Compreender a castidade masculina no casamento




  • A castidade masculina no casamento pode promover o crescimento espiritual, aprofundar a intimidade emocional, abordar as preocupações com a saúde e servir como planeamento familiar natural.
  • A Bíblia apoia a abstinência temporária para fins espirituais, enfatizando o acordo mútuo e o autocontrole dentro da relação conjugal.
  • Os desafios de praticar a castidade no casamento incluem distância emocional potencial, tentação, sentimentos de rejeição, efeitos psicológicos e riscos de mau uso.
  • Os aspectos positivos da castidade no casamento incluem um crescimento espiritual mais profundo, uma maior intimidade emocional, um maior autocontrole, a reafirmação do vínculo sagrado, a apreciação da intimidade física e a resiliência para enfrentar desafios juntos.

Por que praticar a castidade masculina no casamento?

Enquanto a intimidade sexual é um belo presente de Deus dentro do pacto do casamento, alguns casais podem optar por praticar períodos de abstinência ou castidade por várias razões.

Uma das motivações pode ser o crescimento espiritual e o aprofundamento da relação com Deus. Ao deixar temporariamente de lado a intimidade física, um casal pode procurar concentrar-se mais intensamente na oração, na meditação e no cultivo das dimensões espirituais de seu relacionamento. Como escreve São Paulo: «Não vos priveis uns aos outros, a não ser talvez por mútuo consentimento e por algum tempo, para vos dedicardes à oração» (1 Coríntios 7:5).

Para alguns, a castidade masculina pode ser uma forma de expressar amor sacrificial e doação de si mesmo dentro do casamento. Ao renunciar voluntariamente à intimidade sexual por um tempo, um marido pode procurar crescer em autocontrole e honrar sua esposa de uma forma única. Esta prática pode promover uma intimidade emocional mais profunda e a comunicação entre os cônjuges.

Também pode haver razões médicas ou relacionadas à saúde para períodos de castidade conjugal. Casais que enfrentam doença, recuperação de cirurgia ou outros desafios físicos podem precisar abster-se de atividade sexual por um tempo. Nesses casos, a castidade torna-se uma expressão de cuidado, paciência e compromisso com o cônjuge.

Alguns casais podem optar por praticar a abstinência periódica como método de planeamento familiar natural, em conformidade com os ensinamentos da Igreja sobre a parentalidade responsável. Esta abordagem exige um acordo mútuo e uma comunicação contínua entre os cônjuges.

É importante notar, mas que a castidade dentro do casamento não deve ser imposta unilateralmente ou usada como uma forma de manipulação ou controlo. A decisão de praticar períodos de castidade conjugal deve ser tomada em conjunto, com amor, respeito e consideração pelas necessidades e bem-estar uns dos outros.

A prática da castidade masculina no casamento, quando praticada pelas razões certas e no espírito correto, pode ser um meio de crescer em santidade, fortalecer o vínculo conjugal e aprofundar a relação com Deus. Mas não é um requisito para um casamento santo e gratificante, e os casais devem discernir em oração se esta prática é apropriada para suas circunstâncias únicas.

Há uma base bíblica para a castidade no casamento?

Embora a Bíblia não imponha explicitamente a castidade dentro do casamento como uma prática contínua, ela fornece princípios e exemplos que podem informar nossa compreensão da abstinência periódica e do autocontrole dentro da relação conjugal.

Devemos reconhecer que as Escrituras afirmam a bondade e a santidade da intimidade sexual dentro do casamento. O Cântico dos Cânticos celebra a beleza do amor conjugal, e o apóstolo Paulo escreve: «O marido deve cumprir o seu dever conjugal para com a mulher, assim como a mulher para com o marido» (1 Coríntios 7:3). Isso nos lembra que a intimidade sexual é parte integrante da aliança conjugal.

Mas a Bíblia também fala de momentos em que os casais podem optar por se abster de relações sexuais para fins espirituais. Como mencionado anteriormente, em 1 Coríntios 7:5, Paulo escreve: "Não vos priveis uns aos outros, a não ser talvez por mútuo consentimento e por algum tempo, para que vos dediqueis à oração. Então, reunam-se novamente para que Satanás não vos tente por causa da vossa falta de autocontrolo.» Esta passagem sugere que períodos temporários de abstinência, quando mutuamente acordados, podem servir um propósito espiritual.

O Antigo Testamento também fornece exemplos de abstinência sexual temporária. Em Êxodo 19:15, quando os israelitas se preparam para receber os Dez Mandamentos, Moisés diz ao povo: «Preparai-vos para o terceiro dia. Abster-se de relações sexuais.» Isto indica que pode haver momentos de especial significado espiritual quando a abstinência é apropriada.

A Bíblia consistentemente chama todos os crentes, incluindo casais, a praticar o autocontrole e a crescer no fruto do Espírito, o que inclui o autocontrole (Gálatas 5:22-23). Este princípio pode ser aplicado a todos os aspectos da vida, incluindo a sexualidade no casamento.

É importante notar, mas que estes exemplos e princípios bíblicos não prescrevem a castidade a longo prazo ou permanente dentro do casamento como uma norma. Em vez disso, eles sugerem que pode haver estações ou circunstâncias específicas quando um casal pode optar por abster-se para o crescimento espiritual ou outras razões válidas.

A mensagem bíblica geral enfatiza a importância do amor mútuo, do respeito e da consideração no casamento. Como Paulo escreve em Efésios 5:21, somos chamados a "submeter-nos uns aos outros por reverência a Cristo". Este princípio de submissão mútua deve orientar as decisões sobre intimidade e abstinência dentro do casamento.

Embora a Bíblia não imponha a castidade no casamento como uma prática contínua, ela fornece bases para a compreensão de que pode haver momentos apropriados para a abstinência temporária, sempre no contexto de acordo mútuo e com o propósito de crescimento espiritual. Qualquer decisão de praticar períodos de castidade no casamento deve ser tomada em oração, com amor e respeito pelo cônjuge e com uma compreensão clara da afirmação bíblica da intimidade sexual como um dom de Deus no pacto conjugal.

Que problemas podem surgir ao praticar a castidade dentro de um casamento?

Embora a prática da castidade no casamento possa ter benefícios espirituais quando abordada com consentimento e compreensão mútuos, é importante estar ciente dos potenciais desafios que podem surgir. Devemos abordar este tema com sensibilidade pastoral, reconhecendo as complexidades das relações humanas e as circunstâncias únicas de cada matrimónio.

Um grande desafio que pode surgir é o potencial de distanciamento emocional ou desconexão entre os cônjuges. A intimidade física é muitas vezes uma forma importante para os casais expressarem amor, afeto e proximidade emocional. Quando este aspecto da relação é posto de lado, mesmo temporariamente, alguns casais podem lutar para manter o mesmo nível de intimidade emocional. É crucial que os casais que praticam a castidade encontrem formas alternativas de expressar o amor e manter seu vínculo emocional.

Outro problema potencial é o risco de tentação e infidelidade. Como São Paulo sabiamente advertiu: «Ajuntai-vos, pois, de novo, para que Satanás não vos tente por causa da vossa falta de domínio próprio» (1 Coríntios 7:5). Períodos prolongados de abstinência podem criar vulnerabilidade à tentação, especialmente se um dos cônjuges não estiver totalmente comprometido com a prática. Isso ressalta a importância do acordo mútuo e da comunicação contínua sobre as razões e a duração de qualquer período de castidade conjugal.

Também podem surgir sentimentos de rejeição ou inadequação, especialmente se um dos cônjuges desejar a prática da castidade mais do que o outro. O cônjuge que não inicia ou não adota plenamente a prática pode sentir-se não amado, indesejável ou como se não estivesse a satisfazer as necessidades do seu parceiro. Esses sentimentos podem levar ao ressentimento, à mágoa e ao dano à relação conjugal se não forem abordados com compaixão e comunicação aberta.

Também pode haver desafios físicos e psicológicos associados à abstinência sexual a longo prazo. Deus nos criou como seres sexuais, e suprimir este aspecto de nossa natureza por longos períodos pode levar à frustração, ansiedade ou até mesmo depressão em alguns indivíduos. É importante que os casais estejam cientes desses efeitos potenciais e procurem orientação de diretores ou conselheiros espirituais, se necessário.

Praticar a castidade no casamento pode criar confusão ou conflito em relação aos propósitos do casamento e da sexualidade. A Igreja ensina que a intimidade conjugal serve a propósitos unitivos e procriativos. Períodos prolongados de abstinência podem levar os casais a questionar ou perder de vista estes aspectos fundamentais da sua vocação conjugal.

Outra questão potencial é o risco de usar a castidade como uma forma de controlo ou manipulação dentro da relação. Se um dos cônjuges impõe a castidade sem acordo mútuo ou a usa como meio de punir ou controlar o outro, pode levar a sérios danos à relação conjugal e vai contra o espírito de amor e respeito mútuo que deve caracterizar o matrimónio cristão.

Por fim, os casais que praticam a castidade dentro do casamento podem enfrentar mal-entendidos ou julgamentos de outros, incluindo membros da família, amigos ou até mesmo concrentes que não compartilham sua perspectiva. Esta pressão externa pode adicionar stress à relação e pode fazer com que os casais questionem a sua decisão.

À luz destes problemas potenciais, é essencial que os casais que consideram a prática da castidade no matrimónio a abordem com oração, discernimento e comunicação aberta. Devem reavaliar regularmente as suas motivações e o impacto da prática na sua relação. Procurar orientação de conselheiros ou conselheiros espirituais de confiança também pode ser benéfico na navegação desses desafios.

Lembre-se de que o plano de Deus para o casamento inclui o dom da intimidade sexual. Qualquer decisão de abster-se deve ser feita em um espírito de amor mútuo, respeito e desejo de crescimento espiritual, sempre com o objetivo final de fortalecer o vínculo conjugal e se aproximar de Deus.

Que aspectos positivos há para praticar a castidade dentro de um casamento?

Meus amados irmãos e irmãs em Cristo, enquanto a prática da castidade no matrimónio apresenta desafios, também pode oferecer poderosos benefícios espirituais e relacionais quando abordada com as intenções correctas e a compreensão mútua. Vamos refletir sobre alguns dos aspectos positivos que os casais podem experimentar através desta prática.

Períodos de castidade conjugal podem proporcionar uma oportunidade para um crescimento espiritual mais profundo e ligação com Deus. Ao deixar de lado a intimidade física por um tempo, os casais podem encontrar-se mais focados na oração, meditação e práticas espirituais. Tal pode conduzir a um sentimento renovado da presença de Deus nas suas vidas e no seu casamento. Como o salmista escreve: «Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus» (Salmo 46:10). Na quietude que vem de abster-se da intimidade física, os casais podem descobrir novas profundidades em sua relação com o Divino.

Praticar a castidade também pode promover uma maior intimidade emocional entre os cônjuges. Quando as expressões físicas de amor são temporariamente postas de lado, os casais muitas vezes encontram-se explorando novas maneiras de expressar afeto, apoio e cuidado um pelo outro. Isso pode levar a conversas mais profundas, ao aumento da empatia e a uma ligação emocional mais forte. À medida que navegam juntos neste desafio, os cônjuges podem descobrir novas dimensões da sua relação e crescer na sua compreensão e apreciação uns dos outros.

Outro aspecto positivo é o desenvolvimento do autocontrolo e da disciplina. O apóstolo Paulo fala de domínio próprio como fruto do Espírito (Gálatas 5:22-23), e praticar a abstinência periódica dentro do casamento pode ser uma forma poderosa de cultivar esta virtude. À medida que os casais aprendem a dominar seus desejos físicos, podem encontrar essa autodisciplina estendendo-se a outras áreas de suas vidas, levando ao crescimento pessoal e espiritual.

A castidade conjugal também pode servir como um poderoso lembrete da natureza sacramental do casamento. Ao optar por abster-se por razões espirituais, os casais afirmam que sua união não é meramente física, mas tem uma poderosa dimensão espiritual. Isto pode aprofundar o seu apreço pelo vínculo sagrado que compartilham e reforçar o seu compromisso uns com os outros e com Deus.

Para os casais que utilizam o planeamento familiar natural, os períodos de abstinência podem promover a responsabilidade mútua e o respeito em questões de fertilidade e planeamento familiar. Este compromisso comum pode reforçar os laços do casal e aprofundar o seu apreço pelo dom da fertilidade e pelo potencial de uma nova vida.

Praticar a castidade dentro do casamento também pode levar a um renovado apreço pela intimidade física quando os casais optam por retomar as relações sexuais. A ausência temporária pode aumentar a consciência da beleza e do significado deste dom no casamento, levando a uma experiência mais profunda e consciente da união física.

Os casais que conseguem navegar com sucesso por períodos de castidade muitas vezes relatam maior confiança em sua capacidade de enfrentar outros desafios juntos. O apoio mútuo, a comunicação e o foco espiritual partilhado necessários para esta prática podem fortalecer a resiliência global do casamento.

Por último, a prática da castidade conjugal pode servir de poderoso testemunho para o mundo da possibilidade de viver a fé em todos os aspetos da vida, incluindo os mais íntimos. Em uma cultura que muitas vezes enfatiza excessivamente a sexualidade, os casais que escolhem a abstinência periódica por razões espirituais oferecem um testemunho contracultural da beleza do amor doador e da primazia da união espiritual.

É importante lembrar que estes aspectos positivos não são resultados automáticos da prática da castidade, mas sim frutos potenciais que podem crescer a partir de uma prática pensativa, mutuamente acordada e espiritualmente motivada. Cada casal deve discernir com oração se este caminho é adequado para si, tendo sempre presente a bondade fundamental da intimidade conjugal e a importância do amor e do respeito recíprocos.

Que Deus abençoe e guie todos os esposos que procuram viver a sua vocação em santidade e amor, quer através da prática da castidade periódica, quer através do abraço pleno do dom da intimidade conjugal.

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