A poderosa sabedoria de Mateus 6:33




  • Em Mateus 6:33, Jesus chama-nos a procurar primeiro o reino de Deus, a dar prioridade ao seu reinado e a governar as nossas vidas.
  • Este versículo nos convida a viver com um senso de propósito e a andar em obediência à sua vontade.
  • Ao buscar o reino de Deus, nossas necessidades serão satisfeitas e nossas almas encontrarão a verdadeira satisfação.
  • Este versículo lembra-nos do que realmente importa num mundo consumido pelo materialismo e pela autogratificação.

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Qual é a mensagem principal de Mateus 6:33?

A mensagem principal de Mateus 6:33 é uma das poderosas prioridades espirituais. Jesus diz-nos: «Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão dadas também.» Este versículo vem no final de uma passagem em que Jesus está a ensinar sobre ansiedade e preocupações materiais.

A mensagem é clara: temos de colocar Deus em primeiro lugar nas nossas vidas. Tudo o resto deve ser secundário. Quando alinhamos os nossos corações e as nossas mentes com a vontade de Deus, orientamo-nos para o que é verdadeiramente importante. Isto nem sempre é fácil no nosso mundo moderno de distracções e pressões. Mas Jesus assegura-nos que é o caminho para a paz e a realização.

O que significa procurar primeiro o Reino de Deus? Significa viver de acordo com os valores e os propósitos de Deus. Significa ver o mundo através dos olhos de Deus de amor e compaixão. Quando fazemos isso, nossas prioridades mudam. Começamos a preocupar-nos mais com as coisas eternas do que com prazeres ou preocupações temporárias.

Jesus não está a dizer que devemos negligenciar as nossas responsabilidades terrenas. Em vez disso, ele está ensinando-nos a vê-los na perspectiva adequada. Quando procuramos o Reino de Deus, abordamos o nosso trabalho, as nossas relações e as nossas tarefas diárias com um propósito renovado. Vemo-los como oportunidades de servir a Deus e aos outros.

A promessa neste versículo é poderosa. Jesus diz que, se colocarmos Deus, tudo o mais que precisamos será provido. Isto não significa que seremos ricos ou livres de todos os problemas. Mas isto significa que Deus cuidará das nossas verdadeiras necessidades. Podemos confiar na sua provisão e cuidado.

Esta mensagem fala aos nossos anseios mais profundos como seres humanos. Todos procuramos significado e segurança na vida. Jesus mostra-nos onde encontrá-lo, não para acumular bens ou alcançar o sucesso mundano, mas para conhecer e servir a Deus. Quando abraçamos esta verdade, encontramos a liberdade da ansiedade e um sentido de propósito que transcende as circunstâncias.

Ao longo da história, santos e crentes comuns têm encontrado grande conforto neste versículo. Lembra-nos que Deus está no controlo e que Ele cuida de nós. Desafia-nos a examinar as nossas prioridades e a realinha-las, se necessário. A mensagem é simples e poderosa: procurai sobretudo Deus e Ele fornecer-vos-á aquilo de que verdadeiramente necessitais.

(Akpan, 2019; Kubiś, 2017, pp. 103-124, 2021, pp. 295-320; Scott & Scott, 2012; Stefanović, 2015, pp. 168-183)

Como diferentes traduções da Bíblia interpretam este versículo?

A interpretação de Mateus 6:33 através de várias traduções da Bíblia revela subtis, mas grandes nuances de significado. Estas diferenças reflectem os desafios da tradução de textos antigos e as perspectivas teológicas das diferentes tradições.

A King James Version, uma tradução clássica em inglês, traduz o verso como: «Buscai, pois, em primeiro lugar, o reino de Deus e a sua justiça; e todas estas coisas vos serão acrescentadas.» Esta tradução formal de equivalência segue de perto a estrutura do texto grego. Utiliza o arcaico «ye» e mantém um ritmo poético familiar a muitos falantes de inglês.

Traduções modernas muitas vezes visam uma linguagem mais contemporânea. A Nova Versão Internacional afirma: «Mas procurai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão dadas também.» Esta tradução pensada enfatiza a clareza para os leitores modernos. Altera ligeiramente a ordem, colocando «o seu reino» antes de «a sua justiça».

Algumas traduções, como a New Living Translation, optam por frases ainda mais coloquiais: «Buscai o Reino de Deus acima de tudo, e vivei retamente, e Ele dar-vos-á tudo o que necessitais.» Esta versão interpreta explicitamente a «justiça» como «viver retamente» e «todas estas coisas» como «tudo o que necessitais».

A Mensagem, uma paráfrase de Eugene Peterson, toma grande liberdade interpretativa: «Mantenha a sua vida em Deus-realidade, Deus-iniciativa, Deus-disposições. Não te preocupes em perder. Verás que todas as tuas preocupações humanas quotidianas serão satisfeitas.» Esta versão tenta captar a essência do verso na linguagem contemporânea, enfatizando a imersão nos caminhos de Deus.

Traduções católicas, como a Nova Bíblia Americana, tendem a manter-se mais próximas das traduções tradicionais: «Mas buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão dadas além.» O uso de «além» em vez de «também» subtilmente enfatiza a provisão de Deus como adicional, em vez de substituir, o esforço humano.

Traduções ortodoxas orientais muitas vezes refletem sua ênfase teológica na teose ou deificação. Por exemplo, a Bíblia de Estudo Ortodoxa afirma: «Mas buscai primeiro o Reino de Deus e a Sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.» A capitalização de «O Seu» enfatiza a natureza divina da justiça procurada.

Alguns estudiosos modernos defendem uma interpretação mais precisa do grego. O estudioso do Novo Testamento N.T. Wright sugere: «Em vez disso, dá prioridade máxima ao reino de Deus e ao seu modo de vida, e todas estas coisas também te serão dadas.» Esta interpretação salienta a dimensão ativa e ética da procura do reino de Deus.

Estas várias traduções refletem diferentes abordagens ao texto. Alguns priorizam a precisão literal, outros a legibilidade e ainda outros a interpretação teológica. Cada um lança luz sobre diferentes aspetos do ensino de Jesus. A mensagem principal continua a ser coerente em todas as traduções – dar prioridade aos caminhos de Deus acima de tudo.

Ao considerarmos estas variações, somos lembrados da riqueza das Escrituras. Cada tradução oferece uma perspectiva ligeiramente diferente, como facetas de um diamante refletindo luz. Juntos, ajudam-nos a compreender plenamente o significado das palavras de Jesus. Convidam-nos a refletir profundamente sobre a forma como damos prioridade ao reino de Deus nas nossas próprias vidas.

Em nossa diversificada igreja global, estas diferentes traduções podem promover o diálogo e uma compreensão mais profunda. Embora as palavras possam variar, o chamado para buscar a Deus primeiro é universal. Este versículo continua a desafiar e inspirar os crentes em todas as línguas e culturas.

(Akpan, 2019; Kubiś, 2017, pp. 103-124, 2021, pp. 295-320; Scott & Scott, 2012; Stefanović, 2015, pp. 168-183)

O que significa «procurar primeiro o reino de Deus»?

«Procurar primeiro o Reino de Deus» é um forte apelo para reorientar as nossas vidas em torno das prioridades de Deus. Convida-nos a uma mudança radical na perspectiva e na acção. Esta procura não é uma espera passiva, mas uma procura ativa da vontade e dos caminhos de Deus.

O reino de Deus, como Jesus o pregou, é ao mesmo tempo uma realidade presente e uma esperança futura. É o reinado de Deus que invade o nosso mundo, transformando os corações e as sociedades. Procurar este reino significa alinharmo-nos com a visão de Deus para a criação. Significa viver como se o governo de Deus estivesse plenamente estabelecido, mesmo num mundo que muitas vezes parece rejeitá-lo.

Na prática, procurar o Reino de Deus envolve vários aspetos, o que significa dar prioridade à nossa relação com Deus. Buscamos intimidade com o Divino através da oração, das Escrituras e da adoração. Não se trata apenas de um dever religioso, mas de uma resposta amorosa ao convite de Deus. Como um amigo querido, procuramos ansiosamente a presença e a orientação de Deus.

Procurar o reino significa incorporar os valores de Deus na nossa vida quotidiana. Jesus ensinou extensivamente sobre estes valores – amor, justiça, misericórdia, humildade. Procuramos vivê-los em nossas famílias, locais de trabalho e comunidades. Isso muitas vezes requer coragem e sacrifício, já que os valores do reino muitas vezes entram em conflito com as normas mundanas.

Procurar o reino de Deus implica participar na missão de redenção de Deus. Tornamo-nos agentes do amor e da justiça de Deus no mundo. Isto pode significar servir os pobres, trabalhar pela paz ou partilhar as boas novas do amor de Deus. Cada ato de bondade, cada defesa da justiça, torna-se uma forma de procurar e manifestar o reino de Deus.

Buscar primeiro o reino também implica uma reordenação das prioridades. Desafia-nos a examinar o que realmente vem em primeiro lugar em nossas vidas. Priorizamos o avanço na carreira em detrimento da integridade ética? Valorizamos os bens materiais sobre as relações? Procurar o Reino significa realinhar constantemente as nossas escolhas com os propósitos de Deus.

Historicamente, este conceito tem sido interpretado de várias maneiras. Alguns têm visto isso como um chamado para retirar-se do mundo para a vida monástica. Outros entenderam-no como um mandato para a reforma social e política. A verdade provavelmente abrange as dimensões pessoal e social da fé.

Psicologicamente, procurar primeiro o reino pode ser profundamente transformador. Proporciona um sentido de propósito e significado que transcende as circunstâncias. Oferece um antídoto para a ansiedade e o vazio que muitas vezes atormentam a vida moderna. Quando procuramos o reino de Deus, encontramos a nossa verdadeira identidade e vocação.

Mas esta procura nem sempre é fácil. Envolve muitas vezes a luta e o sacrifício. Podemos enfrentar oposição ou ridículo por priorizar os caminhos de Deus. Podemos ter que deixar de lado ambições ou confortos queridos. No entanto, Jesus assegura-nos que esta busca leva ao verdadeiro cumprimento.

No nosso mundo globalizado, procurar o reino de Deus assume novas dimensões. Desafia-nos a pensar para além das fronteiras nacionais ou culturais. Chama-nos a procurar justiça e reconciliação à escala global. Convida-nos a ver toda a humanidade como parte da criação amada de Deus.

Procurar primeiro o Reino de Deus é orientar toda a nossa vida em torno dos propósitos amorosos de Deus. É viver com a consciência constante da presença e da atividade de Deus no mundo. Ao fazê-lo, tornamo-nos parte de algo muito maior do que nós mesmos – o desdobramento do belo plano de Deus para a criação.

(Akpan, 2019; Kubiś, 2017, pp. 103-124, 2021, pp. 295-320; Scott & Scott, 2012; Stefanović, 2015, pp. 168-183)

Qual é a justiça de Deus e como a procuramos?

A justiça de Deus é um conceito central nas Escrituras, mas muitas vezes incompreendido. Não se trata apenas de seguir regras ou ser moralmente correcto. Pelo contrário, a justiça de Deus engloba o seu caráter perfeito, as suas ações justas e o seu compromisso amoroso de corrigir as coisas no mundo.

No Antigo Testamento, a justiça de Deus está estreitamente ligada à sua fidelidade ao pacto. É o seu compromisso inabalável de cumprir as suas promessas e de agir de forma justa em nome do seu povo. Os Salmos louvam frequentemente a justiça de Deus como fonte de esperança e de libertação para os oprimidos.

No Novo Testamento, particularmente nos escritos de Paulo, a justiça de Deus assume um significado adicional. Torna-se o meio pelo qual Deus torna as pessoas justas com Ele através da fé em Cristo. Esta justiça não é algo que conseguimos, mas algo que recebemos como um dom da graça.

Então, como procuramos esta justiça? devemos reconhecer que não podemos alcançá-la por conta própria. Os nossos próprios esforços para a retidão sempre ficam aquém. Em vez disso, procuramos a justiça de Deus colocando a nossa fé em Cristo, que encarna a justiça perfeita de Deus e a coloca à nossa disposição.

Procurar a justiça de Deus implica também alinhar as nossas vidas com o caráter e a vontade de Deus. Estudamos as Escrituras para compreender o coração e os caminhos de Deus. Cultivamos virtudes como o amor, a justiça e a misericórdia que refletem a natureza de Deus. Não se trata de ganhar o favor de Deus, mas de crescer no povo que Deus nos criou para ser.

Na prática, procurar a justiça de Deus significa muitas vezes ir contra o grão da sociedade. Pode significar escolher a integridade em detrimento do ganho pessoal ou defender os marginalizados quando é impopular. Implica uma reorientação constante dos nossos corações e das nossas mentes para as prioridades de Deus.

Ao longo da história, os crentes têm procurado a justiça de Deus de várias formas. Alguns o perseguiram através de rigorosas disciplinas espirituais. Outros encontraram-no no envolvimento ativo com questões sociais. O fio condutor é o desejo de refletir o caráter de Deus no mundo.

Do ponto de vista psicológico, procurar a justiça de Deus pode ser simultaneamente desafiador e libertador. Desafia o nosso egocentrismo natural e chama-nos a um padrão mais elevado. No entanto, também nos liberta do fardo de tentar justificar a nós mesmos. Encontramos paz em saber que a nossa justiça vem de Deus, não dos nossos próprios esforços.

No nosso mundo pluralista, o conceito de justiça de Deus pode ser controverso. Pode parecer exclusivo ou julgador para alguns. No entanto, quando devidamente compreendida, a justiça de Deus diz respeito à restauração e à integridade de toda a criação. É uma visão do mundo acertada, onde a justiça e o amor prevalecem.

Procurar a justiça de Deus não é um acontecimento único, mas uma viagem ao longo da vida. Envolve escolhas diárias para confiar em Deus, viver com integridade e agir com compaixão. Ao fazê-lo, tornamo-nos canais da justiça de Deus no mundo. Participamos na obra de renovação e reconciliação de Deus.

Buscar a justiça de Deus é tornar-se mais semelhante a Cristo. Trata-se de permitir que o Espírito de Deus nos transforme de dentro para fora. À medida que procuramos a Sua justiça, verificamos que os nossos desejos e ações se alinham gradualmente mais estreitamente com o coração de Deus. Tornamo-nos testemunhos vivos do poder transformador da graça de Deus.

(Akpan, 2019; Kubiś, 2017, pp. 103-124, 2021, pp. 295-320; Scott & Scott, 2012; Stefanović, 2015, pp. 168-183)

Como este versículo se relaciona com as nossas preocupações e necessidades diárias?

Mateus 6:33 fala diretamente às nossas preocupações e necessidades diárias, oferecendo-nos uma poderosa mudança de perspectiva. Jesus aborda estas preocupações não descartando-as, mas reformulando-as no contexto mais vasto do reino e dos cuidados de Deus.

O nosso mundo moderno está cheio de ansiedades. Preocupamo-nos com as finanças, a saúde, as relações e o futuro. Estas preocupações podem consumir os nossos pensamentos e esgotar a nossa energia. Jesus reconhece estas necessidades como reais, mas desafia-nos a abordá-las de forma diferente.

Ao procurarmos primeiro o reino e a justiça de Deus, ganhamos uma nova perspetiva sobre as nossas necessidades diárias. Começamos a vê-los à luz dos propósitos mais vastos de Deus. Tal não significa que as nossas necessidades desapareçam, mas altera a forma como nos relacionamos com elas. Aprendemos a confiar na provisão de Deus em vez de sermos consumidos pela preocupação.

Psicologicamente, esta abordagem pode ser tremendamente libertadora. A preocupação constante com as nossas necessidades cria stress e pode conduzir a distúrbios de ansiedade. Ao concentrarmo-nos, em vez disso, no reino de Deus, encontramos um sentimento de paz e de propósito que transcende as nossas circunstâncias imediatas. Estamos livres da tirania da preocupação constante com o nosso próprio bem-estar.

Este versículo não promete que todas as nossas necessidades serão satisfeitas. Pelo contrário, assegura-nos que as nossas verdadeiras necessidades serão supridas à medida que nos alinharmos com os propósitos de Deus. Tal exige discernimento para distinguir entre necessidades e desejos, entre o que é verdadeiramente necessário e o que é meramente desejável.

Historicamente, os crentes têm encontrado grande conforto neste ensino durante tempos de escassez ou perseguição. Tem sustentado os mártires que enfrentam a morte e os missionários em campos desafiadores. Continua a inspirar os crentes na pobreza a confiar na provisão de Deus enquanto trabalham pela justiça.

Em nossa sociedade orientada para o consumidor, este versículo oferece uma poderosa contra-narrativa. Desafia a noção de que acumular bens ou alcançar o sucesso mundano irá satisfazer as nossas necessidades mais profundas. Em vez disso, aponta-nos para uma fonte diferente de segurança e realização – a nossa relação com Deus e a participação na obra do Seu Reino.

Este ensino também tem implicações para a forma como vemos o nosso trabalho e tarefas diárias. Em vez de os vermos apenas como meios para satisfazer as nossas necessidades, podemos abordá-los como oportunidades para procurar o reino de Deus. Os nossos empregos tornam-se arenas para viver os valores de Deus e servir os outros.

Para aqueles que lutam contra a pobreza ou a injustiça, este versículo não é um chamado à passividade. Pelo contrário, convida-nos a procurar o reino de Deus, trabalhando em prol da justiça e satisfazendo as necessidades das nossas comunidades. Ao fazermos isso, confiamos que Deus também nos proverá.

Na vida familiar, este ensino pode transformar a forma como abordamos as decisões financeiras e as escolhas de estilo de vida. Encoraja-nos a priorizar os valores espirituais sobre a aquisição material. Pode conduzir a uma vida mais simples e a uma maior generosidade, uma vez que confiamos na provisão de Deus.

Este versículo também fala das nossas necessidades emocionais e relacionais. À medida que procuramos o reino de Deus, encontramos a nossa necessidade de amor, aceitação e propósito satisfeito na nossa relação com Deus e na nossa participação na Sua família, a Igreja. Isto não nega as relações humanas, mas coloca-as numa perspetiva adequada.

Mateus 6:33 nos convida a uma vida de confiança e aventura. Chama-nos a afrouxar o nosso controlo sobre os nossos próprios planos e segurança, e a sair com fé. Ao fazê-lo, muitas vezes descobrimos que Deus supre nossas necessidades de formas inesperadas e belas. Descobrimos que, ao buscar o seu reino, encontramos tudo o que realmente precisamos.

Que medidas práticas os cristãos podem tomar para aplicar Mateus 6:33?

Para viver verdadeiramente o ensinamento de Cristo em Mateus 6:33, temos de fazer do reino e da justiça de Deus a nossa maior prioridade todos os dias. Isto requer esforço intencional e uma reorientação dos nossos corações e mentes. Permitam-me sugerir algumas medidas práticas que podemos tomar:

Comece todas as manhãs com a oração e a leitura das Escrituras. Passe algum tempo na presença de Deus, pedindo-Lhe que oriente os seus pensamentos e ações durante o dia. Faça desta a sua primeira atividade, antes de verificar o seu telefone ou iniciar a sua rotina habitual.

Em segundo lugar, analise a utilização do tempo e dos recursos. Estais a dedicar a vossa melhor energia aos propósitos do Reino, ou estais a ser consumidos por actividades mundanas? Procure maneiras de simplificar a sua vida e reduzir compromissos desnecessários. Crie uma margem para servir os outros e participar da sua comunidade de fé.

Terceiro, cultivar o contentamento e a gratidão. A nossa cultura de consumo diz-nos constantemente que precisamos de mais. Mas Jesus chama-nos a encontrar nele a nossa satisfação. Agradeça a Deus diariamente por suas provisões. Resista a comparar-se com os outros ou cobiçar o que eles têm.

Em quarto lugar, procurar oportunidades para mostrar o amor de Cristo aos outros. Procure maneiras de encorajar, servir e cuidar dos que o rodeiam. Que as suas palavras e ações apontem as pessoas para a bondade de Deus. Sejam generosos com o vosso tempo e recursos.

Quinto, tome decisões através das lentes da eternidade. Ao enfrentar as escolhas, pergunte a si mesmo: «Como é que isto terá impacto no reino de Deus? Isto aproximar-me-á de Cristo ou afastar-me-á?» Procure conselhos piedosos para o ajudar a discernir.

Sexto, confesse-se e arrependa-se rapidamente quando ficar aquém. Todos nós, às vezes, lutamos com prioridades mal colocadas. Não deixes que a culpa te paralise. Volte-se para Deus, receba seu perdão e reoriente-se para seus propósitos.

7o Cultive disciplinas espirituais como o jejum, a solidão e o descanso sabático. Estas práticas ajudam-nos a resistir às influências mundanas e a sintonizar os nossos corações com a voz de Deus.

Oitavo, mordomo de seus talentos e recursos dados por Deus para o impacto do reino. Procure formas de utilizar as suas competências, influência e bênçãos materiais para fazer avançar os propósitos de Deus no mundo.

Nono, mergulhe na comunidade cristã. Rodeie-se de outros que partilhem o seu compromisso de procurar primeiro o reino de Deus. Encoraje e desafie uns aos outros em seu crescimento espiritual.

Décimo, avalie regularmente as suas prioridades e faça ajustamentos. Reserve tempo periodicamente para a reflexão orante. Peça a Deus que revele as áreas em que se desviou de O colocar em primeiro lugar. Em seguida, deem passos concretos para realinhar a vossa vida com os Seus propósitos.

Lembre-se, procurar o reino de Deus é uma viagem ao longo da vida. Tenha paciência consigo mesmo, mas continue a avançar. À medida que aplicar estas práticas de forma coerente, encontrará o seu coração e a sua vida cada vez mais alinhados com o ensino de Cristo.

Como Mateus 6:33 se encaixa no contexto mais amplo dos ensinamentos de Jesus?

Mateus 6:33 é um versículo fundamental que resume grande parte da mensagem e do ministério de Jesus. Para compreender o seu significado, devemos considerar o seu lugar no Sermão da Montanha e os temas mais amplos do ensino de Cristo.

No Sermão da Montanha, Jesus descreve os valores e as prioridades do reino de Deus. Ele começa com as bem-aventuranças, descrevendo o caráter daqueles que são abençoados por Deus. Em seguida, Jesus aborda vários aspetos da vida quotidiana – relações, integridade, oração, jejum e bens materiais.

Mateus 6:33 chega perto do fim de uma seção onde Jesus adverte contra a ansiedade e o materialismo. Recorda aos seus ouvintes o cuidado de Deus pela criação e encoraja-os a confiar na provisão divina. Este versículo serve como o clímax do ensino de Jesus sobre este tema.

Ao longo do seu ministério, Jesus enfatizou sistematicamente a realidade atual e a plenitude futura do reino de Deus. Ele proclamou que o reino estava à mão e demonstrou seu poder através de seus milagres e ensinamentos. Mateus 6:33 reforça este tema central da mensagem de Jesus.

Cristo desafiou muitas vezes as normas religiosas e sociais dos seus dias. Ele chamou o povo a uma justiça que excedia a dos escribas e fariseus. Este versículo ecoa esse apelo, instando os ouvintes a priorizarem os padrões de justiça de Deus em detrimento das tradições humanas ou da autojustiça.

Jesus frequentemente abordou os perigos da riqueza e dos bens que distraem as pessoas das prioridades espirituais. Os seus ensinamentos sobre o jovem rico, a parábola do tolo rico e as suas palavras acerca de guardar tesouros no céu estão todos alinhados com o princípio expresso em Mateus 6:33.

A promessa de provisão neste versículo está relacionada com os ensinamentos de Jesus sobre a oração, em especial a Oração do Senhor. Quando procuramos o reino de Deus, podemos confiar Nele para satisfazer as nossas necessidades, tal como rezamos «Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia».

As parábolas de Cristo ilustravam frequentemente os princípios do reino. As parábolas do tesouro escondido e da pérola de grande valor, por exemplo, reforçam a ideia de que o reino de Deus vale a pena sacrificar tudo o resto para obter.

O apelo de Jesus ao discipulado enfatizava sistematicamente a necessidade de colocar Deus acima dos laços familiares ou do conforto pessoal. Mateus 6:33 capta sucintamente esta exigência radical de seguir a Cristo.

Em sua última comissão aos discípulos, Jesus ordenou-lhes que fizessem discípulos de todas as nações. Este versículo fornece um princípio fundamental para o cumprimento dessa missão – procurar e fazer avançar o reino de Deus deve ser a nossa maior prioridade.

Mateus 6:33 aponta para o cerne do ensinamento de Jesus – que uma vida totalmente entregue a Deus e aos seus propósitos é o caminho para a verdadeira realização e bênção. Tal como todas as palavras de Cristo, desafia-nos a reorientar toda a nossa existência em torno do reino de Deus.

O que os primeiros Padres da Igreja ensinaram sobre Mateus 6:33?

Orígenes, o grande teólogo alexandrino do século III, viu neste versículo um chamado a atividades espirituais em vez de materiais. Escreveu que procurar o reino de Deus significava cultivar a virtude e a sabedoria, o que levaria a todas as outras bênçãos. Orígenes sublinhou que a «justiça» mencionada não era uma mera observância exterior, mas uma transformação interior.

João Crisóstomo, o pregador de boca dourada do século IV, sublinhou as implicações práticas deste versículo. Ensinou que, ao procurarem o reino de Deus, os crentes encontrariam paz e contentamento, livres das ansiedades que assolam os que se concentram nos ganhos mundanos. Crisóstomo viu isto como um caminho para a verdadeira felicidade e realização.

Agostinho de Hipona, talvez o mais influente dos Padres latinos, ligou este versículo à sua compreensão dos amores ordenados. Para Agostinho, procurar o reino de Deus significava ordenar adequadamente as nossas afeições, amar a Deus acima de tudo. Ele ensinou que, quando fazemos isto, todos os outros aspectos da vida caem no seu devido lugar.

Ambrósio de Milão interpretou este versículo como um chamado para priorizar as realidades eternas sobre as preocupações temporais. Ele ensinou que, ao concentrar-se nas coisas celestiais, os crentes paradoxalmente encontrariam suas necessidades terrenas satisfeitas. Ambrósio viu nisto uma demonstração do cuidado providencial de Deus para com o seu povo.

Jerónimo, o grande estudioso bíblico, enfatizou a dimensão escatológica deste ensinamento. Viu que «procurar primeiro o reino» orientava a vida para a vinda do reino de Deus. Para Jerónimo, isso significava viver à luz da eternidade, não estar excessivamente ligado às circunstâncias presentes.

Clemente de Alexandria entendeu este versículo como uma exortação a buscar o verdadeiro conhecimento de Deus. Ensinou que procurar o reino e a justiça de Deus significava crescer na compreensão espiritual, o que levaria a uma vida correta e à provisão divina.

Basílio, o Grande, ligou este ensinamento ao ideal monástico. Considerou que a busca do reino de Deus se realizava melhor numa vida de oração, simplicidade e serviço. Para Basílio, este versículo justificava a retirada das atividades mundanas para se concentrar inteiramente em assuntos espirituais.

Cirilo de Jerusalém interpretou este versículo à luz da teologia batismal. Ensinou que, no batismo, os crentes entraram no reino de Deus e receberam a sua justiça. A vida cristã, então, era viver esta nova realidade, confiar em Deus para todas as necessidades.

Gregório de Nissa viu neste versículo um chamado ao crescimento espiritual contínuo. Ensinou que procurar o reino de Deus era um processo interminável de aproximação ao divino, com cada passo a trazer maiores bênçãos e provisões.

Tertuliano, com sua formação jurídica, enfatizou a natureza pactual deste ensino. Viu-a como uma promessa divina – se cumprirmos a nossa parte na procura do reino de Deus, Deus está obrigado a cumprir a Sua promessa ao suprir as nossas necessidades.

Estes primeiros Padres da Igreja, apesar das suas diferentes perspetivas, reconheceram a poderosa sabedoria das palavras de Jesus. Entenderam que orientar a vida em torno do reino e da justiça de Deus era a chave para uma vida de significado, propósito e bênção divina.

Como pode a busca do reino de Deus ter impacto nas nossas prioridades e na tomada de decisões?

Quando aceitamos verdadeiramente o ensinamento de Jesus de procurar em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, isso transforma todos os aspetos das nossas vidas. Esta prioridade divina remodela os nossos valores, objectivos e escolhas diárias de formas poderosas.

Procurar o reino de Deus reorienta o nosso objetivo último na vida. Em vez de perseguir o sucesso pessoal, o conforto ou o reconhecimento como os nossos objetivos mais elevados, começamos a perguntar de que forma as nossas vidas podem contribuir para os objetivos de Deus. Esta mudança de perspetiva influencia todas as decisões que enfrentamos.

Nas nossas carreiras, já não procuramos simplesmente o salário mais alto ou a posição mais prestigiada. Em vez disso, consideramos como nosso trabalho pode servir aos outros e glorificar a Deus. Podemos escolher um trabalho que nos permita ter maior impacto no reino, mesmo que isso signifique menos lucro financeiro.

A utilização do tempo é dramaticamente afetada. Começamos a avaliar nossas atividades à luz do significado eterno. Lazer e descanso continuam a ser importantes, mas tornamo-nos mais intencionais sobre o uso do nosso tempo livre para o crescimento espiritual, serviço e construção de relacionamentos.

As decisões financeiras são vistas através de uma lente de reino. Vemos os nossos recursos como pertencentes a Deus, para serem usados para os Seus propósitos. Isso afeta nossos gastos, poupança e hábitos de doação. Tornamo-nos mais generosos, mais satisfeitos com o que temos e menos movidos pelo materialismo.

Nas relações, priorizamos a ligação espiritual e o encorajamento mútuo na fé. Procuramos edificar os outros e apontá-los para Cristo. Isso influencia quem escolhemos como amigos íntimos e como interagimos com os membros da família, colegas e vizinhos.

O nosso compromisso com a cultura e a sociedade é moldado pelos valores do reino. Avaliamos as escolhas de entretenimento, o envolvimento político e as questões sociais à luz da Palavra e dos propósitos de Deus. Tornamo-nos sal e luz, procurando influenciar positivamente o mundo que nos rodeia.

A educação e o desenvolvimento pessoal adquirem um novo significado. Buscamos o conhecimento e as habilidades não apenas para o auto-avanço, mas para servir melhor a Deus e aos outros. Priorizamos o crescimento na compreensão bíblica e na maturidade espiritual.

A vida familiar é reorientada em torno das prioridades espirituais. Os pais concentram-se em nutrir a fé e o caráter dos filhos. Os casais procuram construir casamentos que reflitam o amor de Cristo pela igreja. As atividades e tradições familiares centram-se nos valores do reino.

Até mesmo a nossa abordagem à saúde e ao autocuidado é afetada. Vemos nossos corpos como templos do Espírito Santo, a serem cuidados para que possamos servir a Deus de forma eficaz. No entanto, resistimos a obsessões culturais com a aparência ou a longevidade que podem tornar-se idólatras.

Ao enfrentar as principais decisões da vida, aprendemos a procurar a orientação de Deus através da oração, da Escritura e de conselhos sábios. Tornamo-nos dispostos a dar passos de fé, mesmo quando eles parecem arriscados pelos padrões mundanos, se acreditarmos que Deus está nos liderando.

Procurar o reino de Deus cultiva uma perspetiva eterna que influencia todas as escolhas que fazemos. Aprendemos a pesar prazeres ou dificuldades temporárias contra o impacto espiritual duradouro. As nossas decisões tornam-se menos autocentradas e mais alinhadas com o coração de Deus para o mundo.

Que promessas faz Jesus neste versículo, e como devemos compreendê-las?

Em Mateus 6:33, o nosso Senhor Jesus faz uma promessa poderosa àqueles que procuram em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça. Assegura-nos que «todas estas coisas também vos serão dadas.» Consideremos cuidadosamente a natureza e as implicações desta garantia divina.

Devemos compreender o que Jesus quer dizer com «todas estas coisas». Nos versículos anteriores, Ele fala de necessidades básicas – comida, bebida e vestuário. Por conseguinte, no seu cerne, esta é uma promessa da provisão de Deus para as nossas necessidades essenciais. Faz eco do pedido de pão de cada dia na Oração do Senhor.

Mas não devemos limitar a nossa compreensão ao mero sustento físico. A promessa provavelmente se estende a tudo o que verdadeiramente precisamos para a vida e a piedade. Isso pode incluir provisões emocionais, relacionais e espirituais necessárias para o nosso bem-estar e serviço ao reino.

É fundamental notar que Jesus não promete luxo ou excesso. As suas palavras não garantem a riqueza nem a liberdade de todas as dificuldades. Pelo contrário, assegura-nos que, à medida que damos prioridade ao reino de Deus, o nosso Pai garantirá que temos o que precisamos para cumprir os Seus propósitos para nós.

Devemos também considerar a natureza condicional desta promessa. É dada àqueles que "buscam primeiro" o reino e a justiça de Deus. Isto implica uma perseguição contínua e intencional. A bênção está ligada à nossa contínua orientação para as prioridades divinas.

A promessa reflete o caráter de Deus como Pai amoroso. Assim como os pais terrenos cuidam das necessidades de seus filhos, nosso Pai celestial deleita-se em cuidar das suas. Podemos confiar na sua bondade e fidelidade para guardar a sua palavra.

Esta garantia serve como um antídoto para a ansiedade, que Jesus aborda no contexto circundante. Ao prometer provisão, Ele nos liberta da preocupação obsessiva com as necessidades materiais, permitindo-nos concentrar-nos em buscas do reino.

Devemos compreender esta promessa à luz da perspetiva eterna de Deus. Às vezes, a provisão dEle pode não corresponder às nossas expetativas ou desejos. No entanto, podemos confiar que Ele está a trabalhar todas as coisas em conjunto para o nosso bem e a Sua glória, mesmo quando as circunstâncias são difíceis.

Esta promessa não nega o valor do esforço ou da responsabilidade humana. Ainda somos chamados a trabalhar diligentemente e usar a sabedoria na gestão de recursos. A provisão de Deus é muitas vezes obtida através destes meios ordinários.

Devemos também interpretar esta promessa em comunidade. Frequentemente, Deus provê a seu povo através da generosidade e do apoio de outros crentes. Procurar primeiro o reino implica participar numa comunidade que cuida das necessidades uns dos outros.

Finalmente, devemos ver esta promessa como apontando, em última análise, para a nossa herança eterna. Enquanto Deus cuida de nossas necessidades terrenas, nossa maior provisão é a plenitude da vida que experimentaremos em seu reino vindouro.

Recebamos esta promessa com gratidão e fé. À medida que procuramos de todo o coração o reino e a justiça de Deus, podemos descansar na certeza de Seu fiel cuidado. Isto liberta-nos para viver generosamente, confiar em Deus nos tempos de carência e manter o coração fixo nas realidades eternas.

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