Como é que as Testemunhas de Jeová passam os fins-de-semana?




  • As Testemunhas de Jeová veem o sábado como uma ordem específica para o antigo Israel, que não é vinculativa para os cristãos de hoje.
  • Acreditam que o cumprimento por Jesus da Lei mosaica, incluindo os Dez Mandamentos, significa que os cristãos estão, em vez disso, sob a «lei de Cristo».
  • Trabalhar aos fins de semana é aceitável para as Testemunhas de Jeová, uma vez que não existem requisitos dados por Deus para um dia santo designado.
  • Concentram-se na adoração e no serviço a Deus todos os dias, dedicando tempo ao estudo pessoal, às reuniões da congregação e ao ministério público, em vez da observância específica do sábado.
Esta entrada é a parte 9 de 37 da série Compreender as Testemunhas de Jeová

O fim-de-semana não é um presente maravilhoso? Um tempo para a família, para descansar, talvez para pôr as coisas em dia. Mas já se perguntou como diferentes pessoas de fé se aproximam destes dias especiais? Às vezes surgem perguntas, especialmente quando vemos vizinhos ou colegas de trabalho a viver a sua fé de formas que podem parecer diferentes das nossas.

Uma pergunta que surge frequentemente é sobre os nossos vizinhos, as Testemunhas de Jeová. Têm regras especiais para trabalhar aos sábados ou domingos? As Testemunhas de Jeová podem trabalhar no fim de semana? É uma grande pergunta, nascida da curiosidade e do desejo de compreender.

Vamos explorar esta questão em conjunto com corações e mentes abertos, analisando o que as Testemunhas de Jeová acreditam com base na sua compreensão da Bíblia. Não se trata de julgar sobre como ganhar clareza e apreciar as diversas formas como as pessoas procuram honrar a Deus.1 Preparem-se! Vamos analisar 10 questões fundamentais que vão diretamente ao cerne da questão, ajudando-nos a compreender a sua perspetiva sobre o sábado, o trabalho de fim de semana e a viver a sua fé todos os dias.

O que era exatamente o Sábado, e era uma ordem para todos desde o início?

Comecemos pelo início, como a construção de uma base sólida. O que exatamente era Neste dia de sábado que lemos na Bíblia?

Ora, a palavra «sábado» vem do hebraico sha·vathÊ1, Para os antigos israelitas, que viviam sob a Lei dada por Deus através de Moisés, o sábado semanal era o sétimo dia da sua semana. Pense nisso como correr do pôr-do-sol de sexta-feira ao pôr-do-sol de sábado.1 E obedecer a essa ordem era um grande negócio sob essa Lei! Significava parar todo o trabalho - não acender fogos, recolher madeira ou mesmo carregar coisas.2 Ignorar o sábado era visto como ir contra Deus, e a consequência podia até ser a morte.2

Mas esta regra foi para todos, desde o início? As Testemunhas de Jeová explicam que, embora o Génesis nos diga que Deus descansou no sétimo «dia» após a criação da Terra 1, isso não significa que Ele tenha dito a Adão e Eva, ou a qualquer outra pessoa na altura, para fazerem uma pausa de 24 horas todas as semanas.5 Eles vêem uma diferença entre Deus e a Terra. descansando e Deus comandando As pessoas devem descansar nessa altura.5 Salientam que a Bíblia não menciona pessoas como Abraão, Isaque ou Jacó a tirarem um sábado semanal antes de Moisés aparecer.â ́ O facto de não haver nenhuma ordem a Adão ou a essas primeiras figuras é visto como uma prova importante de que o sábado não era uma regra universal desde a criação.1

Em vez disso, as Testemunhas de Jeová acreditam que chegou a primeira instrução clara sobre um descanso sabático semanal. depois Os israelitas deixaram o Egito. Lembram-se de quando Deus providenciou o maná no deserto? Disse-lhes para não o recolherem no sétimo dia, porque era um dia de descanso.1 Esse momento, no capítulo 16 do Êxodo, é visto como o verdadeiro ponto de partida para as pessoas observarem o sábado sob a direção de Deus.2 Esta visão separa o mandamento do sábado da história da criação, tornando-o algo específico para os israelitas e a sua relação especial com Deus.

E pensar em porquê Deus deu a Israel o Sábado. Deuteronómio 5:15 liga-o diretamente ao seu resgate da escravidão no Egito: «Tens de te lembrar que te tornaste escravo na terra do Egito e que Jeová, o teu Deus, começou a tirar-te dali... É por isso que Jeová, o teu Deus, te ordenou que continuasses no dia de sábado».1 Ao ligar o sábado a esta missão de resgate específica para Israel, e não apenas à criação, destaca a crença de que o comando era principalmente para a nação que experimentou essa liberdade, não para todos desde o início.1

Por que razão as Testemunhas de Jeová acreditam que o sábado era um sinal especial apenas para o antigo Israel?

Sabes como às vezes um acordo especial precisa de um sinal, como um anel significa casamento? As Testemunhas de Jeová veem o sábado desempenhar um papel semelhante há muito tempo, atuando como um identificador único entre Deus e a nação de Israel.

A crença deles concentra-se em escrituras como Êxodo 31:16-17. Esta passagem diz: «Os filhos de Israel devem guardar o sábado... É um pacto por tempo indeterminado. Entre mim e os filhos de Israel, isto é um sinal de tempo indefinido. O Sabbath é um "sinal" especificamente "entre mim Jeová(#) e os filhos de Israel».2 O pensamento é, se o sábado era para todos, não funcionaria realmente como um sinal especial marcar o acordo único de Deus apenas com Israel, não é?1

Outros versículos parecem apoiar isto. Em Deuteronómio 5:2-3, Moisés diz: «Não foi com os nossos antepassados que Jeová celebrou este pacto connosco, todos nós hoje aqui vivos.» Isto liga o acordo, incluindo a regra do sábado, diretamente à geração no Monte Sinai.âââ ́ E Ezequiel 20:10-12 menciona Deus dando as Suas leis aos israelitas depois do Egito, acrescentando: «Também os meus sábados lhes dei, para se tornarem um sinal entre mim e eles».5 Estes versículos são vistos como mostrando que o acordo do sábado era especificamente para o antigo Israel.5 Ver o sábado como um «sinal para Israel» é fundamental. Reconhece que o mandamento veio de Deus nas Escrituras Hebraicas, mas liberta aqueles que não fazem parte desse acordo específico – como os cristãos – de terem de segui-lo. Ele traça uma linha clara entre a Antiga Aliança para Israel e a Nova Aliança para os Cristãos.

E aquelas palavras como «perpétuo» ou «para sempre» usadas com o acordo do sábado, como em Êxodo 31:17?1 As Testemunhas de Jeová explicam que a palavra hebraica ‛oh·lamÊ1 utilizado ali significa, basicamente, um tempo longo e indefinido do ponto de vista da altura, não necessariamente estritamente eterno ou sem fim.1 Eles apontam para outras alturas ‛oh·lamÊ1 é usado para coisas que Deus acabou mais tarde, como o sacerdócio de Arão mencionado em Êxodo 40:15.5 ‛oh·lamÊ1 como «por tempo indeterminado» em vez de «para sempre» é realmente importante para a sua opinião. Significa que o acordo sabático, embora duradouro, foi concebido para ser temporário e poderia terminar, o que eles acreditam que aconteceu quando o cristianismo começou.1 Esta compreensão da palavra ajuda a conciliar a linguagem da Bíblia com a sua crença de que a regra sabática já não está ativa.

As Testemunhas de Jeová veem os Dez Mandamentos, incluindo o Sábado, como regras para os cristãos de hoje?

Todos conhecemos os Dez Mandamentos - palavras poderosas de Deus! Mas como é que as Testemunhas de Jeová vêem o seu lugar na vida de um cristão hoje? Toda a lista ainda é o livro de regras?

As Testemunhas de Jeová ensinam que todo o acordo feito por Deus através de Moisés, muitas vezes chamado de Lei Mosaica, chegou ao seu cumprimento e terminou quando Jesus Cristo chegou. E sim, isso inclui os Dez Mandamentos, que foram o próprio fundamento desse acordo da Lei.1 Não concordam com a ideia que alguns outros cristãos têm, separando uma "lei cerimonial" (visto como terminado) de uma "lei moral" como os Dez Mandamentos (visto como sempre vinculativo, talvez exceto para o próprio dia de sábado).1â° Em vez disso, as Testemunhas de Jeová acreditam que a Bíblia apresenta a Lei como um pacote completo, e que este inteiros O pacote foi cumprido e deixado de lado através de Cristo.6 A visão deles é simples: Ou todo o acordo da Lei ainda está em vigor, ou toda a coisa é substituída. Acredita-se que tenha sido substituído.8

Várias escrituras são a chave para esta compreensão. Romanos 7:6-7 é frequentemente citado. Aqui, o apóstolo Paulo diz que os crentes «foram dispensados da Lei». E logo depois, Paulo usa o Décimo Mandamento («Não cobiçarás») como exemplo dessa mesma Lei!3 Para as Testemunhas de Jeová, isto mostra claramente que os Dez Mandamentos faziam parte da Lei da qual os cristãos foram libertados.1 Outra passagem importante é 2 Coríntios 3:7-11. Fala do «código que dá a morte e que foi gravado em letras e pedras» – são os Dez Mandamentos dados a Moisés! Esta passagem chama esse código de glorioso também diz claramente que era "para ser eliminado".1 E Colossenses 2:13-14 descreve Deus "apagar o documento manuscrito contra nós, que consistia em decretos" e pregá-lo à estaca de tortura de Cristo. As Testemunhas de Jeová entendem que este «documento manuscrito» é o acordo da Lei mosaica, incluindo os seus principais mandamentos.1

Isto significa que os cristãos não têm regras ou bússola moral? Absolutamente não! Embora o Código do Mosaico uma vez concluído um acordo vinculativo, as Testemunhas de Jeová acreditam firmemente que princípios morais Dentro dela continua a ser vital. Princípios como evitar a adoração de ídolos, o assassinato, o adultério, o roubo e a mentira, além de honrar os pais, são repetidos e mesmo expandidos nas Escrituras Gregas Cristãs (Novo Testamento).6 Espera-se definitivamente que os cristãos vivam de acordo com estes princípios, que fazem parte do que se chama «a lei de Cristo».5 Mas aqui está a diferença crucial: a ordem específica para observar um dia de sábado semanal é visivelmente faltando dos mandamentos dados aos cristãos no Novo Testamento.6 Na sua opinião, quando o dever cristão provém dos mandamentos do Novo Testamento, esta ausência é uma forte prova de que a guarda semanal do sábado não faz parte da «lei de Cristo». Assim, a moral cristã não provém diretamente da lista de dez dada no Sinai a partir dos ensinamentos de Jesus e dos seus apóstolos.

Como é que as Testemunhas de Jeová compreendem o versículo bíblico que diz que Cristo é o «fim da Lei»?

A Bíblia diz-nos em Romanos 10:4 que «Cristo é o fim da Lei». Isso soa bastante definitivo! Mas o que isso significa realmente para a forma como vivemos a nossa fé hoje, de acordo com as Testemunhas de Jeová?

A sua compreensão da palavra «fim» (do grego telos) Em Romanos 10:4 significa mais do que apenas parar. Jesus Cristo, através da sua vida perfeita e do seu sacrifício, satisfez perfeitamente todos os requisitos e prenúncios da Lei mosaica.6 Ele levou a Lei à sua conclusão pretendida.3 Pensa nisto como um construtor que termina um edifício de acordo com o contrato. Uma vez concluído o edifício, o objetivo do contrato é alcançado e deixa de ser o principal documento para os trabalhos em curso. Do mesmo modo, o cumprimento da Lei por parte de Cristo significou que o «contrato» da Lei com o antigo Israel foi concluído e deixou de ser vinculativo.3 Isto coaduna-se com o que o próprio Jesus disse em Mateus 5:17 – que veio «não destruir para cumprir» a Lei.6

Romanos 10:4 diz-nos também que resultado Cristo é o fim da lei: «...para que todos os que exercem a fé possam ter justiça».1 Isto é entendido como significando que estar certo com Deus já não provém de tentar seguir as regras da Lei mosaica, incluindo o sábado. Em vez disso, a justiça vem através da fé em Jesus Cristo e da aceitação do valor do seu sacrifício.1 Isto coloca Cristo no centro — ele não se limitou a ensinar ao abrigo da Lei, levou todo esse acordo jurídico ao seu termo previsto, começando uma nova forma de ter uma relação com Deus.

Assim, uma vez que guardar o sábado semanal era uma parte fundamental da Lei que Cristo cumpriu e terminou, o requisito de os adoradores de Deus guardarem o sábado parou juntamente com o resto do acordo da Lei.1 Este entendimento afeta profundamente a forma como a salvação é vista. Baseia firmemente a justiça na fé na obra salvífica de Cristo, excluindo claramente seguir as obras da Lei (como a guarda do sábado) como forma de obter o favor de Deus. Desta perspectiva, continuar a guardar o sábado como um requisito mostraria um mal-entendido de como Deus concede a justiça na era cristã.

O que podemos aprender de como o próprio Jesus tratou o dia de sábado?

Jesus é o nosso último exemplo, não é? Olhar para a forma como Ele viveu e o que Ele ensinou sobre o Sábado pode iluminar muito este tópico!

As Testemunhas de Jeová reconhecem plenamente que Jesus, nascido judeu ao abrigo da Lei mosaica (como observa Gálatas 4:4), guardou o sábado durante a sua vida na terra.5 Respeitou a ordem de Deus tal como foi dada.

Mas os Evangelhos mostram muitas vezes Jesus a confrontar-se com os líderes religiosos judeus do seu tempo, especialmente os fariseus e os escribas, sobre o Sábado.12 Estas divergências não aconteceram porque Jesus ignorou a própria lei do Sábado porque desafiou os líderes de forma super rigorosa, onerosa e muitas vezes regras artificiais Por exemplo, quando seus discípulos colheram alguns grãos para comer enquanto caminhavam por um campo no sábado, os fariseus os acusaram de colheita ilegal.13 E quando Jesus curou as pessoas no sábado, como o homem com a mão seca, os líderes pensaram que era trabalho proibido, a menos que a vida de alguém estivesse em perigo imediato.12

Em resposta, Jesus argumentou consistentemente que era «lícito fazer uma coisa boa no sábado» (Mateus 12:12).8 Sublinhou a misericórdia, a compaixão e a satisfação das necessidades humanas reais por se cingir rigidamente às restrições feitas pelo homem.13 Ele apontou exemplos das escrituras, como o Rei Davi comer o pão especial normalmente reservado aos sacerdotes quando tinha fome e os próprios sacerdotes fazerem as tarefas necessárias no templo no sábado sem serem culpados.13 Também usou o bom senso, perguntando se não salvariam uma ovelha que caísse numa cova no sábado, mostrando que eram permitidos atos de necessidade e bondade.12 As suas ações e ensinamentos visavam trazer o sábado de volta ao seu verdadeiro propósito – uma bênção e um refrigério para as pessoas, não um fardo pesado.13

Mais importante ainda, Jesus declarou: «O sábado veio à existência por causa do homem, e não o homem por causa do sábado; portanto, o Filho do homem é o Senhor mesmo do sábado» (Marcos 2:27-28).1 As Testemunhas de Jeová entendem isto como significando que Jesus tinha autoridade dada por Deus sobre a lei do sábado. Ele conhecia o seu verdadeiro espírito e propósito e tinha o direito de interpretá-lo e aplicá-lo corretamente.1 O seu senhorio sobre o sábado mostrou a sua autoridade para agir misericordiosamente e apontou para o eventual cumprimento e fim do acordo da Lei através do seu ministério, morte e ressurreição.8 Acreditava-se que as ações sabáticas de Jesus não consistiam em acabar com a lei cedo durante o seu ministério sobre a correção de interpretações erradas e a revelação do seu coração verdadeiro e misericordioso, preparando o caminho para o seu cumprimento.12

O título «Senhor do Sábado» é visto como tendo um significado maior, apontando para o futuro papel de Jesus como Rei messiânico. Nessa função, supervisionará um grande "sábado" de mil anos para a humanidade, um tempo de paz e de libertação das lutas causadas pelo pecado e pela influência de Satanás.13 Assim, a sua pretensão de ser Senhor sobre o sábado semanal prenunciava a sua autoridade para trazer este descanso final e futuro para todas as pessoas obedientes.1

Se não guardarem o sábado, as Testemunhas de Jeová tratam o domingo como um dia santo especial?

Esta é uma excelente pergunta de seguimento! Se o sábado não é o dia de descanso necessário, os cristãos mudaram-no para o domingo? Qual é a perspetiva das Testemunhas de Jeová no primeiro dia da semana?

O ensino claro das Testemunhas de Jeová é que a Bíblia dá sem comando Os cristãos devem deixar de lado o domingo, ou qualquer outro dia específico, como um dia sagrado obrigatório de descanso e adoração para substituir o sábado judaico. todos os dias, não apenas embalar as atividades religiosas num período de 24 horas por semana.3

Olhando para a forma como os primeiros cristãos viviam, tal como descrito no Novo Testamento, as Testemunhas de Jeová observam que o domingo parece ter sido apenas um dia de trabalho regular no mundo romano naquela época.5 Sim, houve ocasiões em que os apóstolos se reuniram com outros crentes no primeiro dia da semana – como Paulo partilhar uma refeição em Troas antes de partir (Atos 20:7) ou dizer aos coríntios para reservarem dinheiro em privado no primeiro dia para uma coleção (1 Coríntios 16:2). No entanto, estes eventos não são vistos como a criação do domingo como um novo «sábado cristão» necessário para todos5. Em vez disso, estes eventos são vistos como acontecimentos devido a situações específicas (como os planos de viagem de Paulo) ou como sugestões práticas, e não como ordens de culto semanal em grupo ou de descanso5.

Em vez de um dia santo exigido, as Testemunhas de Jeová apontam para o princípio da liberdade cristã nestas matérias. Costumam citar Romanos 14:5: «Uma pessoa decide que um dia é mais santo do que outro; outros juízes todos os dias o mesmo. Esta escritura é entendida como significando que a decisão de reservar um determinado dia para descanso ou um foco espiritual extra depende da própria consciência de cada cristão, e não de algo ditado pela lei de Deus.5

Eles também notam que o domingo tornou-se o dia principal para o culto cristão e descanso aconteceu gradualmente ao longo dos séculos. depois os apóstolos. Foi influenciado por coisas como querer recordar o dia da ressurreição e, sobretudo, por decretos do governo romano, como os do imperador Constantino no século IV.14 As Testemunhas de Jeová veem esta mudança histórica como um afastamento do padrão original de culto encontrado na Bíblia, que pretendem seguir.11 A sua rejeição da observância obrigatória do domingo decorre diretamente da sua crença central: Os requisitos específicos do dia terminaram com a Lei Mosaica. Os cristãos são guiados pelos princípios e mandamentos claros do Novo Testamento, que não santificam nenhum dia específico da semana.5 Esta posição separa-os claramente dos sabatarianos de sábado e da maioria das tradições cristãs que observam o domingo.

Por conseguinte, é aceitável que as Testemunhas de Jeová tenham empregos que exijam trabalho ao sábado ou ao domingo? Como costumam ser os fins-de-semana?

Ok, vamos ser práticos! Uma vez que não veem o sábado ou o domingo como um dia de folga obrigatório, isso significa que as Testemunhas de Jeová podem trabalhar no fim de semana? O que fazem tipicamente faça aos fins-de-semana?

Com base na sua convicção fundamental de que os cristãos não estão vinculados pela lei do sábado mosaico e que nenhum outro dia é ordenado como dia de descanso obrigatório, as Testemunhas de Jeová consideram perfeitamente aceitável ter empregos seculares que envolvam o trabalho aos sábados ou domingos.6 Não há nenhuma regra religiosa contra isso.16 A decisão sobre o trabalho de fim de semana resume-se frequentemente a coisas práticas, como a necessidade de prover a si mesmos e às suas famílias, sendo cidadãos responsáveis17.

Mas, embora o trabalho de fim de semana seja teologicamente correto, os fins de semana são incrivelmente importantes para a vida espiritual e as atividades das Testemunhas de Jeová14. Uma grande parte do seu tempo de fim de semana é geralmente dedicada a atividades centrais para a sua fé:

  • Reuniões da Congregação: As principais reuniões para adoração e aprendizagem da Bíblia geralmente acontecem no fim de semana, muitas vezes num domingo. Estas reuniões normalmente incluem uma palestra bíblica pública e um estudo interativo de A Torre de Vigia Revista.14
  • Ministério do Campo: Partilhar a sua fé publicamente é visto como uma parte vital da sua adoração. Os fins de semana, especialmente os sábados, são momentos-chave para isso, já que muitas Testemunhas trabalham durante a semana, e mais pessoas provavelmente estão em casa ou fora em público. Isso envolve visitar pessoas em casa para falar sobre a Bíblia, oferecer literatura em locais públicos e realizar estudos bíblicos gratuitos em casa.2 Os grupos organizados muitas vezes saem juntos aos fins de semana.14
  • Assembleias e Convenções: Eventos espirituais maiores, como assembleias de circuitos e convenções regionais, que oferecem ensino bíblico mais aprofundado e comunhão, são normalmente realizados durante os fins de semana.
  • Tempo pessoal e familiar: Os fins de semana também oferecem oportunidades para atividades pessoais de adoração ao estudo da Bíblia, e o descanso ou a recreação necessários.14

Assim, a realidade para muitas Testemunhas de Jeová ativas é equilibrar os seus deveres de trabalho seculares aceitáveis, que podem incluir fins de semana, com estas atividades espirituais profundamente importantes e altamente encorajadas.16 Esta abordagem prática vem diretamente da sua teologia: A liberdade de um dia de descanso obrigatório permite que o trabalho de fim-de-semana se concentre fortemente na adoração comunitária e a partilha da sua fé orienta grande parte desse tempo de fim-de-semana para actividades religiosas.18 Embora sejam doutrinariamente livres, a cultura comunitária e o incentivo criam uma forte pressão no sentido de priorizar as reuniões de fim-de-semana e o ministério, o que pode influenciar as escolhas de trabalho ou exigir um planeamento cuidadoso para aqueles que trabalham aos fins-de-semana.17

O que os primeiros líderes cristãos depois dos apóstolos (os Padres da Igreja) ensinaram sobre a mudança do sábado para a adoração dominical?

A história tem tantas lições! Vejamos os primórdios do cristianismo, logo a seguir aos apóstolos. O que diziam os respeitados líderes da igreja primitiva, muitas vezes chamados de Padres da Igreja, acerca do sábado e da adoração aos domingos? A sua sabedoria pode oferecer uma perspetiva valiosa.

Quando olhamos para os escritos de figuras-chave cristãs nos séculos imediatamente depois dos apóstolos (pensemos no final dos séculos I a IV), vemos um padrão consistente: afastaram-se de guardar o sábado como a lei mosaica exigia e, em vez disso, estabeleceram o domingo, chamado "Dia do Senhor", como o dia principal para os cristãos adorarem juntos.2â°

Muitas fontes mostram esta mudança e explicam as suas razões:

  • Recordar a Ressurreição de Cristo: Esta é a razão mencionada com mais frequência. Escritores antigos, como o autor do Didaquê (cerca de 70 d.C.), Barnabé (cerca de 74 d.C.), Inácio de Antioquia (cerca de 110 d.C.) e Justino Mártir (cerca de 155 d.C.) ligam claramente a observância do domingo a Jesus ressuscitado dos mortos no primeiro dia da semana. Carta de Barnabé chama-lhe «o oitavo dia... O dia em que Jesus ressuscitou dos mortos».2 O mártir Justino escreveu: «O domingo é o dia em que todos temos a nossa assembleia comum, porque... Jesus Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dos mortos no mesmo dia».2
  • Símbolo da nova criação: Alguns escritores, como Justino Mártir e mais tarde Atanásio, viam o domingo como o início da nova criação de Deus através de Cristo, traçando um paralelo com o primeiro dia da criação original, quando Deus fez a luz.
  • Para além das práticas judaicas: Havia muitas vezes um esforço claro para tornar os costumes cristãos diferentes dos judeus. Inácio escreveu sobre os cristãos «que já não observavam o sábado vivendo na observância do dia do Senhor».2â° Figuras posteriores como Victorino (cerca de 300 d.C.) mencionavam especificamente o jejum no sábado «para que não pareça que devemos observar qualquer sábado com os judeus».2â° O Conselho de Laodiceia (cerca de 360 d.C.) disse explicitamente aos cristãos que não «judaizassem» ficando ociosos no sábado, mas que trabalhassem nesse dia, honrando simultaneamente o Dia do Senhor.24 Esta distinção foi provavelmente reforçada pelo clima social e político, incluindo a perseguição romana que, por vezes, visava os judeus21.

Como é que eles observavam o Domingo naquela altura? Normalmente, envolvia reunir-se ("assembleia comum"), ler as Escrituras, orar, celebrar a Eucaristia ("partir o pão", "oblação") e dar graças.2° Embora o domingo fosse inicialmente um dia de trabalho regular no Império Romano, escritos de figuras como Tertuliano (cerca de 200 d.C.) e decretos de concílios como Laodiceia mostram um sentimento crescente de respeitar o dia e evitar o trabalho secular, se possível.2â°

O que dizer do Sábado Judaico? Muitos Padres da Igreja viam-no como temporário, simbólico ou dado especificamente a Israel, por vezes ligando-o (como a circuncisão) ao que viam como teimosia de Israel.7 Escritores como Justino Mártir, Irineu e Tertuliano argumentavam que as pessoas justas antes de Moisés (como Adão, Abel, Enoque, Noé e Abraão) não guardavam o sábado, mostrando que não era uma regra universal desde o início.7 Eles acreditavam que o mandamento do sábado, juntamente com outras partes da Lei Mosaica, foi cumprido ou terminado por Cristo.2â°°

É importante perceber, no entanto, que estes primeiros escritores cristãos geralmente não ensinam que o quarto mandamento foi simplesmente movido, com todas as suas regras específicas, de sábado a domingo. Normalmente não chamavam o domingo de «sábado cristão». Em vez disso, viam a observância do Dia do Senhor como uma novo A prática cristã, baseada sobretudo na ressurreição de Cristo e na tradição apostólica, não é uma continuação direta do mandamento sabático do Antigo Testamento.9

Comparar estes pontos de vista da Igreja primitiva com as Testemunhas de Jeová revela algo interessante. Ambos os grupos concordam que o mandamento específico de guardar o sábado de acordo com a Lei mosaica não é vinculativo para os cristãos.5 Ambos podem apontar para pessoas justas antes de Moisés que não guardaram um sábado.6 Mas diferem muito no domingo. Os Padres da Igreja aceitaram universalmente o domingo como o dia definido para o culto em grupo cristão, baseando-o teologicamente na ressurreição de Cristo e no que entendiam como prática apostólica.2â° As Testemunhas de Jeová, concentrando-se no que consideram como mandamentos claros do Novo Testamento, não encontram tal instrução para tornar o domingo especial e, portanto, rejeitam este desenvolvimento por carecer de autoridade bíblica direta.5 Isto mostra uma diferença básica na forma como a tradição e os padrões apostólicos implícitos são valorizados em comparação com a necessidade de mandamentos bíblicos explícitos.

Segue-se um quadro simples que mostra estes diferentes pontos de vista:

Comparação de pontos de vista no sábado e no fim-de-semana

Característica Opinião das Testemunhas de Jeová Posição dos Padres da Igreja Primitiva (Consenso Geral) Típico Mainstream Christian View (Historical/Varied)
Lei do Sábado dado apenas a Israel; Acabou com Cristo Suprimido/Cumprido; Não vincular para os cristãos Geralmente visto como cumprido em Cristo
Base para a visualização Escritura (por exemplo, Rm 10:4, Cl 2:16) Escritura & Tradição Apostólica Escritura & Tradição
Observância do Domingo No mandated holy day; Adore qualquer/todos os dias Dia do Senhor; Dia Primário para o Culto Corporativo Dia do Senhor; Muitas vezes tratado como dia de adoração & descanso
Razões para o Domingo N/A (sem estatuto especial) Comemorar a Ressurreição de Cristo Comemorar a Ressurreição; Dia de adoração/descanso
Trabalho de fim-de-semana Permissível em qualquer dia Inicialmente admissível; Later discouraged/forbidden on Sunday Varia; Frequentemente permitido, o descanso dominical é incentivado/praticado
Ênfase principal A fé diária; Ministério (esp. fins-de-semana) Adoração Corporativa aos Domingos Adoração aos Domingos; Descanso/devoção pessoal

Quando a Bíblia fala de um «descanso sabático» em Hebreus 4, o que é que as Testemunhas de Jeová acreditam que isso significa para os cristãos?

O livro de Hebreus fala de um tipo especial de descanso, um "descanso sabático" que permanece para o povo de Deus (Hebreus 4:9). Se não é o dia de sábado semanal, em que é que as Testemunhas de Jeová acreditam que podemos entrar?

As Testemunhas de Jeová são muito claras quanto ao facto de o «descanso sabático» mencionado no capítulo 4 de Hebreus não Significa manter um dia de sábado literal de 24 horas a cada semana.1 A compreensão deles leva esta ideia numa direção espiritual.

Consideram que este «descanso» significa principalmente deixar de fazer as «próprias obras».6 Estas «obras» não se referem a trabalhos seculares sobre atos de desobediência e falta de fé, especialmente tentando tornar-se justos seguindo a Lei mosaica ou outros sistemas humanos, em vez de confiar completamente na provisão de Deus através da fé em Jesus Cristo.1 Significa descansar do tipo de atitude que os israelitas tinham quando saíram do Egito. Devido à sua falta de fé e desobediência, essa geração não entrou no «resto» que Deus lhes prometeu – simbolizado pela terra de Canaã.6

Portanto, entrar neste "descanso de sábado" é algo que os cristãos são encorajados a fazer. todos os dias.6 Alcançamo-lo por ter fé genuína em Jesus Cristo e seguir obedientemente o propósito contínuo de Deus.6 Significa ter uma relação correta com Deus com base na Sua graça recebida através da fé, e não através das obras inúteis de tentar justificar-se por manter a Lei.1 Este descanso espiritual reflete o próprio descanso de Deus, que começou depois de Ele ter terminado a Sua obra criativa no sexto dia criativo (mencionado em Hebreus 4:4 de Gênesis 2:2). Os cristãos entram simbolicamente nesse mesmo estado de repouso contínuo, interrompendo ações autodirigidas e desobedientes e cooperando fielmente com o plano de Deus centrado em Cristo.

Esta interpretação essencialmente espiritualiza a ideia de descanso sabático encontrada em Hebreus. Permite às Testemunhas de Jeová dar um significado importante ao termo «descanso de sábado» num contexto cristão, sem contradizer a sua forte convicção contra a necessidade de manter um sábado literal e semanal.1 O descanso torna-se interno e contínuo – um estado de ser, e não a observância de um dia específico. Esta visão reforça fortemente o foco teológico em ser corrigido pela fé e não pelas obras da Lei. O último «descanso» de um cristão, neste entendimento, não se encontra na observação cuidadosa de um dia na prática diária da fé, confiança e obediência a Deus através de Cristo.1

Qual é o quadro geral? Como podemos compreender melhor o ponto de vista das Testemunhas de Jeová sobre o descanso, o culto e o trabalho de fim de semana?

Cobrimos muito terreno juntos! Por isso, vamos ampliar e ver o belo quadro geral. Qual é o cerne da compreensão das Testemunhas de Jeová no que diz respeito ao descanso, ao culto e à forma como se aproximam dos fins de semana?

Em termos simples, a perspetiva das Testemunhas de Jeová decorre diretamente de várias crenças fundamentais que encontram na sua leitura da Bíblia: Salientam a importância do nome de Deus, Jeová, e rejeitam a compreensão cristã tradicional da Trindade. Além disso, os seus ensinamentos destacam o estabelecimento iminente do Reino de Deus na Terra, que é uma parte fundamental da sua fé. As interpretações que têm estão muitas vezes enraizadas no Características da Bíblia King James, que, segundo eles, transmitem uma representação mais precisa dos textos bíblicos. Suas crenças únicas são ainda moldadas pela tradução da Bíblia que eles usam, conhecida como a Tradução do Novo Mundo, que eles afirmam refletir sua compreensão das escrituras mais fielmente do que outras versões. Esta tradução sustenta suas doutrinas e é um aspecto significativo de seu ensino, particularmente no que diz respeito à Origem da Tradução do Novo Mundo. Ao aderirem a esta interpretação específica, as Testemunhas de Jeová mantêm uma identidade teológica distinta que as distingue do cristianismo corrente.

  • O mandamento semanal do sábado, encontrado nos Dez Mandamentos, era uma parte fundamental do acordo da Lei Mosaica. Acreditam que este acordo foi feito especificamente com a nação do antigo Israel e agiu como um "sinal" temporário entre eles e Deus.1
  • Todo este acordo da Lei, incluindo os Dez Mandamentos como esse conjunto específico de regras, cumpriu-se e terminou através da vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo.
  • Por conseguinte, os cristãos já não estão sob a Lei mosaica, mas seguem «a lei de Cristo». Esta lei superior baseia-se nos princípios do amor, da fé e da obediência aos mandamentos claramente dados aos cristãos no Novo Testamento5.
  • Eis um ponto fundamental: Enquanto muitos princípios morais do Antigo Testamento são repetidos e ainda se aplicam sob a lei de Cristo, a ordem de guardar um dia de sábado semanal é a seguinte: não Repetido para os cristãos.6
  • Consequentemente, não há nenhuma exigência dada por Deus para que os cristãos parem de trabalhar no sábado (o antigo sábado) ou no domingo (o tradicional dia de culto cristão).6 Ter um emprego secular aos fins de semana é aceitável.16

Em vez de se concentrar num dia santo especial, a ênfase para as Testemunhas de Jeová é mostrar fé e devoção a Deus. todos os dias.3 A sua adoração inclui o estudo pessoal consistente e a oração, a participação regular nas reuniões da congregação (que muitas vezes acontecem aos fins de semana por razões práticas) e, muito importante, a participação ativa no ministério público.14 Este trabalho de partilhar as suas crenças com os outros - evangelizar - é visto como um dever cristão básico e ocupa uma grande quantidade de tempo, especialmente nos fins de semana, quando têm mais oportunidades de falar com as pessoas.2

Compreender o seu ponto de vista significa reconhecer o seu empenho em manter-se fiel ao que veem no ensino bíblico, dando prioridade a ordens claras nas Escrituras Gregas Cristãs em detrimento de tradições ou interpretações posteriores da igreja.11 A sua posição no sábado e no domingo resulta diretamente da forma como compreendem os acordos de Deus — a clara diferença que veem entre o acordo de Deus com Israel sob Moisés e o seu acordo com os cristãos através de Cristo. Esta posição marca claramente a sua identidade religiosa distinta, separando-os das tradições judaicas, sabatinas e tradicionais de observação dominical. Isto reforça a sua crença de que eles estão a praticar o Cristianismo como foi originalmente concebido para ser. O resultado prático é uma comunidade cujas crenças permitem o trabalho de fim-de-semana, cujo foco organizacional e missão central orientam fortemente o tempo de fim-de-semana disponível para a adoração em grupo e, especialmente, para o evangelismo generalizado.16

Conclusão: Viver uma vida de fé, todos os dias

Compreender os outros nos ajuda a crescer! Vimos que, para as Testemunhas de Jeová, o caminho da fé não consiste em reservar um dia especial para viver para Deus a cada momento.

Seu estudo cuidadoso da Bíblia leva-os à conclusão de que a antiga lei do sábado, dada a Israel, não é um requisito para os cristãos de hoje. Esta crença significa que trabalhar secularmente num sábado ou num domingo é considerado aceitável se as circunstâncias assim o exigirem.

Em vez de dedicarem um dia como exclusivamente sagrado, o seu foco desloca-se para a devoção e serviço diários. Tal inclui reunir-se regularmente para bolsas de estudo e instrução, muitas vezes aos fins de semana, e participar ativamente na partilha da sua fé com a comunidade – um trabalho ao qual grande parte do seu tempo de fim de semana é frequentemente dedicado.

Embora as crenças sobre dias e observâncias específicos possam diferir entre os seguidores sinceros de Cristo, todos podemos encontrar inspiração no desejo comum de viver de todo o coração para Deus. Esforcemo-nos por apreciar a seriedade dos outros, mesmo quando as suas práticas diferem das nossas, e continuemos a crescer na nossa caminhada pessoal de fé, procurando fazer com que cada dia conte para Ele.

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