O que é o amor? Interpretação Bíblica e Definição




  • O amor é definido na Bíblia como altruísta, incondicional e uma parte central do caráter de Deus, influenciando a forma como os crentes devem interagir com os outros.
  • A Bíblia descreve quatro tipos de amor: Agape (amor incondicional), Phileo (amor fraternal), Storge (amor familiar) e Eros (amor romântico), com Agape sendo a forma mais elevada.
  • O amor de Deus é demonstrado no Antigo Testamento através da sua firmeza e misericórdia, e mais claramente revelado no Novo Testamento através da vida e do sacrifício de Jesus Cristo.
  • Os ensinamentos de Cristo sublinham que o amor a Deus e aos outros é fundamental para a vida cristã, servindo de base a todas as instruções e relações morais.

Introdução: Qual é a compreensão bíblica do amor?

O amor é uma palavra que ouvimos à nossa volta - em belas canções, poemas sinceros e nossas conversas diárias.1 E embora o mundo tente defini-lo de muitas maneiras, dos livros à ciência, como crentes, temos a compreensão mais maravilhosa e sólida da Bíblia. Na Palavra de Deus, o amor não é apenas um sentimento rápido ou uma ideia romântica; é a própria essência do caráter incrível de Deus e a forma como Ele se liga a cada um de nós.3 A Bíblia mostra-nos consistentemente que o amor consiste em escolher colocar os outros empenhados no seu bem-estar e em querer o melhor para eles.3

Este incrível amor bíblico é quem Deus é — o apóstolo João até nos diz: «Deus é amor» (1 João 4:16, como citado em 3)! É também a força poderosa e altruísta por detrás de todas as Suas ações vivificantes em relação a nós. O ensino cristão ilumina esta devoção altruísta, vendo-a como uma energia vital que deve fluir em todas as partes da nossa sociedade. Destina-se a ser uma base sólida para uma boa moral, orientando a forma como agimos e moldando culturas que ajudam as comunidades a prosperar.1

Compreender o amor desta forma – como uma parte central de quem Deus é e uma luz orientadora para as nossas vidas – une tantas crenças cristãs importantes. Não se trata apenas de um ensino; é o fio condutor que liga a natureza de Deus, os seus mandamentos amorosos, a incrível história de salvação e a forma como nós, crentes, somos chamados a viver juntos na fé.1 A Bíblia mostra que crescer nesta virtude do amor é uma prioridade máxima para aqueles que seguem Jesus, ainda mais importante do que os dons espirituais surpreendentes.4 Uma vez que o amor é tão central na forma como Deus interage com o mundo e no que Ele deseja para nós, explorar o amor bíblico dá-nos uma forma especial e vital de compreender esta experiência humana poderosa e maravilhosa.

Quais são os diferentes tipos de amor na Bíblia?

Usamos a palavra «amor» para tantas coisas, desde amar a nossa sobremesa favorita até à profunda ligação entre marido e mulher. Mas a língua grega antiga, em que o Novo Testamento foi escrito, tinha várias palavras diferentes para o amor. Isso nos ajuda a ver ainda mais claramente como a Bíblia fala sobre este conceito surpreendente. Os professores cristãos muitas vezes falam sobre quatro palavras gregas principais para nos ajudar a compreender os diferentes lados do amor: Ágape, Fileu, Storge e Eros.1 Quando os compreendemos, podemos realmente apreciar as formas ricas e variadas como o amor é mostrado nas Escrituras.

Agape Love (em grego: >ISO_7>ã>ISO_1>água>ISO_1>água>ISO_1

Agape é muitas vezes chamada a forma mais elevada e profunda de amor na Bíblia.6 É um amor incondicional, altruísta e sacrifical. Trata-se de querer intencionalmente o melhor para os outros, mesmo que isso lhe custe muito.6 Este é o tipo de amor que Deus nos mostra, como no famoso verso de João 3:16: «Porque Deus amou tanto (ágape) o mundo que deu o seu único Filho...».6 E o amor de Cristo pelo que o levou a entregar-se por ela (Efésios 5:25) é outra imagem poderosa de ágape.1 Enquanto crentes, somos chamados a viver este tipo de amor com Deus e uns com os outros. E obtê-lo: O agape é visto como a base que faz com que todos os outros tipos de amor sejam fortes e possíveis! 6

Phileo Love (em grego: Φιλέω)

Phileo é esse carinho caloroso, a maravilhosa amizade e camaradagem que partilhamos com pessoas que têm interesses, experiências e valores semelhantes.6 É muitas vezes chamado de «amor fraternal» e tem tudo a ver com confiança mútua e prazer em estar juntos. Phileo é um amor que muitas vezes vem de encontrar alegria ou prazer em outra pessoa e geralmente prospera quando essa afeição é devolvida.10 Pensem na profunda amizade entre Davi e Jónatas 5 ou na afeição que Jesus teve por seu bom amigo Lázaro.5 A Bíblia até diz que Deus Pai tem amor filéo por seu Filho, Jesus (João 5:20).5

Storge Love (em grego: Στοργή)

Storge é o carinho natural, a lealdade e o cuidado que normalmente vemos numa família.5 É o amor entre pais e filhos, ou entre irmãos e irmãs, construído sobre laços familiares, conhecendo-nos bem e partilhando a vida juntos. Embora a palavra grega storge não é muito utilizada isoladamente no Novo Testamento, a ideia de amor familiar está em toda a parte. Por exemplo, em Romanos 12:10, o apóstolo Paulo encoraja os crentes a «dedicarem-se uns aos outros em amor fraternal». filostorgos, que mistura phileo (amor de amizade) com o sentimento de storge (afeição familiar), instando os crentes a tratar uns aos outros com o calor e a lealdade de uma família amorosa.5 A reunião emocional de Jacó e Esaú (Génesis 33:4) e a incrível lealdade que Rute mostrou à sua sogra Naomi (Rute 1:16) também nos mostram como é o amor de storge.6

Eros Love (em grego: ⁇ ρως)

Eros trata de amor romântico, apaixonado ou íntimo, muitas vezes incluindo o desejo físico e a atração, geralmente entre marido e mulher.1 É interessante que a palavra grega específica «eros» não conste efetivamente do Novo Testamento.10 Alguns estudiosos pensam que tal poderia ter sido de propósito, pelo que os escritores bíblicos poderiam separar claramente a ideia cristã do amor romântico de algumas das ideias culturais mundanas sobre o amor romântico. eros naquela época, o que às vezes podia ser egoísta ou profano.10

Mas não compreenda mal, o ideia O Cântico dos Cânticos é um belo livro de poesia que celebra o amor apaixonado entre uma noiva e um noivo.6 Provérbios 5:18-19 encoraja o marido a regozijar-se com sua esposa e ser cativado por seu amor. E Génesis 2:24 lança as bases para o casamento, em que um homem e uma mulher se tornam «uma só carne», o que significa uma intimidade profunda.6 Quando expressa com fidelidade e respeito mútuo no casamento, o amor eros pode tornar ainda mais forte o vínculo entre os parceiros13.

A Inter-relação dos Amores e a Importância do Ágape

Estes diferentes tipos de amor nem sempre estão separados; muitas vezes trabalham em conjunto e enriquecem-se mutuamente. Por exemplo, um casamento forte pode ter a paixão de Eros, o conforto de Storge (à medida que o casal se torna como a família) e a companhia de Phileo.

Mas a Bíblia sempre eleva o amor de Agape. Mostra-se como o ideal divino que deve moldar e aperfeiçoar todos os outros tipos de amor humano.6 Mesmo nas relações que são naturalmente sobre laços familiares (armadilhagem), amizade (filéu) ou romance (eros), as Escrituras sugerem que Deus pede que estes sejam preenchidos com a qualidade altruísta e incondicional de Ágape.5 Isto mostra-nos que Ágape é o fundamento e o objetivo último de todas as relações amorosas.

Vejamos rapidamente as características distintas destes quatro tipos de amor:

Tipo de amorPalavra grega (conceitual)Significado do núcleoIdeia/Exemplo Bíblico Chave
AgapeγάπηAmor incondicional, altruísta, sacrificialO amor de Deus pelo mundo (João 3:16) 6; O amor de Cristo pela Igreja (Ef. 5:25) 1
PhileoΦιλέωAmor fraterno, amizade, afecto mútuoDavi e Jónatas (1 Samuel 18:1) 5; Jesus e Lázaro (João 11:3) 5
StorgeΣτοργήAmor familiar, afecto natural, lealdadeAmor pelos membros da família (por exemplo, Romanos 12:10 \- filostorgos) 5
Eros(Conceito, não palavra)Amor romântico e apaixonado (dentro do casamento)Cântico dos Cânticos 6 Provérbios 5:18-19 6

Como Deus demonstrou seu amor no Antigo Testamento?

Às vezes as pessoas têm a ideia equivocada de que o Deus do Antigo Testamento é tudo sobre a ira, embora o Deus do Novo Testamento é tudo sobre o amor. Mas deixem-me dizer-vos que o Antigo Testamento está repleto de descrições e demonstrações do amor profundo e duradouro de Deus pelo seu povo e, através deles, por todos nós! Este amor é frequentemente descrito com a palavra hebraica xadrez, que significa o amor firme, a misericórdia, a bondade e a fidelidade às suas promessas.3

Uma das mais poderosas declarações do coração amoroso de Deus está em Êxodo 34:6-7. Depois de o povo se ter metido com o bezerro de ouro, Moisés pediu para ver a glória de Deus. E Deus passou diante dele, proclamando: «O Senhor, o Senhor, Deus misericordioso e misericordioso, tardio em irar-se e abundante em amor e fidelidade, fiel em milhares, perdoando a iniqüidade, a transgressão e o pecado...».15 Esta incrível auto-revelação tornou-se uma pedra angular para a compreensão de Israel de quem é Deus.

Esta natureza amorosa brilha em todo o Antigo Testamento. Por exemplo:

  • Neemias 9:17 louva a Deus porque, mesmo quando os israelitas eram desobedientes, Ele é «um Deus pronto a perdoar, clemente e misericordioso, tardio em irar-se e cheio de amor inabalável, e não os abandonou».14 Por vezes, mesmo as correções de Deus podem ser vistas como o seu amor, destinado a guiar e aperfeiçoar o seu povo, não a abandoná-lo14.
  • Isaías 43:1-3 mostra maravilhosamente o amor pessoal e redentor de Deus: «Não temas, porque eu te resgatei; Chamei-te pelo nome, és meu. Quando atravessardes as águas, Eu estarei convosco... Pois Eu sou o Senhor vosso Deus, o Santo de Israel, vosso Salvador».14 Isto fala de um cuidado profundo, protetor e íntimo.
  • Isaías 54:10 salienta a natureza inquebrável do amor de Deus: «Pois os montes podem partir e os montes podem ser removidos, o meu amor inabalável não se afastará de vós...», diz o Senhor, que tem compaixão de vós.»14 Que promessa consoladora, especialmente em tempos difíceis!
  • Mesmo Jeremias 17:9-10, que fala do coração humano, pode ser visto através do amor de Deus. O facto de Deus «procurares o coração» não é duro; é um ato de amor, que demonstra o seu desejo de conhecer verdadeiramente o seu povo e de o conduzir a uma relação mais profunda, ajudando-o a compreender o seu próprio coração14.
  • Toda a história de Oseias e Gomer em Oseias 3, há uma imagem poderosa do amor de Deus. Deus disse a Oseias para recuperar sua mulher infiel, Gomer, e amá-la novamente. Este foi um exemplo vivo dos próprios fiéis de Deus, que buscavam o amor por Israel, que Lhe tinha sido infiel.17 Esta história mostra poderosamente o amor implacável de Deus que quer redimir e restaurar, mesmo após repetidas traições.

O amor de Deus no Antigo Testamento também é claramente visto no seu incrível Paciência com Israel. Ao longo de sua história - desde queixar-se no deserto, até desobedecer durante o tempo dos juízes, até se desviar sob muitos reis - Israel testou constantemente a paciência de Deus.16 No entanto, Deus continuou enviando profetas para alertá-los, chamá-los a voltar e oferecer-lhes oportunidades de restauração.19 Esta longanimidade era um sinal claro de Seu amor, destinado a levá-los de volta a Ele.16

É importante compreender que este amor divino no Antigo Testamento funciona ao lado da santidade e da justiça de Deus. Embora Deus seja «lento em irar-se e abundante em amor inabalável», essa mesma passagem do Êxodo 34:7 também diz que «não esclarecerá de modo algum os culpados».15 A sua paciência é enorme, não significa que não haja consequências para o pecado contínuo e impenitente.16 Isto cria uma dinâmica em que a profunda misericórdia de Deus e o seu justo julgamento andam de mãos dadas. Esta mesma tensão mostra a profundidade de seu amor, que muitas vezes se expressa como longas e repetidas chamadas a arrepender-se. antes juízo, em vez de ignorar o pecado.

Grande parte do amor de Deus por Israel no Antigo Testamento é demonstrado através do seu relação de aliança Este pacto, começando com Abraão e continuando através de Moisés e Davi, criou um laço especial. Por conseguinte, o amor de Deus não era aleatório; estava ligado às suas promessas, à sua fidelidade inabalável à sua palavra e às responsabilidades (muitas vezes não cumpridas por Israel) daquele acordo sagrado. Este quadro de aliança deu estrutura e segurança ao amor de Deus, mostrando-o como um compromisso fiável e cumpridor de promessas.

Como é o amor de Deus mais claramente revelado no Novo Testamento?

Embora o Antigo Testamento estabeleça uma base incrível para compreender o amor de Deus, o Novo Testamento declara que este amor foi demonstrado da forma mais clara, completa e definitiva através da pessoa e da obra de Jesus Cristo!3 O envio do próprio Filho de Deus ao mundo é apresentado como a maior demonstração do seu amor por cada um de nós.

Várias passagens-chave nos dizem esta verdade:

  • Talvez o versículo mais famoso da Bíblia, João 3:16, diz tudo: «Porque Deus amou o mundo de tal forma que deu o seu único Filho, que quem nele crê não perecerá, mas terá a vida eterna».8 Este versículo mostra lindamente o amor de Deus em ação — um amor que atinge a todos e é sacrificial na sua própria natureza.
  • Romanos 5:8 destaca a natureza surpreendente, imerecida e proativa do amor de Deus: «Mas Deus demonstra o seu próprio amor por nós: Embora ainda fossemos pecadores, Cristo morreu por nós».6 Isto sublinha que o amor de Deus não foi uma resposta à nossa bondade, uma iniciativa incrível que Ele tomou em relação a nós na nossa fragilidade.
  • 1 João 4:9-10 Esclarece ainda de onde vem este amor e porquê: «Foi assim que Deus demonstrou o seu amor entre nós: Enviou o seu único Filho ao mundo para que pudéssemos viver através dele. Isto é amor: não que amássemos a Deus que Ele nos amou e enviou o seu Filho como sacrifício expiatório pelos nossos pecados».20 Esta passagem sublinha que o verdadeiro amor começa com Deus e é demonstrado na sua provisão para que sejamos reconciliados e tenhamos uma nova vida através de Jesus.

O A morte sacrificial de Jesus Cristo na cruz é consistentemente apresentado como o auge absoluto do amor de Deus.3 Jesus que dá a sua vida é visto como o maior ato de amor, tornando a salvação possível para todos os que acreditam.14 Este ato não é uma contradição do amor que vemos no Antigo Testamento o seu cumprimento final. Os temas do sacrifício, redenção e fidelidade à aliança do Antigo Testamento encontram sua conclusão mais poderosa em Jesus. Por exemplo, os sacrifícios do Antigo Testamento apontavam para este sacrifício maior e final. A Bíblia mostra que dar a vida por outro é a última forma de amor, e isto é mais claramente visto em Jesus.3

Este amor poderoso revelado em Cristo não é apenas um acontecimento histórico; tem implicações contínuas e surpreendentes para os crentes de hoje. O apóstolo Paulo escreve em 2 Coríntios 5:14-17 que «o amor de Cristo nos compele... E morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para Aquele que morreu por eles e ressuscitou».20 Este amor é uma força transformadora, que motiva os crentes para um modo de vida totalmente novo, centrado em Cristo.

O amor de Deus demonstrado em Jesus é o próprio fundamento da nossa capacidade de amar. Como 1 João 4:19 afirma: «Amamos porque Ele nos amou primeiro».20 A nossa capacidade de amar a Deus, a nós mesmos e aos outros provém de primeiro recebermos e experimentarmos o Seu amor iniciador.

O amor revelado no Novo Testamento não se limita a perdoar pecados passados; trata-se de uma transformação radical e de fazer dos crentes uma «nova criação»!20 Este amor divino visa uma renovação completa de quem somos, restaurando relações e trazendo nova vida.20 É um amor que sustenta e transforma 21, iniciando um processo de fazer novas todas as coisas, a começar pelos nossos corações. Não se trata apenas de um perdão; é um caminho para um tipo de existência totalmente diferente, vivido numa relação maravilhosa com Deus.

Quais são os maiores mandamentos acerca do amor na Bíblia?

A Bíblia atribui uma importância incrível ao amor, não apenas como algo que Deus está como uma ordem-chave para nós. O próprio Jesus resumiu todas as instruções morais de Deus ao destacar dois mandamentos fundamentais centrados no amor.

Quando um especialista na lei perguntou-lhe qual era o maior mandamento, Jesus respondeu (como registrado em Mateus 22:37-40):

  • «Tens de amar o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua mente.» Este é o primeiro e maior mandamento.» 8
  • «E uma segunda é igualmente importante: «Ama o teu próximo como a ti mesmo.» 8 Em seguida, Jesus acrescentou algo crucial sobre a sua importância: «Toda a lei e todas as exigências dos profetas se baseiam nestes dois mandamentos».23 Isto significa que estas duas expressões de amor — amar a Deus e amar o próximo — não são apenas regras importantes; são os princípios fundamentais de todas as outras instruções de Deus.4 Eles captam o próprio âmago do que significa viver uma vida que agrada a Deus.

Com base nisto, Jesus deu aos seus discípulos o que chamou de “Novo mandamento” mesmo antes da sua crucificação. Tal como registado em João 13:34-35:

  • «Um novo comando dou-lhe: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim deveis amar-vos uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.» 6

A «novidade» deste comando é tão poderosa. A ideia de amar o próximo já existia no Antigo Testamento (Levítico 19:18, «ama o teu próximo como a ti mesmo»).24 O que fez com que o mandamento de Jesus fosse «novo» foi o padrão e modelo Por este amor: «Como eu vos amei.» Isto aponta diretamente para o amor único, sacrificial e autodoador de Cristo, Ágape — o amor que Ele estava prestes a demonstrar plenamente na cruz — como o padrão de como os Seus seguidores devem amar-se uns aos outros. Este tipo de amor, então, torna-se a característica definidora, a marca identificadora, de um verdadeiro discípulo de Jesus. Implica também um novo empoderamento, através de Cristo e do seu Espírito, para viver um amor tão radical e exigente.

O Novo Testamento enfatiza consistentemente que o amor é absolutamente essencial. Por exemplo: 1 João 4:20 afirma claramente: «Quem afirma amar a Deus, mas odeia um irmão ou uma irmã, é mentiroso. Pois quem não ama o seu irmão ou irmã, a quem viu, não pode amar a Deus, a quem não viu».22 Isto mostra poderosamente a ligação inseparável entre amar a Deus e amar os outros. Uma não pode existir sem a outra. O amor é apresentado como o elemento mais vital em nossa relação com Deus e uns com os outros.22

A afirmação de que «toda a lei e todas as exigências dos profetas se baseiam nestes dois mandamentos» 23 sugere que o amor é a chave para compreender todas as leis de Deus. Implica que o amor não é apenas outra regra, mas o espírito fundamental e o propósito por trás de toda a instrução divina. Se surgirem perguntas sobre como aplicar um ensino bíblico específico, os princípios abrangentes de amar a Deus e amar ao próximo devem guiar nossa compreensão e ações. Esta perspetiva desloca o foco de uma abordagem potencialmente rígida, seguida por regras, para uma obediência relacional, compassiva e orientada pelo amor.

O que torna o amor de Agape tão especial no cristianismo?

Entre as diferentes formas como o amor é descrito na Bíblia, o amor agape ocupa um lugar verdadeiramente especial e central na compreensão cristã. A sua singularidade provém da sua origem divina, da sua natureza incondicional e do seu incrível poder de transformação.

Agape é, o tipo de amor que o próprio Deus mostra. É descrito como um amor puro, intencional e sacrificial que deseja intencionalmente o melhor para outra pessoa, sem esperar nada em troca.6 Isto torna Agape diferente de outros tipos de amor que podem basear-se na atração, em interesses partilhados ou em laços familiares; Agape está enraizada no próprio caráter e vontade de Deus.

A parte incondicional e sacrificial de Agape é tão importante. É um amor que é dado livremente, não dependendo se a pessoa que o recebe é digna ou amável.1 O exemplo final disto é o amor de Deus por nós, demonstrado «embora ainda fôssemos pecadores» (Romanos 5:8) 6 — um amor dado mesmo quando a humanidade se rebelava contra Ele. Agape procura o bem-estar dos outros, mesmo com grande custo pessoal para quem ama.

Devido a estas qualidades, Ágape é muitas vezes visto como a forma mais elevada e maior de amor cristão.6 É considerado o alicerce que apoia e permite aos crentes amar de todas as outras formas.6 Não é apenas um sentimento passivo, mas uma escolha ativa e uma forma empenhada de agir que demonstra empatia, estende a boa vontade e é destinada a todos, mesmo aos nossos inimigos.7 Os cristãos são chamados a viver este amor ágape na sua relação com Deus e nas suas interações com todas as pessoas.6 Isto torna Ágape central para a ética cristã e para o cumprimento do Grande Mandamento de amar a Deus e ao próximo4.

A natureza altruísta e incondicional de Ágape é profundamente contra-cultural. Num mundo que muitas vezes coloca o interesse próprio, o ganho pessoal ou o amor condicional, Ágape está em belo contraste.24 Praticar Ágape significa nem sempre seguir o seu próprio caminho e, por vezes, ser obrigado a agir apenas no melhor interesse de outrem, mesmo quando é difícil.24 O apelo para amar os seus inimigos (Mateus 5:43-44, como citado em 8) é talvez a expressão mais radical deste amor contracultural. Por conseguinte, o Agape é especial não só porque é um ideal, porque a sua prática desafia ativamente e procura transformar as nossas formas humanas padrão de relacionamento, empurrando-nos para um padrão divino de doação de si.

Enquanto outros amores como Phileo (amizade) e Eros (amor romântico) nos ajudam a conectar-nos, Agape é o que permite as formas mais profundas e resilientes de intimidade e unidade, tanto com Deus como com os outros. É descrito como «o vínculo da perfeição» (Colossenses 3:14) que une todas as outras virtudes em perfeita harmonia.20 Outros amores, se baseados apenas na emoção ou em circunstâncias partilhadas, podem, por vezes, desaparecer ou ser condicionais.1 O Ágape, sendo incondicional e sacrificial, proporciona a base duradoura que pode sustentar as relações através de dificuldades e provações, promovendo uma unidade mais poderosa e duradoura do que os amores baseados apenas no sentimento. É esta qualidade divina e inabalável que torna Ágape tão central e especial na fé cristã.

Como Jesus mostrou-nos como é o amor através da sua vida e das suas histórias?

Jesus Cristo é a imagem final do amor de Deus. Toda a sua vida, o seu ministério, os seus ensinamentos, a sua morte e a sua ressurreição são uma demonstração viva de como é o verdadeiro amor bíblico em ação.3 Não se limitou a falar de amor; Amava activamente todos os que encontrava, muitas vezes sem favoritismo, quebrando barreiras sociais e religiosas ao longo do caminho.

Várias acções específicas de Jesus mostram vivamente este amor:

  • Lavar os Pés dos Discípulos (João 13:1-17): Na noite anterior à sua crucificação, Jesus fez o trabalho de um servo humilde, lavando os pés aos discípulos. Este foi um poderoso ato de humildade, serviço e amor, destinado a dar-lhes o exemplo.27 O Evangelho de João diz-nos que Jesus, «tendo amado os seus que estavam no mundo, mostrou-lhes agora toda a extensão do seu amor» (João 13:1).28 Este ato foi culturalmente chocante, uma vez que a lavagem dos pés era para a pessoa menos importante. Simbolizava não só a limpeza espiritual, mas também o apelo aos Seus seguidores para que se servissem humildemente uns aos outros.27 Este ato mostrou que o amor semelhante ao de Cristo não é orgulhoso, mas está disposto a fazer até mesmo tarefas humildes pelos outros, ligando diretamente o amor à humildade.27
  • Comer com os pecadores e os cobradores de impostos (Mateus 9:9-13; Lucas 15:1-2; Lucas 19:1-10): Jesus passava regularmente tempo com aqueles que eram considerados párias pela sociedade religiosa da sua época, como os cobradores de impostos (vistos como traidores) e os «pecadores» (aqueles que não seguiam leis religiosas rigorosas).29 Nessa cultura, partilhar uma refeição com alguém — a chamada comunhão de mesa — significava aceitação e amizade.29 Os líderes religiosos criticaram Jesus por isso.29 Mas Jesus usou estes tempos para demonstrar a misericórdia de Deus, a sua missão de procurar e salvar os perdidos e a natureza inclusiva do reino de Deus.31 A sua intenção era chegar às pessoas: Chamar-lhes a desviar-se de seus caminhos e oferecer-lhes a salvação.31 Essas ações mudaram radicalmente as ideias comuns sobre a pureza e o acesso a Deus. Embora os fariseus pensassem muitas vezes que a pureza significava separar-se dos «pecadores», Jesus mostrou que a verdadeira santidade envolve e procura resgatar os quebrantados e que o reino de Deus está aberto a todos os que se arrependem, independentemente do seu passado ou posição social31.

Jesus também ensinou muito acerca do amor através de suas parábolas:

  • A Parábola do Filho Pródigo (Lucas 15:11-32): Esta história é uma poderosa ilustração do amor incondicional, compassivo e perdoador de Deus.6 O pai da parábola, que acolhe alegremente o seu filho rebelde de braços abertos e com uma grande celebração, representa a alegria esmagadora de Deus quando um pecador se arrepende e regressa a Ele. A parábola também critica gentilmente a atitude hipócrita do irmão mais velho, ensinando-nos que devemos nos regozijar quando os outros são restaurados, em vez de ficarmos ressentidos.
  • A Parábola do Bom Samaritano (Lucas 10:25-37): Esta parábola mostra um amor ágape prático e ativo.4 Um homem samaritano — um inimigo dos judeus da época de Jesus — pára para ajudar um judeu ferido que tinha sido ignorado pelos seus próprios líderes religiosos. O samaritano mostra compaixão, cuida de suas feridas, leva-o para uma estalagem e paga por seus cuidados. Esta história expande drasticamente a definição de «vizinho» para incluir qualquer pessoa necessitada, independentemente das diferenças sociais, étnicas ou religiosas, e mostra o amor como uma ação compassiva que ultrapassa fronteiras.

A demonstração mais poderosa do amor de Jesus foi a sua A morte sacrificial na cruz. Deu de bom grado a sua vida pela humanidade, que a Bíblia apresenta como o acto supremo de amor (1 João 3:16, como citado em 3). Este sacrifício altruísta é a pedra angular da fé cristã e a expressão final do amor de Deus pelo mundo.

O que os Padres da Igreja Primitiva ensinaram sobre o amor cristão?

Os ensinamentos fundamentais sobre o amor encontrados nas Escrituras foram mais explorados e enfatizados pelos primeiros Padres da Igreja - esses teólogos e escritores influentes nos séculos seguintes aos apóstolos. Eles destacaram consistentemente como o amor é central para a vida, a crença e a prática cristãs, baseando-se no que a Bíblia ensina. Entre estes, figuras como Santo Agostinho, São João Crisóstomo e São Tomás de Aquino ofereceram insights que ainda hoje nos abençoam.

Santo Agostinho de Hipona (354-430 d.C.)

Os pensamentos de Agostinho sobre o amor foram incrivelmente profundos e influentes.

  • Falou-me sobre a declaração bíblica «Deus é amor» (1 João 4:8), e até mesmo sugeriu que «O amor é Deus».35 Para Agostinho, o amor não é apenas uma coisa de Deus faz; é quem Ele está. Então, para "amar corretamente" (que ele chamou de ordo amoris, ou amor corretamente ordenado) deve estar alinhado com o Próprio Deus.35
  • Agostinho definido pecado como «amor mal orientado»35 Isto significa amar as coisas criadas, ou mesmo a nós mesmos, mais do que a Deus, ou agir contra o mandamento do amor. Esse amor desorientado conduz a uma vida egocêntrica, que ele chamou de " idolatria prazerosa", cortando-nos da verdadeira ligação com Deus e com os outros.35
  • Defendeu a ideia de «amor encarnado»—um amor vivido em relações e ações reais. O verdadeiro amor significa reconhecer Deus nas outras pessoas e em tudo o que Ele criou. Escreveu: «Ama o teu irmão... Porque amas o irmão que vês, verás Deus ao mesmo tempo, porque verás o próprio amor e Deus habita nele».35
  • Agostinho deu-nos um guia poderoso e conciso: «Ama e faz o que quiseres»36 O seu ponto era que, se o amor genuíno (enraizado em Deus) é a verdadeira motivação por trás do que fazemos, então estas ações serão naturalmente boas. Este amor não é fraco nem passivo; deve ser fervoroso e disposto a corrigir e disciplinar quando necessário, para o bem último da outra pessoa.

São João Crisóstomo (c. 347-407 AD)

Conhecido como o «Golden-Mouthed» pela sua poderosa pregação, João Crisóstomo também sublinhou a importância suprema do amor.

  • Como Agostinho, ensinava que Agape (amor) é Deus, e que só através do amor podemos verdadeiramente conhecer Deus. Para Crisóstomo, o amor, em sua qualidade, é uma semelhança de Deus que os seres humanos podem alcançar.
  • Ressaltou que o amor é uma A ação prática e a maior das virtudes, incluindo todos os outros e constituindo o fundamento de toda a bondade.37 Ele viveu isto através dos seus próprios actos de caridade.
  • Crisóstomo destacou o dever cristão de amar os vizinhos e até mesmo os inimigos. O crente, ensinava ele, continua a amar o próximo, mesmo que este mostre ódio ou abuso, imitando assim Cristo que perdoou os seus inimigos na cruz.37
  • Associou diretamente o amor à salvação, afirmando: «No cristianismo, a nossa salvação passa pela salvação do outro e isto significa amor» 37, sublinhando o aspeto comunitário e relacional da obra salvífica de Deus.

São Tomás de Aquino (c. 1225-1274 AD)

Em sua teologia sistemática, Tomás de Aquino tratou o amor, particularmente o que ele chamou de "amor". caridade (latim: caritas), como uma virtude suprema.

  • Tomás de Aquino definiu a caridade como «a amizade do homem por Deus», que «nos une a Deus». Considerou-a «a mais excelente das virtudes».26
  • A caridade, explicou, Estende-se não só a amar a Deus, mas também a amar o próximo., amados pelo amor de Deus.26
  • Acreditava-se que a caridade era um requisito absoluto para alcançar o nosso objetivo final, que é a felicidade (ou bendita comunhão com Deus).39
  • A caridade é a virtude teológica divinamente infundida, ou seja, é um dom de Deus derramado nas nossas almas e reside na nossa vontade e não apenas nas nossas emoções. Purifica e eleva o amor humano à perfeição do amor de Deus.26

Um tema importante de Padres como Agostinho e Crisóstomo é que o amor é uma Como diagnosticar a verdadeira fé. Para eles, a presença de amor ativo e altruísta - especialmente para com os outros cristãos e até mesmo para com os inimigos - era um sinal fundamental da crença genuína, distinguindo-a de apenas dizer as palavras certas ou ensinamentos divisivos e incorretos.35 Os atos de amor, na sua opinião, falavam mais alto do que as palavras ou mesmo apenas as crenças corretas.

A ênfase de Aquino na caridade como uma virtude na "vontade" 26, e a ideia de Agostinho de ordo amoris ou «amor devidamente ordenado» 35, mostrar que o amor cristão não é apenas um sentimento espontâneo. Envolve a razão, a escolha consciente, a graça de Deus e é um «hábito» a desenvolver. Isto apresenta uma compreensão sofisticada do amor como uma direção deliberada e assistida por Deus de todo o nosso ser em relação a Deus e aos outros, exigindo crescimento contínuo e compreensão correta, elevando-o muito além do mero sentimento.

O que 1 Coríntios 13 nos ensina sobre como amar?

O décimo terceiro capítulo da primeira carta de Paulo aos Coríntios é talvez a passagem mais famosa e amada da Bíblia sobre o amor. É frequentemente lido em casamentos e citado como inspiração o seu objetivo original era profundamente pastoral, abordando questões específicas na comunidade cristã primitiva de Corinto. Este capítulo nos dá uma descrição poderosa do que o amor verdadeiro, semelhante a Cristo (Agape) parece em ação e explica por que é tão incrivelmente importante.

A Supremacia do Amor

Paulo começa por estabelecer que o amor é absolutamente necessário e superior a todos os outros dons espirituais e acções impressionantes. Ele argumenta que mesmo as capacidades mais extraordinárias — como falar em línguas de homens ou anjos, ter poderes proféticos, compreender todos os mistérios e conhecimentos, ou ter fé que pode mover montanhas — são inúteis sem amor.3 Mesmo atos de extrema generosidade, como dar tudo aos pobres, ou sacrifício extremo, como dar o corpo para ser queimado, não significam nada se não forem motivados pelo amor.20 Sem amor, somos apenas "um gongo retumbante ou um címbalo gritante"21 — barulhento, mas vazio. Isto estabelece o amor não apenas como uma qualidade desejável, mas como o fundamento essencial para uma vida cristã significativa e ministério.

As Características do Amor (1 Coríntios 13:4-7)

Em seguida, Paulo faz uma descrição pormenorizada do caráter do amor, não definindo-o de forma abstrata mostrando o que faz e o que não faz:

  • O que é o amor (atributos positivos): «O amor é paciente, o amor é bondoso».3 Estas duas qualidades dão o tom, sublinhando a resistência suave e a boa vontade ativa.
  • O que o amor não é (Atributos negativos): O amor «não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não desonra os outros, não procura a si mesmo, não se irrita facilmente, não guarda registro de erros. O amor não se deleita com o mal...».3 Esta lista contraria diretamente muitas falhas humanas comuns, especialmente as relacionadas com o orgulho, o egoísmo e o ressentimento.
  • O que o amor faz (Atributos ativos): Amor «... regozija-se com a verdade. Protege sempre, confia sempre, espera sempre, persevera».3 Estas frases descrevem o amor como resiliente, fiel e duradouro face aos desafios.

O amor como forma de vida e a sua resistência

Esta descrição retrata o amor como mais do que uma emoção. é a modo de vida, um conjunto de ações e atitudes vividas à imitação de Jesus Cristo, consistentemente focadas no bem dos outros e não em si mesmas. contracultura, desafiando o egocentrismo tão comum na sociedade.25 Um aspeto-chave deste amor é a sua capacidade de perdoe, uma vez que «não regista erros», refletindo o perdão oferecido por Cristo.25

Por fim, Paulo ressalta a A Natureza Duradoura do Amor: «O amor nunca falha».20 Embora as profecias cessem, as línguas se calem e o conhecimento passe, o amor permanece. No final, Paulo conclui: «E agora estes três permanecem: fé, esperança e amor. Mas o maior deles é o amor» (1 Coríntios 13:13).20

É tão importante compreender que 1 Coríntios 13 não foi escrito no vácuo. Está «ancorada no seu contexto literário» 25, abordando diretamente os problemas da divisão, do orgulho e da utilização indevida dos dons espirituais que perturbavam a igreja coríntia. Os membros da igreja valorizavam certos dons espetaculares (como falar em línguas) sobre outros, levando à arrogância e à desordem. Paulo introduz o amor como o «caminho mais excelente» 25 — a verdadeira medida da maturidade espiritual e a única base para uma vida comunitária saudável. O capítulo baseia-se em um tema anterior na carta: "O conhecimento incha o amor edifica" (1 Coríntios 8:1).40 Assim, a bela descrição do amor neste capítulo serve como uma solução prática para a desunião da igreja, oferecendo um caminho para edificar uns aos outros em vez de inchar a si mesmo.

Enquanto o amor é um dom de Deus, este capítulo também implica que é uma virtude ser cultivado A lista detalhada das ações e atitudes do amor sugere um processo de prática intencional e crescimento espiritual, com Cristo como exemplo final.25 Não se trata apenas de um ideal passivo, mas de uma busca ativa, uma vez que os crentes, capacitados pelo Espírito Santo, esforçam-se por viver estas características na sua vida quotidiana.

Como podemos viver o amor de Deus todos os dias?

Compreender a ideia bíblica do amor é uma coisa. vivê-lo em nossas interações diárias é o caminho maravilhoso e contínuo de um cristão. As Escrituras nos dão muita orientação sobre como transformar a alta vocação do amor em ações práticas e quotidianas. O princípio fundamental é imitar a Cristo, que é o nosso último exemplo de amor em ação. Como Efésios 5:1-2 nos encoraja: "Portanto, sede imitadores de Deus, como filhos amados. E andai em amor, como Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós...».20

Cumprir estes dois maiores mandamentos - amar a Deus com todo o nosso ser e amar o nosso próximo como a nós mesmos - forma a própria base de uma vida cheia de amor.22 Isto traduz-se em tantas expressões tangíveis:

As características de 1 Coríntios 13:

A descrição do amor em 1 Coríntios 13:4-7 é como uma lista de verificação prática para a nossa vida diária:

  • Ter paciência e ser gentil: Escolhe a paciência quando o teu cônjuge se esquece de alguma coisa ou quando enfrentas situações irritantes.23
  • Perdoai aos que vos enganam: Libertai-vos dos rancores e perdoai, como o Senhor vos perdoou (Mateus 6:14-15; Colossenses 3:13).23 Isto significa não manter uma lista mental de mágoas passadas.25
  • Evite a inveja, a jactância, o orgulho e a rudeza: Concentrar-se na humildade e honrar os outros.23
  • Não ser auto-proclamado ou facilmente irritado: Esforçar-se por ter em conta as necessidades e perspetivas dos outros.23

Ações Específicas de Amor:

A Bíblia incentiva muitas ações específicas que demonstram amor:

  • Sirva aos necessitados: Isto pode ser qualquer coisa, desde ajudar com tarefas práticas até oferecer um grande apoio (Mateus 25:35-40).
  • Demonstrar compaixão, humildade e gentileza: Vistam-se com estas maravilhosas virtudes (Colossenses 3:12-14).20
  • Levem os fardos uns dos outros: Ofereça apoio e ajuda aos que estão a lutar (Gálatas 6:2).23
  • Encorajar e construir outros: Usa as tuas palavras para elevar e fortalecer os que te rodeiam (1 Tessalonicenses 5:11).23
  • Pratique a hospitalidade: Abra a sua casa e a sua vida aos outros (Romanos 12:13).23
  • Falar a verdade no amor: Comunique-se honestamente, mas com cuidado e preocupação pelo bem-estar da outra pessoa (Efésios 4:15).20
  • Trate os outros como quiser ser tratado: Esta «regra de ouro» é um guia fundamental para as ações amorosas (Lucas 6:31).23
  • Rezem pelos outros, incluindo os vossos inimigos: A oração é um poderoso ato de amor e intercessão (Mateus 5:44).23
  • Sacrifício: Colocar voluntariamente as necessidades dos outros à frente das suas, seja de forma pequena ou grande, sempre com humildade.42
  • Mostrar graça: Ampliar o perdão e a compreensão, assim como a graça que Jesus nos deu.42
  • Dá-me o teu tempo, talento e tesouro: Reconheça que tudo o que temos é de Deus e use estes recursos para servi-Lo e aos outros.42
  • Ouvir ativamente, oferecer ajuda com as tarefas, dar elogios sinceros, passar tempo de qualidade, escrever notas atenciosas, lembrar-se de datas importantes e expressar gratidão.23 Estes atos diários podem fazer uma enorme diferença.

Uma parte crucial de viver o amor de Deus é Partilhar o Evangelho.23 Embora possa ser desafiador, ajudar os outros a conhecer a fonte de todo o amor, Jesus Cristo, é uma das maneiras mais poderosas de mostrar amor semelhante ao de Cristo. Os atos práticos de amor muitas vezes criam confiança e abertura para a mensagem de salvação, mostrando que o amor não é apenas um conjunto de boas ações, mas é essencial para a missão cristã de fazer discípulos23.

É importante recordar que este tipo de amor não é apenas um sentimento; é a prática e um conjunto de ações22 E viver desta forma requer Confiar em Cristo Para amar através de nós.41 É ao mantermo-nos próximos dEle e ao haurirmos força do Seu Espírito que podemos consistentemente expressar o Seu amor ao mundo.

A prática diária do amor bíblico — com a sua ênfase na paciência, no perdão, na humildade e em ver os outros como mais importantes do que nós mesmos (Filipenses 2:3-5 41) — é um processo profundamente transformador. Pode ser descrito como um «desinteresse» das nossas almas.41 Isto significa que trabalha ativamente contra as nossas tendências naturais e egoístas. À medida que escolhemos intencionalmente amar dessas maneiras bíblicas, nosso foco muda de nós mesmos para os outros e, ao fazê-lo, somos transformados mais à semelhança de Cristo. Não se trata apenas de beneficiar os que nos rodeiam; é uma parte fundamental do nosso próprio crescimento espiritual e tornarmo-nos mais semelhantes a Ele.

Conclusão: O poder duradouro do amor de Deus

através das páginas incríveis das Escrituras, desde as antigas promessas do Antigo Testamento até o sacrifício vivificante de Jesus no Novo, uma mensagem consistente e poderosa brilha através de: O amor está no cerne da natureza de Deus e dos seus extraordinários propósitos para nós. Não é apenas um sentimento, mas uma força dinâmica, ativa e sacrifical que define a relação de Deus connosco e nos dá o padrão final de como nos devemos relacionar com Ele e uns com os outros.

Vimos que o amor de Deus tem muitas facetas, expressas através do compromisso incondicional e altruísta de ágape, o carinho caloroso de Phileo, as ligações naturais de storge, e a íntima ligação de eros no lugar que lhe foi dado por Deus. Este amor foi demonstrado através da fidelidade inabalável de Deus a Israel, da sua paciência mesmo quando se rebelaram e, acima de tudo, do envio do seu Filho, Jesus Cristo, cuja vida, ensinamentos, morte e ressurreição são a revelação última do amor divino.

O apelo a amar a Deus com todo o nosso ser e a amar os nossos vizinhos como a nós mesmos, coroado pelo novo mandamento de Jesus de nos amarmos uns aos outros como Ele nos amou, constitui a pedra angular da vida cristã. Os primeiros Padres da Igreja afirmaram apaixonadamente esta centralidade do amor, e o apóstolo Paulo, em 1 Coríntios 13, descreveu lindamente as suas características e a sua supremacia duradoura sobre todos os outros dons e virtudes. , «o amor nunca falha»!20

Viver este amor bíblico é o chamado diário e o privilégio de cada crente. Implica imitar Cristo, praticar ativamente a paciência, a bondade, o perdão e o serviço, e confiar na graça de Deus e na presença capacitadora do Espírito Santo. Este amor nem sempre é fácil, uma vez que muitas vezes nos chama a ir contra os nossos caminhos egocêntricos e a estendermo-nos para o bem dos outros, mesmo dos nossos inimigos.

No entanto, ao prosseguirmos uma vida caracterizada por este amor divino, encontramos a verdadeira realização e participamos na obra redentora de Deus no mundo. Pois é este amor que «redime, restaura, perdoa e gera nova vida e novas relações».20 É o «vínculo da perfeição» que une todas as virtudes e reflete a própria essência do Deus que primeiro nos amou.20 À medida que os cristãos procuram compreender e viver este poderoso amor bíblico, não só se aproximam de Deus, mas também se tornam faróis da sua luz e compaixão num mundo que precisa profundamente do seu amor duradouro e transformador.

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