igrejas. Pois não lhes é permitido falar devem ser subordinados, como até mesmo a lei diz ... Pois é impróprio para uma mulher falar na igreja."
- Como a passagem em 1 Timóteo, isto tem sido tradicionalmente visto como restringir as mulheres do discurso público, autoritário e ensino no ambiente de adoração formal, funções geralmente feitas por ministros ordenados.
- As visões contextuais variam. Alguns acreditam que Paulo estava a lidar com problemas específicos de desordem nos coríntios, como as mulheres que interrompem os serviços com perguntas ou desafiam as profecias de uma forma perturbadora.
O Magistério da Igreja Católica considera que estas passagens têm uma importância constante para a natureza do ministério ordenado, especialmente para os papéis de ensino e de direção dos serviços que pertencem aos sacerdotes e bispos. Este entendimento não se baseia apenas nestes versículos, lendo-os em toda a Escritura e na Tradição viva da Igreja25. É bom recordar que, mesmo numa visão tradicional, este «silêncio» é geralmente entendido como um ensino litúrgico ou uma presidência autorizados, nem todos os tipos de discurso ou contribuição para a vida da Igreja, porque outras passagens mostram que as mulheres profetizam, ensinam outras mulheres e são ativas em muitos ministérios2.
Passatempos que destacam os papéis ativos das mulheres e a igualdade espiritual: Todos são um em Cristo!
Outras passagens maravilhosas da Bíblia destacam a profunda igualdade de todos os crentes em Cristo e o papel ativo que as mulheres desempenharam na missão da Igreja primitiva:
- Gálatas 3:28: «Não há judeu nem gentio, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, porque todos vós sois um em Cristo Jesus.»
- Este versículo é frequentemente enfatizado por aqueles que apoiam a ordenação das mulheres como uma declaração fundamental de igualdade em Cristo. Consideram que tal sugere que o género não deve ser uma barreira a qualquer ministério na Igreja26. Vêem-no como uma «Magna Carta para a humanidade» que se eleva acima das antigas divisões26.
- A Igreja Católica afirma com alegria a poderosa verdade desta passagem sobre a nossa igual dignidade e acesso à salvação através da fé em Jesus! Mas ensina que esta unidade espiritual não significa que não haja diferenças nos papéis ou funções dentro do Corpo de Cristo, especialmente os relacionados com o ministério sacramental, que acredita que Jesus estabeleceu de uma forma específica.27 O ponto principal de Gálatas 3 é sobre ser salvo pela fé, não sobre a estrutura específica do ministério da Igreja.27
- As mulheres como profetas, diaconisas e colegas de trabalho: Exemplos brilhantes! O Novo Testamento dá-nos exemplos inspiradores de mulheres servindo ativamente na Igreja primitiva.
- São Paulo menciona as mulheres que oram e profetizam na assembléia da igreja (1 Coríntios 11:1-16), embora também dê instruções sobre como devem fazê-lo (como com a cabeça coberta).14
- Em Romanos 16:1-2, Paulo elogia «Febe, uma diaconisa (ou servo, grego diakonos) da igreja de Cenchreae», confiando-lhe tarefas importantes.3
- Chama também a outras mulheres os seus valiosos «colaboradores em Cristo Jesus», como Priscila (que, juntamente com o marido, Áquila, ensinou Apolo – Atos 18:26) e Júnia, a quem Paulo parece saudar como «excelente entre os apóstolos» ou «bem conhecida dos apóstolos» (Romanos 16:7), embora o significado exato e o género de Júnia tenham sido discutidos por académicos.3
- Estes exemplos mostram claramente a participação vital das mulheres na vida da Igreja primitiva! A discussão em curso é sobre se estes papéis eram os mesmos ou poderiam ser uma base para a ordenação sacerdotal.
Um ponto importante frequentemente levantado é a descoberta de 1976 da Pontifícia Comissão Bíblica, um grupo de estudiosos das escrituras que aconselham a Igreja. Concluíram que, ao olhar apenas para o Novo Testamento, este não exclui definitivamente a possibilidade de as mulheres serem ordenadas sacerdotes.29 Esta conclusão é importante porque mostra a complexidade das provas bíblicas. Mas o ensinamento da Igreja Católica é formado não só pelas Escrituras, mas também pela Tradição e pela orientação contínua do Magistério. O Magistério, tendo em conta estas conclusões académicas, interpreta, em última análise, as Escrituras à luz de toda a Tradição viva da Igreja, que considera reservar sistematicamente a ordenação sacerdotal aos homens.25 Trata-se de ouvir a mensagem completa de Deus!
E as mulheres em cargos de ministério como diaconisas?
A Igreja primitiva foi abençoada com mulheres que participavam de várias formas de ministério, e o papel da diaconisa é especialmente notável e bem documentado na história.
A antiga ordem das diaconisas: Um ministério valorizado
Há fortes evidências históricas de que existiu uma ordem de diaconisas na parte oriental (bizantina) do Império, particularmente desde os primeiros séculos até à Idade Média, e por um período mais curto no Ocidente.3 A menção de Febe pelo apóstolo Paulo em Romanos 16:1 como uma «diaconisa (diakonos) da igreja em Cenchreae» é frequentemente vista como a referência mais antiga a este papel maravilhoso.3 Os concílios da Igreja, como o Concílio de Calcedónia em 451 d.C., até estabelecem regras para as diaconisas, por exemplo, dizendo que não devem ser «ordenadas» antes dos quarenta anos.3
O que as diaconisas fizeram? Servir com amor!
Os principais deveres das diaconisas giravam em torno de ministrar a outras mulheres, o que era especialmente importante em culturas onde homens e mulheres eram mantidos bastante separados. O seu serviço amoroso incluiu:
- Ajudar no batismo das mulheres, especialmente na unção do corpo, para assegurar a modéstia e a reverência.31
- Ensinar catecúmenos femininos (aqueles que se preparam para o batismo).32
- Visitar e cuidar de mulheres doentes ou necessitadas em suas casas.
- Ajudar a manter a ordem entre as mulheres na assembléia da igreja.31
- Em alguns casos, podem ter desempenhado um papel na entrega da Sagrada Comunhão a mulheres que estavam doentes ou não podiam frequentar a igreja.
A «Ordenação» das diaconisas: Uma discussão importante
Um dos aspetos mais discutidos da história das diaconisas é a natureza da sua «ordenação». Constituições apostólicas (por volta dos séculos IV e V), descreva cerimónias especiais para a nomeação de diaconisas que incluíam a imposição de mãos pelo bispo e uma oração pedindo o Espírito Santo.28 Isto levou alguns estudiosos a argumentar que a sua ordenação era sacramental e parte das Ordens Sagradas, semelhante à dos diáconos masculinos.30
Mas outras provas históricas e interpretações teológicas oferecem uma visão diferente. Por exemplo, o Cânone 19 do Primeiro Concílio de Niceia (325 d.C.) afirmou que as diaconisas deviam ser contabilizadas entre os leigos porque não tinham recebido a (mesma) imposição de mãos.3 A Comissão Teológica Internacional (CTI), num estudo de 2002 sobre o diaconado, concluiu que «as diaconisas mencionadas na tradição da Igreja primitiva não podem ser simplesmente assimiladas a diáconos ordenados» e que a sua cerimónia de nomeação e as funções que desempenhavam eram diferentes das dos diáconos masculinos.33 A CTI observou que «era uma função eclesial, exercida por mulheres», mas não «pura e simplesmente equivalente aos diáconos».32 Alguns argumentam que a palavra «ordenação» (grego: cheirotonia) nos tempos antigos podia referir-se a vários tipos de compromissos ou bênçãos, nem todos os quais eram ordenações sacramentais em Ordens Sagradas como as entendemos hoje.31
Esta complexidade histórica significa que, embora as diaconisas fossem claramente um ministério importante e reconhecido, não há consenso universal, mesmo entre os estudiosos, sobre se a sua «ordenação» era sacramentalmente a mesma que a dos diáconos masculinos.
O declínio das diaconisas: Mudar os tempos
A ordem das diaconisas gradualmente desapareceu no Ocidente, desaparecendo principalmente nos séculos XI ou XII, embora tenha durado um pouco mais em partes do Oriente.28 Várias coisas contribuíram para isso, incluindo mudanças nas práticas da igreja (como a mudança do batismo por imersão adulta para o batismo infantil, o que significou menos necessidade de assistência feminina para a modéstia), a ascensão de comunidades monásticas femininas que assumiram alguns desses papéis ministeriais e um foco crescente no clero para o ministério no Ocidente.32
Uma clara distinção do sacerdócio
É tão importante compreender que, mesmo quando e onde o ministério das diaconisas era mais ativo, não existem provas históricas importantes que sugiram que as mulheres tenham sido ordenadas para o cargo. sacerdócio (como presbíteros ou bispos) ou que presidiam à Eucaristia.14 Os papéis das diaconisas, por mais importantes que fossem, eram distintos dos papéis sacramentais reservados aos sacerdotes e bispos, como oferecer o sacrifício eucarístico e perdoar os pecados em nome de Cristo. São Hipólito, por exemplo, observou que uma diaconisa "não oferece a oblação" (o sacrifício eucarístico) 14, e o Constituições apostólicas declarar uma diaconisa «não abençoa nem realiza qualquer outra coisa que seja feita por presbíteros sacerdotes e diáconos» em termos de funções sacerdotais.14
A existência histórica de diaconisas é uma parte preciosa da história da Igreja e ajuda a informar os debates atuais sobre os papéis das mulheres, especialmente no que diz respeito à possibilidade de restaurar um diaconato feminino. Mas a Igreja sustenta que esta história não cria um precedente para as mulheres se tornarem padres, uma vez que se trata de ordens e ministérios distintos. Mesmo que se provasse que as antigas diaconisas receberam a ordenação sacramental ao diaconado, tal não significaria automaticamente que as mulheres pudessem ser ordenadas sacerdotes, tendo em conta a compreensão da Igreja sobre a natureza específica e a instituição do sacerdócio pelo próprio Cristo.
Como a Igreja vê a dignidade das mulheres se não através do sacerdócio?
A doutrina da Igreja Católica segundo a qual a ordenação sacerdotal é para os homens é nunca Diminuir a dignidade ou a importância das mulheres. De modo nenhum! De facto, a Igreja afirma profundamente a igual dignidade das mulheres e dos homens e ilumina as contribuições únicas e absolutamente essenciais das mulheres para a sua vida e missão.
Dignidade igual, papéis lindamente diferentes
Uma verdade fundamental do ensino católico é a igual dignidade de cada pessoa, homem e mulher, criada à imagem e semelhança do nosso Deus amoroso. Mulieris Dignitatem (Sobre a dignidade e a vocação das mulheres), salientou que a história da criação da Bíblia «fornece bases suficientes para reconhecer a igualdade essencial do homem e da mulher do ponto de vista da sua humanidade».10 A Igreja ensina que esta igual dignidade não significa que os homens e as mulheres devam ter exatamente os mesmos papéis ou funções, especialmente quando se trata de papéis que a Igreja acredita que Jesus estabeleceu de uma forma particular. O facto de as mulheres não serem admitidas à ordenação sacerdotal «não pode significar que as mulheres sejam de menor dignidade, nem pode ser interpretado como uma discriminação contra elas».16
Esta ideia de «igual mas diferente» pode, por vezes, ser um pouco difícil de explicar num mundo que muitas vezes pensa que a igualdade significa que todos fazem a mesma coisa. Mas a visão da Igreja é de uma bela complementaridade, onde os dons distintos de homens e mulheres enriquecem uns aos outros e a toda a comunidade, como diferentes instrumentos numa orquestra que faz belas músicas em conjunto!
O «Génio Feminino»: Um presente especial para o mundo!
A Igreja fala muitas vezes de um «génio feminino», um termo que o Papa João Paulo II usou amorosamente para descrever os dons especiais, os pontos fortes e as perspetivas que as mulheres trazem à Igreja e ao mundo.36 Estas qualidades maravilhosas são muitas vezes vistas como incluindo uma capacidade especial de amor, compaixão, intuição, nutrimento, receptividade e uma profunda sensibilidade às necessidades dos outros.36 O Papa Francisco falou sobre como este «génio feminino» pode refletir de forma única a santidade de Deus e é tão essencial para trazer ternura e unidade a um mundo muitas vezes ferido pelo ódio e pela violência.37 Que bênção para as mulheres!
Maria, Mãe de Deus: O último exemplo de fé e dignidade!
A Bem-Aventurada Virgem Maria, Mãe de Jesus, é o maior modelo para todos os cristãos e, de uma forma muito especial, para as mulheres. Tem a mais elevada dignidade humana e desempenhou um papel absolutamente indispensável no plano de salvação de Deus com o seu belo «sim» a Deus10. Apesar da sua santidade inigualável e da sua relação única com Cristo, Maria não foi chamada a ser um dos Doze Apóstolos nem ao sacerdócio ministerial. A Igreja vê nisto um sinal poderoso de que a ordenação sacerdotal não é uma medida de santidade, de importância ou de proximidade a Cristo.16 Maria é a «expressão mais completa» da dignidade humana e da vocação, o «arquétipo da mulher».10 Os teólogos falam por vezes do «perfil mariano» da Igreja (que representa a santidade, a receptividade, a Noiva de Cristo) como sendo o primeiro, incluindo todos, mesmo os sacerdotes. Esta bela ideia sugere que a vocação mais elevada — à santidade, perfeitamente demonstrada por Maria — está aberta a cada um de nós, enquanto as funções ministeriais específicas são estruturadas de acordo com o desígnio amoroso de Jesus.
Tantas formas que as mulheres servem e brilham!
As mulheres vivem a sua vocação batismal e contribuem para a missão da Igreja de inúmeras formas essenciais, refletindo a riqueza dos seus talentos dados por Deus! Estas vocações e ministérios incluem:
- Vida familiar: Enquanto mães, esposas, irmãs e filhas, as mulheres são muitas vezes o próprio coração da família, alimentando a fé e o amor, tornando as casas locais de calor e da presença de Deus.
- A vida religiosa: As religiosas consagradas dedicam toda a sua vida à oração, à comunidade e ao serviço de tantas formas diferentes, como a educação, os cuidados de saúde, o trabalho social e as aventuras missionárias, difundindo o amor de Deus em todo o lado.
- Ministérios leigos: As mulheres servem como catequistas, teólogos, diretores espirituais, associados pastorais, ministros litúrgicos (como leitores, ministros extraordinários da Santa Comunhão e servidores de altares), canonistas, chanceleres de dioceses e em tantos outros papéis de liderança e serviço dentro das paróquias e organizações da Igreja.3 O Papa Francisco abriu formalmente os ministérios leigos de leitora e acólito para as mulheres em 2021, reconhecendo suas maravilhosas contribuições.3
- Contribuições Profissionais e Societais: As mulheres trazem a sua fé e os seus valores a todas as partes da sociedade, trabalhando em prol da justiça, da paz e do bem de todos os povos.
Documento do Concílio Vaticano II Lumen Gentium salientou o «sacerdócio de todos os fiéis» e o «chamado universal à santidade e ao ministério», que abriu novas portas e afirmou o papel ativo de todos os leigos, incluindo as mulheres, na vida vibrante da Igreja39.
Sacerdócio é serviço, não poder: Um Chamado Humilde
Crucialmente, a Igreja ensina que o sacerdócio ministerial não é uma posição de poder, privilégio ou uma forma de avançar no mundo. Também não é um «direito» que qualquer pessoa, homem ou mulher, possa reivindicar.7 Em vez disso, é um chamado específico de Deus a uma forma particular de serviço no âmbito de um chamado que a própria Igreja confirma.3 O Catecismo diz-nos: «Ninguém tem o direito de receber o sacramento da Ordem. Porque ninguém reivindica este cargo para si mesmo. A compreensão do sacerdócio como um serviço humilde, e não como um direito, ajuda-nos a perceber por que razão a sua reserva para os homens não é vista pela Igreja como uma negação da igualdade ou do valor fundamentais das mulheres. Trata-se do plano específico de Deus para esse serviço específico.
Mas também é verdade que, uma vez que a ordenação é muitas vezes necessária para muitos papéis importantes na tomada de decisões na liderança da Igreja, não ordenar mulheres significa que também são excluídas de muitas destas posições.41 Este resultado prático é uma fonte de discussão e preocupação contínuas para muitos que esperam uma inclusão ainda maior das vozes e perspetivas das mulheres na liderança da Igreja a todos os níveis. A Igreja está sempre a ouvir e a discernir!
Será que este ensino pode mudar alguma vez?
Quando falamos sobre se um ensinamento da Igreja Católica pode mudar, é tão importante compreender como a Igreja vê as suas próprias doutrinas, especialmente as que considera definitivas e fundamentais.
Compreender o ensino «definitivo»: Uma Rocha da Fé
A Igreja Católica ensina que o seu pronunciamento acerca de não poder ordenar mulheres ao sacerdócio, Ordinatio Sacerdotalis e confirmado pela Congregação para a Doutrina da Fé, é um ensinamento definitivo.3 Isto significa que a Igreja acredita que é uma verdade que foi infalivelmente ensinada pelo Magistério ordinário e universal (que é o ensinamento consistente do Papa e dos bispos ao longo da história) e, portanto, faz parte do "depósito de fé" - o tesouro de verdades que Deus nos deu.6 Por isso, não é visto como algo aberto a debate ou que um futuro Papa ou Conselho da Igreja poderia reverter.7 Responsum ad Dubium afirmou claramente que este ensinamento exige «assentimento definitivo» (o nosso acordo sincero) de todos os fiéis.3 Este elevado nível de autoridade coloca-o entre as crenças fundamentais da nossa fé.
A Revelação de Deus e o Depósito da Fé: Uma confiança sagrada
A Igreja acredita que a revelação pública divina — todas as verdades que Deus partilhou connosco e que são necessárias para a nossa salvação — foi completada com Jesus Cristo e com o falecimento do último Apóstolo.25 Esta revelação é transmitida amorosamente através da Sagrada Escritura e da Sagrada Tradição, que, em conjunto, formam o «depósito da fé».25 O Magistério — a autoridade de ensino do Papa e dos bispos unidos a ele — é o servo deste precioso depósito de fé. O seu papel é guardar fielmente, interpretar e explicar o que Deus revelou, não acrescentar novas doutrinas ou mudar o âmago do que foi revelado.25 Mesmo o Papa, quando fala infalivelmente, não pode anunciar novas doutrinas que vão contra este depósito de fé recebido.25 Ele é um guardião da verdade de Deus!
Crescer na compreensão, não mudar a verdade fundamental
Isto não significa que a compreensão que a Igreja tem destas verdades reveladas permaneça exatamente a mesma, como uma imagem congelada no tempo. Há um conceito maravilhoso chamado «desenvolvimento da doutrina», que St. John Henry Newman explicou lindamente42. Significa que a Igreja compreensão de uma doutrina pode crescer mais fundo e tornar-se mais claro ao longo do tempo, assim como uma pequena bolota cresce em um poderoso carvalho. É sempre a mesma realidade essencial que exprime mais plenamente a sua natureza.25 Mas este desenvolvimento deve estar sempre em continuidade com o que a Igreja sempre acreditou e ensinou. Não pode envolver uma contradição ou uma mudança fundamental na substância de uma verdade divinamente revelada.42 Se um ensinamento faz parte do depósito da fé, como a Igreja considera que o sacerdócio é apenas masculino, então o «desenvolvimento» não pode levar à sua inversão. A verdade, neste belo entendimento, não pode transformar-se fundamentalmente no seu oposto42. A verdade de Deus é eterna!
O papel do Magistério: Discernir a vontade imutável de Deus
O Magistério tem a tarefa dada por Deus de discernir quais os ensinamentos que fazem parte deste depósito imutável da fé.25 Quando a Congregação para a Doutrina da Fé, com a aprovação do Papa, declarou que o ensinamento sobre a reserva da ordenação sacerdotal aos homens foi infalivelmente ensinado pelo Magistério ordinário e universal, estava a fazer tal discernimento.6 Isto mostra que o corpo coletivo de bispos, em união com o Papa, tem consistentemente ensinado isto como uma questão de fé ao longo da história da Igreja, refletindo o que eles acreditam ser a vontade amorosa de Cristo. Este compromisso de preservar a integridade da fé é crucial para a unidade da Igreja e para a sua missão. Isto é particularmente evidente em contextos em que as pressões societais contemporâneas desafiam as crenças tradicionais, como se pode ver nas discussões em torno das crenças tradicionais. A origem religiosa de J.D. Vance, que informam as suas perspetivas sobre a fé e a moralidade. Em última análise, o papel do Magistério é essencial para orientar os fiéis no meio destas questões complexas, assegurando a adesão aos ensinamentos transmitidos ao longo das gerações.
Portanto, do ponto de vista oficial da Igreja Católica, o ensino de que não tem autoridade para ordenar mulheres ao sacerdócio não é uma política mutável, mas uma verdade à qual deve permanecer alegremente fiel. É tudo uma questão de confiar no plano de Deus!
O que dizem as pessoas que acreditam que as mulheres devem ser ordenadas?
Embora o ensinamento oficial da Igreja Católica seja claro e definitivo, há muitas pessoas, incluindo alguns teólogos e fiéis leigos, que sentem no seu coração que as mulheres podem e devem ser ordenadas sacerdotes. Suas razões vêm de vários pensamentos teológicos, interpretações bíblicas, visões históricas e esperanças pastorais.
Argumentos da Igualdade e da Justiça: Um desejo de plena participação
Um argumento primário provém muitas vezes de uma profunda preocupação com a igualdade e a justiça. Muitos dos que apoiam a ordenação das mulheres veem a exclusão das mulheres do sacerdócio como uma forma de discriminação de género que, na sua opinião, impede as mulheres de participarem plenamente e de serem iguais na Igreja.8 Podem ver a Igreja como uma das últimas instituições a manter essas estruturas dominadas pelos homens e acreditam que tal não se alinha com as ideias modernas de direitos humanos e a igual dignidade de todas as pessoas batizadas.8 Alguns consideram que esta exclusão pode resultar de uma «antiga misoginia» que, infelizmente, encontrou o seu caminho no pensamento cristão.1
Argumentos da Reinterpretação das Escrituras: À procura de uma nova luz
Aqueles que defendem a ordenação de mulheres sugerem frequentemente diferentes formas de compreender passagens bíblicas que têm sido tradicionalmente utilizadas para limitar o papel das mulheres na liderança da Igreja. Por exemplo, podem argumentar que passagens como 1 Timóteo 2:11-14 (sobre as mulheres aprenderem em silêncio e não ensinarem ou terem autoridade sobre os homens) estavam ligadas a situações culturais específicas na Igreja primitiva e não eram entendidas como regras universais e intemporais.24 Eles frequentemente destacam Gálatas 3:28 («Não há nem judeus nem gentios, nem escravos nem livres, nem homens e mulheres, pois todos vós sois um em Cristo Jesus») como um texto fundamental para a igualdade espiritual em Cristo, sugerindo que as diferenças de género não devem ser uma barreira para qualquer ministério.26 Eles apontam para mulheres que tiveram papéis importantes no início como Febe, a diaconisa (Romanos 16:1) e Júnia, a quem Paulo menciona com Andrónico como «excelente entre os apóstolos» (Romanos 16:715).
Argumentos da Tradição e da História: Um olhar diferente para o passado
Alguns académicos e defensores argumentam que a tradição histórica relativa ao papel das mulheres no ministério não é tão uniforme como o ensinamento oficial da Igreja por vezes a apresenta. Eles apontam para a existência histórica de mulheres diáconas ordenadas no início, com alguns argumentando que a sua ordenação era sacramental e exatamente como a dos diáconos masculinos.43 Eles podem sugerir que as mulheres acabaram por ser mantidas fora do ministério ordenado mais por causa de preconceitos culturais posteriores e influências patriarcais do que por causa de um comando divino original.15 Alguns até apontam para casos históricos em que as mulheres podem ter desempenhado funções semelhantes às sacerdotais, ou para tradições devocionais como "Maria como Sacerdote", como prova de uma "tradição oculta" mais aberta aos papéis sacerdotais das mulheres15.
Argumentos das Necessidades Práticas e do Cuidado Pastoral: Responder aos desafios de hoje
As necessidades práticas e pastorais também alimentam argumentos a favor da ordenação das mulheres. Em algumas partes do mundo, há uma grande escassez de sacerdotes do sexo masculino e alguns argumentam que a ordenação de mulheres ajudaria a satisfazer as necessidades sacramentais e pastorais do povo de Deus.8 Para além dos números, os proponentes sugerem que as mulheres podem trazer dons, perspetivas e sensibilidades pastorais únicos ao ministério sacerdotal, enriquecendo o serviço da Igreja a todos.2 A experiência de outras denominações cristãs que ordenam mulheres é por vezes mencionada como prova das contribuições positivas que as mulheres podem dar como ministros ordenados.8
Argumentos do «Sensus Fidelium» (Senso dos Fiéis): O Espírito que se move entre nós?
Muitos católicos, incluindo teólogos, expressam apoio à ordenação de mulheres. Alguns vêem este sentimento generalizado como um sinal de que o Espírito Santo opera dentro do reflexo de um "sentido dos fiéis" em desenvolvimento (sensus fidelium) que o ensino atual possa ter de ser novamente analisado.17 O facto de muitas mulheres católicas relatarem sentir um apelo pessoal ao sacerdócio também é visto por algumas como um sinal do Espírito Santo que não deve ser ignorado.43 Para muitas mulheres que sentem este apelo, o argumento não é apenas académico, mas profundamente pessoal e espiritual, e a posição da Igreja pode ser uma fonte de forte dor e frustração.46
Argumentos teológicos contra a alegação de infalibilidade: Uma questão de debate
Alguns teólogos e canonistas questionam a afirmação de que o ensino em Ordinatio Sacerdotalis Foi infalivelmente ensinado pelo Magistério ordinário e universal. Eles argumentam que as condições para tal declaração infalível podem não ter sido cumpridas, ou que o ensinamento não foi recebido como infalível por toda a Igreja.5 Por exemplo, a Sociedade Teológica Católica da América emitiu um relatório expressando "sérias dúvidas sobre a natureza da autoridade deste ensinamento".5 Alguns também apontam para as conclusões de 1976 da Pontifícia Comissão Bíblica, que concluiu que a Escritura por si só não resolve definitivamente a questão, como estando em tensão com a alegação de que o ensinamento é "fundado na Palavra escrita de Deus" de uma forma incontestável.47
Estes argumentos representam uma série de pontos de vista, alguns esperando por uma reforma dentro da compreensão teológica católica existente e outros tirando mais de valores sociais mais amplos ou experiências de outras igrejas cristãs. É uma conversa realizada com paixão e sinceridade.
O que pensam os católicos hoje? E o que se passa com o Sínodo?
A questão do papel das mulheres, incluindo a possibilidade de ordenação, continua a ser um tema de discussão sincera e de opiniões diversas entre os católicos de todo o mundo.
O que as pessoas dizem: Inquéritos mostram uma mistura de pontos de vista
Pesquisas recentes mostram consistentemente que um bom número de católicos, especialmente nos países ocidentais, estão abertos ou apoiam as mulheres a serem ordenadas como diáconos e até mesmo como sacerdotes. Por exemplo, uma pesquisa do Pew Research Center de fevereiro de 2025 descobriu que 59% dos católicos dos EUA dizem que a Igreja deve ordenar mulheres como padres, e um maior 68% Uma pesquisa da Pew de 2024 que incluiu países da América Latina também mostrou um apoio considerável, com números em algumas nações como o Brasil chegando a 83.% A favor das mulheres sacerdotes.17 Mostra que muitos corações estão a ponderar isto!
Diferentes Pontos de Vista Dependendo da Prática de Fé
Estas opiniões não são as mesmas em toda a família católica. O apoio à ordenação de mulheres tende a ser um pouco menor entre aqueles que assistem à missa todas as semanas e se consideram mais tradicionais na sua fé. Por exemplo, o inquérito da Pew de 2025 revelou que 56% dos católicos norte-americanos que frequentam a missa semanal acreditam que a Igreja deve não permitir que as mulheres se tornem sacerdotes, enquanto 41% Por outro lado, o apoio é maior entre aqueles que frequentam a Missa com menos frequência. As mulheres católicas são geralmente mais propensas do que os homens católicos a dizer que as mulheres não têm influência suficiente na Igreja e a esperar por uma maior inclusão, mesmo que isso signifique mudar alguns ensinamentos45.
Quadro 3: Pontos de vista católicos dos EUA sobre as mulheres na liderança da Igreja (dados selecionados da Pew Research, fevereiro de 2025) 45
| Questão | Apoio Católico dos EUA (%) | Apoio entre os participantes da Missa Semanal (%) |
|---|---|---|
| A Igreja deve permitir que as mulheres se tornem sacerdotes. | 59% | 41% |
| A Igreja deve permitir que as mulheres se tornem diáconos. | 68% | 54% |
| As mulheres não têm influência suficiente na Igreja. | 51% | (Menos provável dizer isto)† |
† Uma percentagem específica de participantes semanais que afirmam «influência insuficiente» não diretamente no texto do quadro de síntese 45 indica que têm menos probabilidades de manter esta opinião do que os participantes com menos frequência.
O Sínodo sobre a sinodalidade: Caminhar juntos em diálogo
O Papa Francisco, com o coração do seu pastor, lançou um «Sínodo sobre a sinodalidade» mundial (2021-2024). Trata-se de um processo maravilhoso e plurianual de escuta e discernimento em conjunto, em toda a Igreja. Este processo abriu uma plataforma surpreendente para discussões sobre uma vasta gama de temas, e o papel das mulheres na Igreja surgiu como um tema particularmente importante em muitos lugares.46 Muitos relatórios de encontros diocesanos locais destacaram os apelos a uma maior inclusão das mulheres na tomada de decisões e no ministério. A questão das diáconas foi um ponto de discussão proeminente, e alguns participantes também manifestaram apelos à ordenação sacerdotal das mulheres.46
Mas é importante compreender que o processo sinodal, ao mesmo tempo que incentiva o diálogo, não se destina a alterar a doutrina definitiva da Igreja. O Papa Francisco tem sido muito claro que questões doutrinárias como a ordenação sacerdotal não estão prontas para uma votação ou mudança sinodal.41 Em março de 2024, foi anunciado que o tema das diáconas, juntamente com outras questões muito debatidas, seria dado a grupos de estudo especiais para relatar em 2025, em vez de ser um ponto de decisão central na assembleia final do Sínodo em outubro de 2024.48 Alguns vêem isso como uma forma de continuar o diálogo, ao mesmo tempo em que orientam as expectativas sobre mudanças imediatas nos ensinamentos estabelecidos.
A orientação amorosa do Papa Francisco
O Papa Francisco tem consistente e amorosamente reafirmado o ensino do Papa João Paulo II em Ordinatio Sacerdotalis que o sacerdócio está reservado aos homens e que a Igreja não tem autoridade de Deus para mudar esta situação17. Ele disse que esta porta está «fechada». Ao mesmo tempo, o Papa Francisco enfatizou poderosamente a importância vital das mulheres na Igreja e na sociedade. Fala muitas vezes do «génio feminino» e da necessidade de as perspetivas e os talentos das mulheres serem mais plenamente acolhidos na vida da Igreja37. Nomeou mais mulheres para cargos de liderança e aconselhamento importantes no Vaticano e abriu formalmente os ministérios leigos de leitora e acólito para as mulheres.3 No que diz respeito às diáconas, criou comissões para estudar o seu papel histórico desde o início, mostrando que esta questão é considerada mais aberta à investigação do que a da ordenação sacerdotal.3 É um Papa com um coração atento!
Advocacia Contínua e Exploração Fiel
Apesar da natureza definitiva do ensinamento oficial sobre a ordenação sacerdotal, vários grupos católicos e teólogos continuam a defender um novo olhar sobre a possibilidade de ordenar mulheres tanto para o diaconado como para o sacerdócio.8 Eles se envolvem em pesquisas teológicas, reexaminam as Escrituras e exploram a história, todos contribuindo para um diálogo contínuo dentro da Igreja em geral.43 A discussão sobre as diáconas, em particular, permanece mais visivelmente ativa dentro dos círculos oficiais da Igreja, dados os precedentes históricos e as comissões de estudo em andamento.
O desejo generalizado de uma maior inclusão e reconhecimento dos dons das mulheres, como vemos na opinião pública e nas discussões sinodais, é uma realidade pastoral para a Igreja. Embora isso não mude a doutrina fundamental, encoraja a Igreja a continuar a refletir sobre a melhor forma de valorizar e integrar as contribuições de todos os seus membros, homens e mulheres, em sua bela missão ao mundo. Deus está sempre a levar-nos para a frente!
Conclusão: Avançar na fé, no serviço e no amor infalível de Deus!
A questão de saber se uma mulher pode ser um sacerdote católico é uma questão que toca verdadeiramente as partes mais profundas da nossa fé, da nossa identidade e do nosso desejo de servir dentro do maravilhoso Corpo de Cristo. Tal como explorámos em conjunto, o católico, no seu compromisso inabalável de permanecer fiel a Jesus Cristo e à preciosa Tradição transmitida pelos Apóstolos, ensina com clareza e amor que não tem a autoridade de Deus para conferir a ordenação sacerdotal às mulheres.3 Este ensinamento, cheio da sabedoria de Deus, não é apresentado como uma declaração sobre o valor ou as capacidades das mulheres — cuja igual dignidade é profunda e alegremente afirmada — mas como uma questão de fidelidade à forma específica como Cristo escolheu estabelecer o sacerdócio ministerial10.
A Igreja compreende, com o coração terno da mãe, que este ensinamento pode, por vezes, ser uma fonte de dor ou de dificuldade para alguns fiéis. Valoriza profundamente o amor a Cristo e à Igreja, que muitas vezes motiva as suas perguntas e os seus desejos sinceros.7 Este é um apelo para que toda a Igreja caminhe em conjunto na compreensão, na compaixão e na caridade, apoiando-se mutuamente na fé.
É tão importante recordar que, embora o sacerdócio ministerial tenha uma forma e uma função sacramentais específicas, todos os cristãos batizados — homens e mulheres — participam no sacerdócio comum de Cristo!39 Cada um de nós é chamado à santidade, a oferecer a sua vida como sacrifício espiritual a Deus e a participar ativa e alegremente na missão da Igreja de proclamar a Boa Nova. As mulheres contribuem para a vida e a missão da Igreja de inúmeras formas essenciais e belas, refletindo o que o Papa João Paulo II chamou de «génio feminino» – esses dons únicos de coração, mente e espírito que enriquecem a Igreja e o mundo inteiro.36 Do coração amoroso da família às fronteiras corajosas do trabalho missionário, da poderosa erudição teológica ao serviço compassivo aos pobres e vulneráveis, a presença e as contribuições das mulheres são absolutamente indispensáveis e uma verdadeira bênção de Deus!
Navegar nesta e noutras questões desafiantes da fé exige uma confiança profunda e permanente na sabedoria infinita de Deus e no seu cuidado amoroso pela sua Igreja. O Espírito Santo continua a guiar a convocar todos os seus membros para uma fé mais profunda, esperança inabalável e amor autodoador. Neste caminho comum, cada membro da Igreja, com os seus dons e vocações únicos dados por Deus, é acarinhado por Deus e tem um papel vital a desempenhar na edificação do Corpo de Cristo e no testemunho do seu incrível amor no mundo. Que todos nós continuemos a procurar o entendimento com o coração aberto, a servir com generosidade e a caminhar juntos na bela unidade da fé, sabendo que Deus está sempre connosco, guiando-nos com o seu amor infalível!
