Beber álcool é um pecado? O que a Bíblia diz sobre beber álcool




  • A Bíblia não rotula o consumo de álcool como um pecado, mas condena fortemente a embriaguez e o consumo excessivo de álcool.
  • As ações de Jesus, como transformar água em vinho e usá-la durante a Última Ceia, ilustram que beber moderadamente pode ser aceitável para os cristãos.
  • As visões cristãs sobre o álcool variam entre o moderismo (gozo responsável), o abstencionismo (evitar completamente a segurança) e o proibicionismo (proibição absoluta baseada nas escrituras).
  • As escolhas pessoais relativas ao consumo de álcool devem ser guiadas pela consciência, pelo autocontrole, pelo amor aos outros e pela sabedoria bíblica, permitindo a diversidade de crenças dentro da comunidade cristã.

Já alguma vez se perguntou se não há problema em os cristãos beberem álcool? É uma questão que surge muito, e deixem-me dizer-vos, pode trazer todo o tipo de opiniões e crenças fortes entre o povo de Deus.1 É um dos temas em que as pessoas boas e fiéis podem ver as coisas de forma diferente. Alguns consideram que é melhor mantermo-nos completamente afastados dele, enquanto outros acreditam que desfrutar dele de forma equilibrada é perfeitamente bom.1 Hoje, vamos explorar isto juntos. Analisaremos o que diz a Palavra de Deus, a Bíblia. Veremos o que os cristãos ensinaram no passado. E descobriremos alguns princípios bons e práticos para te ajudar a fazer escolhas que te fazem sentir bem, escolhas que honram a Deus. Algumas coisas na nossa caminhada cristã são tão claras como o dia-a-dia – o certo está certo e o errado está errado, como Deus nos diz para não prejudicarmos os outros ou roubarmos. No entanto, no que diz respeito ao álcool, a orientação da Bíblia tem mais algumas camadas, pelo que é muito importante analisar de perto e compreendê-la bem.2

Beber álcool é um pecado para os cristãos, de acordo com a Bíblia?

Quando as pessoas perguntam se o consumo de álcool é um pecado, perguntam-se frequentemente: «Será que beber apenas um gole de uma bebida alcoólica é algo que Deus considera errado?». Bem, a Bíblia não diz que beber álcool, por si só, é um pecado.3 Não encontrará uma regra nas Escrituras que diga: «Nenhum cristão pode beber álcool».

Na verdade, há momentos em que o álcool, especialmente o vinho, é falado de uma forma boa. Por exemplo, o Salmo 104:14-15 diz-nos que Deus nos dá vinho para fazer o nosso coração feliz – é um dom Dele! 4 E no livro de Eclesiastes, nos encoraja a desfrutar das coisas boas da vida, incluindo beber um pouco de vinho com nossas refeições. Diz: «Vai, come a tua comida com alegria, e bebe o teu vinho com um coração alegre, porque Deus já aprovou o que fazes» (Eclesiastes 9:7).4 O profeta Amós fala até de um tempo futuro de bênção de Deus, em que o «vinho novo» fluirá abundantemente.3

E pensem nisto: O próprio Jesus realizou o seu primeiro milagre transformando água em vinho numa festa de casamento em Caná (João 2:1-11).1 Fê-lo num evento social feliz, que nos mostra que o vinho em si não é uma coisa má. Além disso, o apóstolo Paulo deu alguns conselhos ao seu jovem amigo Timóteo. Ele disse: "Parem de beber apenas água e usem um pouco de vinho por causa do estômago e das doenças frequentes"...fonte(http://al-franzmeier.blogspot.com/2008/01/) 5:23).1 Isto mostra que o vinho era mesmo usado como uma espécie de medicamento naquela época.

Estes exemplos mostram-nos que a Bíblia não diz apenas «não» ao álcool. O importante em que a Bíblia se centra não é o álcool em si como é utilizado – ou, mais precisamente, como é utilizado de forma abusiva. Se apenas beber fosse um pecado, todas estas menções e exemplos positivos não fariam sentido; Seria como se a Bíblia se contradissesse. Em vez disso, a Palavra de Deus aponta consistentemente para um problema diferente: Compreender esta diferença é a chave para ver a visão cristã sobre o álcool. Muitas discordâncias acontecem quando as pessoas não separam claramente a bebida do comportamento errado de abusar dela.

Qual é a diferença na Bíblia entre embriagar-se e beber um pouco?

Embora a Bíblia não diga que nunca se pode beber álcool, ela desce forte, uma e outra vez, contra a embriaguez. Esta é uma linha muito clara que a Palavra de Deus traça. Uma das instruções mais diretas está em Efésios 5:18: «Não se embriague com vinho, o que leva à devassidão. Em vez disso, enchei-vos do Espírito».1 Este versículo é tão poderoso porque mostra a diferença entre ser controlado pelo álcool e ser controlado pelo Espírito Santo. Diz-nos que ficar bêbado leva a perder o controle e a fazer coisas selvagens e imprudentes, e isso é pecaminoso.

Muitas outras partes da Bíblia nos advertem sobre o quão perigoso e errado é beber muito. Por exemplo:

  • Romanos 13:13 diz-nos para vivermos bem, "não na carícia e na embriaguez".
  • Gálatas 5:19-21 enumera a "embriaguez" e as "orgias" como "atos da carne" e diz que "aqueles que vivem assim não herdarão o reino de Deus".1
  • 1 Pedro 4:3 recorda aos crentes que já passaram tempo suficiente no passado a viver em «devassidão, luxúria, embriaguez, orgias, carícias e idolatria detestável».1
  • Provérbios 20:1 diz: "O vinho é um escarnecedor e a cerveja um brawler; Quem é desviado por eles não é sábio».4
  • Provérbios 23:20-21 adverte: «Não vos junteis aos que bebem muito vinho, nem vos encharqueis de carne, porque os bêbados e os glutões se tornam pobres, e a sonolência os reveste de trapos».4
  • A Bíblia também diz que as pessoas que continuam a embebedar-se e não mudam de atitude não farão parte do reino de Deus (1 Coríntios 6:9-10).9

A Bíblia descreve estar bêbado não apenas como desmaiar por coisas como estar confuso, não ser capaz de andar direito, começar argumentos ou arrastar suas palavras.5 Provérbios 23:29-35 pinta uma imagem vívida do que acontece quando se fica bêbado: «Quem tem ai? Quem tem a tristeza? Quem tem conflitos? Quem tem queixas? Quem tem hematomas desnecessários? Quem tem olhos de sangue? Aqueles que se demoram sobre o vinho... No final, ele morde como uma cobra e envenena como uma víbora. Os teus olhos verão visões estranhas e a tua mente imaginará coisas confusas».5 Estas consequências mostram que os avisos de Deus não são apenas regras aleatórias; estão lá para nos proteger das coisas más que acontecem quando perdemos o controlo devido ao álcool.

Mas, em vez de condenar todas as bebidas alcoólicas, a Bíblia nos encoraja a ser moderados e ter autocontrole se um cristão decidir beber álcool.1 Estas são qualidades tão importantes para nós como crentes.2 Os líderes da Igreja, especialmente, são instruídos a ser "temperados, autocontrolados", "não entregues à embriaguez" e "não dependentes de muito vinho" (1 Timóteo 3:2-3, 8; Tito 2:2-3).1 O verdadeiro problema da embriaguez é perder esse autocontrole, que impede um crente de ser guiado pelo Espírito Santo e de fazer boas escolhas.5 Quando Efésios 5:18 nos diz para sermos «cheios do Espírito», está a chamar-nos para estarmos sob a boa influência de Deus, não a influência de algo que interfere com a nossa capacidade de pensar claramente e fazer o que é certo. Manter a moderação e o autocontrolo é essencial para que os crentes brilhem como exemplos do amor e da graça de Deus no mundo. Quando damos prioridade a ser guiados pelo Espírito, podemos verdadeiramente refletir o caráter de Cristo e viver a nossa fé de formas práticas. É assim que podemos «ser a luz explicadailuminando o caminho a seguir pelos outros na fé e na justiça.

A Bíblia não nos dá um montante específico para o que significa «moderação». Isto significa que o que é moderado para uma pessoa pode ser diferente para outra, e é preciso um pensamento cuidadoso e orante para que cada um de nós decida, especialmente com todos os diferentes pontos fortes das bebidas alcoólicas que temos hoje. As descrições bíblicas da embriaguez dão-nos pistas sobre o comportamento que o objetivo é nem sequer chegar perto desse ponto.

Jesus bebeu vinho? O que podemos aprender com ele acerca do álcool?

Sim, os Evangelhos nos mostram claramente que Jesus interagiu com o vinho. O seu primeiro milagre que está escrito foi quando transformou a água num monte de vinho de boa qualidade numa festa de casamento em Caná (João 2:1-11).1 Este ato espantoso não só salvou os anfitriões de ficarem envergonhados, mas também mostrou o Seu poder e abençoou a celebração.7

Mais tarde, durante a Última Ceia com seus discípulos, Jesus usou o vinho como um belo símbolo da Nova Aliança. Tomou um cálice de vinho, deu graças e o partilhou com eles, dizendo: «Este cálice é o novo pacto no meu sangue, que é derramado por vós» (Lucas 22:20; Este ato deu ao vinho um significado muito especial e santo no culto cristão, especialmente quando celebramos a Comunhão ou a Eucaristia. A importância do vinho neste contexto é ainda mais enfatizada em vários As práticas de adoração cristãs explicadas ao longo da história, demonstrando o seu papel em ajudar os crentes a conectarem-se com o sacrifício de Jesus. Durante a Comunhão, o ato de consumir o pão e o vinho serve como um poderoso lembrete da presença de Cristo e da unidade da igreja. Esta reverência pelo vinho como elemento sagrado continua a moldar a experiência espiritual dos adoradores de hoje.

Jesus também falou de Si mesmo de uma forma que mostrou que participava da vida cotidiana normal, que incluía comer e beber. Ele disse: "Porque João Batista não veio comer pão nem beber vinho, e vós dizeis: 'Ele tem um demónio.' O Filho do Homem veio comer e beber, e vós dizeis: 'Aqui está um glutão e um bêbado, amigo dos cobradores de impostos e dos pecadores'" (Lucas 7:33-34; Mateus 11:18-19).12 Isto diz-nos que o estilo de vida de Jesus era diferente de João Batista, que vivia uma vida muito simples. Quando as pessoas chamavam Jesus de «glutão e bêbado», essas eram coisas más e falsas que os seus inimigos diziam sobre Ele.14 Não o diziam porque Jesus estava realmente a exagerar, estavam a tentar fazer com que Ele parecesse mau, em parte porque passava tempo com pessoas que eram consideradas «pecadores» e não seguiam todas as regras rigorosas de jejum que alguns líderes religiosos faziam na altura.13 O facto de poderem até inventar tal mentira, no entanto, sugere que Ele comia e bebia em eventos sociais sempre perfeitamente, sem qualquer pecado.

Podemos aprender muito com o exemplo de Jesus. Uma vez que estava disposto a fazer vinho e a utilizá-lo numa cerimónia sagrada, isso demonstra que o vinho (e o álcool em geral) não é automaticamente mau ou mau. Se toda a bebida fosse um pecado, Jesus, que era perfeito e sem pecado, não a teria usado nem fornecido. As suas acções desafiam a ideia de que todos os crentes devem ficar completamente longe do álcool. As coisas falsas ditas a respeito Dele realmente mostram quão preconceituosos eram Seus acusadores, não que Ele tivesse feito alguma coisa errada.14 Estavam apenas à procura de razões para rejeitá-Lo, assim como rejeitaram João Batista pelas razões opostas! Por último, o exemplo de Jesus é um exemplo de equilíbrio e controlo perfeitos. Ele viveu a sua vida completamente para Deus, e as suas acções mostram-nos como usar a nossa liberdade de forma responsável. A utilização de vinho na Ceia do Senhor, em especial, eleva-o para além de uma simples bebida a um símbolo do sacrifício de Cristo e da nossa comunhão com Ele. É difícil acreditar que o próprio vinho possa ser pecaminoso quando é utilizado de uma forma tão sagrada.

Era o vinho de volta aos tempos bíblicos diferente das bebidas que temos hoje?

É bom compreender como era o vinho nos tempos bíblicos, para que possamos aplicar a sabedoria de Deus à forma como pensamos sobre o álcool hoje. Há alguma discussão e algumas ideias diferentes sobre como o vinho antigo se contrapõe ao que vemos agora nas prateleiras.

Some folks say that alcoholic drinks back then, including wine, usually weren’t as strong – meaning they had a lower alcohol by volume (ABV) – than many of the drinks we have today.¹⁵ It was also very common in the Greek and Roman world (which influenced Jewish culture when the New Testament was written) to mix wine with water before drinking it.¹⁶ They might mix several parts of water with just one part of wine.¹⁶ In fact, drinking wine straight, without mixing it, was sometimes seen as something only uncivilized people did.¹⁶ One expert even estimated that the strongest wine people usually drank, after it was mixed with water, might have only had about 2.²⁵ to 2.⁷⁵ percent alcohol.¹⁶ That’s a lot lower than most wines today, which can be 11 to 15 percent alcohol or even higher.

Mas também temos de ter cuidado para não fazer parecer que o vinho da Bíblia não era inebriante. A Bíblia adverte claramente as pessoas para não se embriagarem com vinho (Efésios 5:18).7 Se o vinho fosse apenas sumo de uva, ou se fosse tão diluído que não conseguisse embriagar ninguém, essas advertências não fariam qualquer sentido, pois não?7 A ideia de que o vinho na Bíblia era sempre apenas sumo de uva não fermentado não é o que a maioria dos especialistas em história e Bíblia acreditam.7

A Bíblia também usa palavras diferentes para diferentes tipos de produtos de uva e bebidas alcoólicas:

  • A palavra grega oinos e a palavra hebraica yayin são palavras gerais para o vinho, e normalmente significam sumo de uva fermentado.7
  • A palavra grega gleukos (veja isto em Atos 2:13) e a palavra hebraica tîrôsh são muitas vezes traduzidos como «vinho novo» ou «vinho doce». Estes também podem torná-lo intoxicado.16 Alguns pensam tîrôsh pode ter sido sumo de uvas frescas que fermentaria rapidamente, ou pode ser cozido num xarope espesso que não seria inebriante, que pode depois ser armazenado e misturado com água e fermentado.16
  • A Bíblia também fala de "bebida forte", da palavra hebraica shekar ou a palavra grega sikera. Isto provavelmente significava bebidas feitas a partir de grãos fermentados (como cerveja de cevada) ou outras frutas. Estes podiam ter bebido uma boa quantidade de álcool, talvez como algumas cervejas hoje (talvez 6 a 12% de álcool).7 E adivinhem? A Bíblia também adverte sobre o mau uso desta "bebida forte" também.7

Assim, embora seja provável que os vinhos do dia-a-dia que as pessoas bebiam nos tempos bíblicos pudessem ter sido mais fracos do que muitos dos vinhos retos e não diluídos que temos hoje (especialmente vinhos fortificados fortes ou licores duros, que não eram comuns na altura), era definitivamente alcoólico e podia fazer as pessoas beberem. Misturá-lo com água teria tornado menos forte as advertências da Bíblia ainda se aplicam.

Esta história ajuda-nos a pensar em como nós, como cristãos de hoje, podemos aplicar o princípio da moderação. Se «um pouco de vinho» ou «moderado» beber na Bíblia significa muitas vezes uma bebida menos forte ou misturada com água, então ser moderado com as bebidas alcoólicas mais fortes de hoje, geralmente não misturadas, pode significar beber uma quantidade menor para obter o mesmo efeito, ou mais importante, para garantir que não ficamos intoxicados. A principal coisa que a Bíblia ensina é evitar embriagar-se e manter o controle. A quantidade exata de álcool que faz alguém perder o controlo será diferente para todos e depende de quão forte é a bebida. Os cristãos de hoje têm de ser especialmente cuidadosos e atenciosos sobre o que significa «moderação» quando temos bebidas que podem ser muito, muito mais fortes do que as que as pessoas bebiam habitualmente nos tempos antigos.

O que os líderes da Igreja Primitiva ensinaram sobre os cristãos e o álcool?

Os primeiros Padres da Igreja – estes eram sábios líderes e pensadores cristãos nas primeiras centenas de anos após os apóstolos – mantiveram, na sua maioria, o mesmo entendimento sobre o álcool que vemos na Bíblia. Eles geralmente concordaram que o vinho é um presente de Deus, algo que Ele criou para desfrutarmos com equilíbrio e moderação de que embriagar-se é um pecado do qual precisamos ficar longe.

O vinho era comumente utilizado na igreja primitiva. Até a usavam quando celebravam a Comunhão (a Ceia do Senhor), e muitas vezes misturavam-na com água, que era um costume comum na altura17. Didaquê, que pode ter sido escrito já no final do século I ou início do século II. Diz até aos crentes para darem algum do seu vinho para apoiar os verdadeiros profetas, ou se não houvesse profetas por perto, para o darem aos pobres.17

Vários importantes Padres da Igreja falaram acerca disto:

  • Clemente de Alexandria (que viveu por volta de 150 a 215 d.C.) tinha uma visão pensativa. Admirava muito as pessoas que viviam uma vida muito disciplinada e simples e encorajava as pessoas a «fugirem o mais longe possível do vinho». Mas, num dos seus livros intitulado «The Instructor», também escrevia sobre a utilização adequada do vinho e até sobre as alegrias de beber vinho com moderação17. Isto mostra que o respeitava quando as pessoas optavam por viver uma vida muito rigorosa, também via que era aceitável que os outros bebessem moderadamente.
  • São João Crisóstomo (cerca de 347-407 AD), que era um pregador famoso, falou muito sobre o conselho de Paulo a Timóteo para «usar um pouco de vinho por causa do seu estômago e das suas doenças frequentes» (1 Timóteo 5:23). Num dos seus sermões, Crisóstomo concentrou-se realmente nas palavras «um pouco de vinho». Explicou que Paul não estava apenas a dizer «beber vinho», mas estava a dar uma receita para moderação. Destinava-se a ajudar a saúde de Timóteo, que aparentemente tinha piorado porque estava a ser demasiado rigoroso consigo próprio (apenas bebendo água).6 Crisóstomo advertiu que beber demasiado vinho poderia causar muitos problemas, tanto para o corpo como para o espírito. Ele disse que o vinho foi dado por Deus para não nos embriagar, para trazer alegria e ajudar-nos a ser sóbrios. Dizia famosamente: «O vinho não produz embriaguez; mas a intemperança a produz. Não acusem aquilo que é obra de Deus, acusem a loucura de um companheiro mortal».6 Esta é uma forma poderosa de dizer que o problema não é a coisa boa que Deus cometeu ao usá-lo indevidamente.
  • Basílio, o Grande (cerca de 330 a 379 AD) e Gregório de Nissa (cerca de 335-395 dC) na verdade defendeu o uso do vinho contra alguns grupos que tinham ideias erradas, como os marcionitas. Estes grupos pensavam que algumas partes da criação de Deus, incluindo o vinho, eram más ou poluídas12. Gregório de Nissa disse que o vinho podia ser um bom remédio para a tristeza, referindo-se especificamente a «não o vinho que embebeda, engana os sentidos e destrói o corpo»12.
  • São Bento de Núrsia (cerca de 480 a 547 dC), que escreveu um Artigo para a forma como os monges devem viver, permitiu que os monges tivessem uma certa quantidade de vinho a cada dia. Considerou que proibi-lo completamente a todos era «irrazoável», embora encorajasse a abstenção se alguém se sentisse suficientemente forte para o fazer12. E sabe que mais? Durante toda a Idade Média, os mosteiros tornaram-se famosos por fazer muito bom vinho e cerveja. Eles próprios a usaram, usaram-na na Eucaristia e até a venderam para sustentar seu trabalho.12

Assim, embora a moderação fosse o principal ensinamento, optar por não beber de todo também era visto como uma escolha boa e respeitada, especialmente se alguém quisesse fazê-lo por disciplina espiritual ou se achasse difícil beber moderadamente.15 Os antigos Cânones dos Apóstolos chegaram mesmo a dizer que os líderes e membros da igreja podiam optar por se abster do vinho para autodisciplina, não deviam odiá-lo ou pensar que era mau, porque isso seria como insultar a boa criação de Deus15.

O que estes Padres da Igreja ensinaram nos mostra que, durante muitos séculos, o principal entendimento cristão foi que o vinho é um bom dom de Deus que deve ser usado de forma responsável. O facto de aceitarem o uso moderado do vinho, e mesmo incluí-lo em rituais sagrados como a Comunhão, realmente cimentou o seu lugar na tradição cristã por muito, muito tempo. Esta história nos ajuda a compreender mudanças posteriores, como quando o Movimento de Temperança surgiu e começou a pressionar para que todos se abstivessem completamente. Essa foi uma grande mudança em relação a esta visão de longa data, especialmente em alguns grupos protestantes17. Os ensinamentos dos Padres mostram que havia espaço para diferentes práticas – desde o uso moderado até à escolha de não beber de todo – sem dizer que o próprio vinho era mau.

Quais são os principais pontos de vista diferentes sobre o álcool entre os cristãos de hoje (por exemplo, moderação, abstinência, proibição)?

Quando olhamos para os cristãos de hoje, verificamos que, em geral, existem três formas principais de pensar sobre o álcool: moderação, abstenção e proibição15. Diferentes igrejas e crentes individuais têm estes pontos de vista, que muitas vezes se resumem à forma como compreendem a Bíblia e ao que aprenderam com a história.

Moderadorismo:

  • No que acreditam: Estas pessoas acreditam que o álcool é um dom de Deus que pode ser desfrutado de forma responsável e equilibrada. Não vêem o consumo de álcool em si como um pecado que acreditam ser o de se embriagarem.
  • Por que acreditam nisto: Os moderadores frequentemente apontam para versículos bíblicos em que o vinho é visto como uma bênção (como no Salmo 104:15), para o exemplo de Jesus de transformar água em vinho e beber vinho (veja isto em João 2 e Mateus 11:19) e para o conselho de Paulo a Timóteo (1 Timóteo 5:23). Eles enfatizam que a Bíblia fala consistentemente contra a embriaguez, não contra beber moderadamente. Esta visão se encaixa com a ideia hebraica geral de que tudo o que Deus criou é bom.15
  • Quem normalmente acredita nisto: Esta tem sido a visão mais comum no cristianismo em todo o mundo há muito tempo. Poderá encontrá-lo entre os católicos romanos, os cristãos ortodoxos orientais, os anglicanos (episcopalianos), os luteranos, muitas igrejas reformadas (como os presbiterianos) e as Testemunhas de Jeová.15

Abstencionismo (muitas vezes chamado Teetotalismo):

  • No que acreditam: Os abstencionistas acreditam que, embora beber álcool possa não ser um pecado em todas as situações, optar por ficar completamente longe disso é a coisa mais sábia, segura e amorosa que os cristãos fazem hoje.
  • Por que acreditam nisto: Têm várias razões para isso:
  • Eles querem evitar qualquer possibilidade de ficarem bêbados ou tornarem-se viciados.
  • Preocupam-se com o facto de serem um «bloco de tropeço» para os outros, especialmente para as pessoas que lutam contra o álcool ou que têm uma consciência mais sensível a esse respeito (como Paulo fala em Romanos 14).
  • Querem enviar uma mensagem clara contra os danos que o abuso do álcool causa na nossa sociedade.
  • Acreditam que muitas bebidas alcoólicas hoje são mais fortes e perigosas do que as dos tempos bíblicos.
  • Alguns podem apenas sentir que Deus está pessoalmente levando-os a abster-se. Os abstencionistas optam por não beber porque consideram que é a forma mais cuidadosa e amorosa de viver a sua fé no mundo em que vivemos atualmente15.
  • Quem normalmente acredita nisto: Esta visão é comum em muitas igrejas evangélicas, incluindo muitos batistas, metodistas, nazarenos, grupos pentecostais e o Exército da Salvação. ter abster-se de ser um membro que muitas vezes espera que seus líderes.

Proibicionismo (também uma forma de Teetotalismo):

  • No que acreditam: Os proibicionistas acreditam que a Bíblia proíbe beber álcool para fins diários. Vêem-no como algo que é inerentemente pecaminoso ou prejudicial.
  • Por que acreditam nisto: Este ponto de vista interpreta frequentemente as advertências da Bíblia contra o vinho e a bebida forte como aplicáveis a qualquer uso. Alguns proibicionistas argumentam que, quando a Bíblia fala positivamente de «vinho», está realmente a falar de sumo de uva não fermentado.15 Centram-se na forma como o álcool pode ser destrutivo e veem qualquer bebida alcoólica como algo que não se adequa a uma vida santa. Os proibicionistas abstêm-se porque acreditam que se trata de uma lei divina.15
  • Quem normalmente acredita nisto: Encontrará esta posição em denominações como certos grupos metodistas (por exemplo, a Conferência da Igreja Metodista Evangélica e a Ligação Metodista Allegheny Wesleyana), o Adventista do Sétimo Dia A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons) e alguns grupos batistas.15

É interessante olhar para a história aqui. Durante a maior parte da história cristã, a moderação foi a visão principal.15 Os grandes movimentos que empurraram para a abstinência total e proibição realmente começaram nos anos 1800 e início dos anos 1900, principalmente por causa do Movimento de Temperança. Este movimento foi especialmente forte nas igrejas protestantes na América do Norte e em partes da Europa. Começou por causa de sérios problemas sociais ligados ao abuso do álcool, muitas vezes envolvendo novos e fortes espíritos destilados que estavam a tornar-se comuns.15 Esta mudança histórica ajuda a explicar por que vemos mais pontos de vista abstencionistas e proibicionistas em certas igrejas hoje, especialmente aquelas que saíram destes movimentos de avivamento e reforma. Enquanto isso, tradições mais antigas, como o catolicismo e a ortodoxia, geralmente se agarram a uma visão moderada.

Também é bom ver a diferença entre «abstencionismo» (não beber porque parece sábio) e «proibicionismo» (não beber porque acredita que é proibido pela lei de Deus). Ambos significam que não beber as razões por trás disso pode mudar a forma como as pessoas com essas visões vêem aqueles que bebem moderadamente. Um proibicionista é mais propenso a pensar que qualquer bebida é um pecado. Um abstencionista pode considerá-lo imprudente ou potencialmente prejudicial para o testemunho de alguém, não necessariamente pecaminoso, se for feito de forma responsável por alguém com uma consciência limpa que não esteja a fazer tropeçar os outros.

Aqui está um pequeno quadro para ajudar a ver as diferenças:

VisualizaçãoCrença do NúcleoFundamentação Primária/Foco BíblicoAderentes Típicos (Denominações/Grupos)
ModeradorismoO álcool é uma dádiva de Deus. Beber com moderação é permitido. A embriaguez é pecado.A criação é boa, A Bíblia condena a embriaguez, não a bebida. O exemplo de Jesus; Menções positivas ao vinho.Católicos romanos, ortodoxos orientais, anglicanos, luteranos, muitas igrejas reformadas, testemunhas de Jeová.15
AbstençãoAbster-se do álcool é a escolha mais sábia e amorosa nas circunstâncias atuais.Prudência; evitar a dependência/embriaguez; preocupação com o «irmão mais fraco» (bloco de tropeço); Testemunhas públicas.Muitos evangélicos, batistas, metodistas, nazarenos, pentecostais, exército de salvação.
ProibicionismoA Bíblia proíbe qualquer consumo normal de álcool. é intrinsecamente pecaminoso ou prejudicial.O álcool é intrinsecamente mau. o «vinho» bíblico era o sumo de uva (alguns argumentam); concentrar-se nas consequências negativas e advertências.Alguns Metodistas, Adventistas do Sétimo Dia, A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, alguns Batistas.

E lembre-se, mesmo que possamos falar sobre o que as denominações geralmente acreditam, o que uma pessoa individual acredita ainda pode variar, mesmo dentro destes grupos.

Por que razão alguns grupos cristãos dizem «sem álcool»?

Quando alguns grupos e igrejas cristãos incentivam a abstinência total do álcool – quer acreditem que é o caminho mais sábio (abstencionismo) ou que é um mandamento divino (proibicionismo) – fazem-no por algumas razões bíblicas, éticas e práticas muito sentidas. Estas razões provêm muitas vezes de um profundo desejo de santidade pessoal, de uma preocupação pelo bem-estar dos outros e de uma paixão pelo seu testemunho cristão para ser eficaz num mundo onde o abuso do álcool causa tanta dor.

Uma das maiores razões é a A clara condenação bíblica da embriaguez e do facto de o álcool poder criar dependência. Uma vez que embriagar-se é definitivamente um pecado que a Bíblia diz que pode manter alguém fora do reino de Deus (Gálatas 5:21; 1 Coríntios 6:10), e uma vez que o álcool tem uma elevada probabilidade de conduzir à dependência, alguns argumentam que a coisa mais segura e inteligente a fazer é evitá-lo completamente.3 Como um escritor poderosamente disse, «Se algo me pode levar a uma eternidade de tormento, em que circunstâncias eu lhe daria um lugar à minha mesa?».21 Este ponto de vista enfatiza realmente a necessidade de evitar o risco de proteger a vida espiritual de alguém.

Outro argumento comum é o de que O álcool em si é enganador e perigoso. Proverbs 20:1 tells us, “Wine is a mocker, strong drink a brawler, and whoever is led astray by it is not wise”.²¹ This verse is used to suggest that alcohol has a tricky quality that can cloud our judgment, lower our good sense, and lead us into foolish or sinful actions.²¹ Some also look at Proverbs 23:31, “Do not look on the wine when it is red, when it sparkles in the cup, when it goes down smoothly,” and see it as a direct command to not even think about intoxicating drinks.²¹ others might see this as a strong warning rather than a rule for everyone for some, it’s a clear scriptural reason for abstinence.

O As terríveis consequências do abuso do álcool na nossa sociedade e na vida das pessoas também alimentam os argumentos para ficar longe dela.9 O álcool está ligado a famílias desfeitas, à violência, à pobreza, a problemas de saúde e a acidentes trágicos. Nesta perspetiva, escolher a abstinência é uma forma de lutar contra estes males e de se proteger a si próprio e à sua família do seu impacto devastador.

O Princípio do «bloco de tropeço» de Romanos 14:21 («É bom não... Beber vinho ou fazer qualquer coisa que faça com que o teu irmão tropece») é uma razão muito importante para muitos que optam pela abstinência.3 Eles decidem não beber porque estão preocupados que as suas ações possam afetar negativamente outro cristão. Pode tratar-se de alguém novo na sua fé, alguém que tenha uma consciência «mais fraca» sobre o álcool ou alguém que esteja a recuperar do alcoolismo. Não querem levar essa pessoa ao pecado ou à dúvida.

A abstinência é muitas vezes vista como vital para a Testemunho e exemplo de Christian.15 Num mundo em que o álcool está tão frequentemente ligado a ir longe demais e a comportamentos ímpios, não beber pode ser uma declaração clara do compromisso de um cristão com uma vida sóbria e autocontrolada. Isto é considerado especialmente importante para pastores e líderes da igreja, que são chamados a estar acima do opróbrio (1 Timóteo 3:2-3, 8).

Alguns também se referem ao ensino de que a O corpo do crente é um templo do Espírito Santo (1 Coríntios 6:19-20).24 A ideia aqui é que colocar substâncias potencialmente nocivas ou que alteram a mente, como o álcool, nos nossos corpos não corresponde a honrar o templo de Deus. Mas, como falaremos mais tarde, essa passagem é principalmente sobre o pecado sexual, e a sua aplicação a outras coisas exige uma reflexão cuidadosa para não nos tornarmos incoerentes.

Historicamente, alguns argumentos para a proibição também incluíam a ideia de que O vinho nos tempos bíblicos era diferente. – talvez fosse sumo de uva não fermentado, ou muito mais fraco do que as bebidas alcoólicas que temos hoje.3 Embora muitos estudiosos não concordem com estas afirmações sobre o vinho bíblico 7, elas têm sido usadas para argumentar que a permissão da Bíblia para o vinho não se aplica ao álcool moderno.

Muitas destas razões para a abstinência total hoje também são moldadas pelo que aconteceu historicamente com as bebidas espirituosas destiladas (licor duro) e os problemas sociais generalizados que vieram com o álcool mais forte e mais disponível, especialmente durante e depois da Revolução Industrial. Embora os princípios bíblicos de evitar a embriaguez e cuidar dos outros sejam intemporais, o forte impulso para a abstinência total tem sido muitas vezes intensificado por estes acontecimentos históricos mais recentes e os efeitos devastadores do abuso de álcool que vemos na sociedade moderna. Assim, estes pontos de vista estão muitas vezes enraizados num desejo sincero de viver uma vida totalmente dedicada a Deus e de proteger tanto os indivíduos como a sociedade dos perigos do álcool.

Como é que «o teu corpo é um templo do Espírito Santo» (1 Coríntios 6:19-20) se relaciona com o consumo de álcool?

Quando o apóstolo Paulo declarou em 1 Coríntios 6:19-20 – «Não sabeis que os vossos corpos são templos do Espírito Santo, que está em vós, o qual recebestes de Deus? Não sois de vós mesmos; Foi comprado por um preço. Por conseguinte, honrai a Deus com os vossos corpos» – esta era uma verdade poderosa e edificante sobre o quão sagrados são os nossos corpos físicos como crentes! Esta passagem às vezes aparece quando as pessoas falam sobre beber álcool.

É tão importante começar por compreender o que era o Paul. Sobretudo, falar sobre Quando ele disse isto. Em 1 Coríntios 6:12-20, Paulo fala muito forte e diretamente contra o pecado sexual, especialmente alertando os crentes para não se juntarem a prostitutas.24 Ele argumenta que fazê-lo é um pecado contra o próprio corpo, que está unido a Cristo e é um lugar de habitação – um templo – do Espírito Santo. Assim, a mensagem imediata é um chamado para fugir do pecado sexual porque contamina este templo sagrado. A advertência de Paulo sublinha a gravidade das escolhas que fazemos em relação aos nossos corpos e ao seu significado espiritual. Embora a Bíblia não mencione explicitamente a Sexo oral na Bíblia, Os princípios estabelecidos nestas passagens podem ser aplicados a todas as formas de conduta sexual. Os crentes são chamados a honrar os seus corpos como vasos sagrados e a procurar a santidade em todos os aspetos das suas vidas.

Mas, embora o tema direto fosse a pureza sexual, o maravilhoso O princípio de honrar a Deus com o nosso corpo pode ser aplicado a outras áreas da nossa vida, incluindo as nossas escolhas acerca de coisas como o álcool. Se beber álcool leva à embriaguez, que a Bíblia claramente chama de pecado (Efésios 5:18), ou se leva à dependência onde nosso corpo é "dominado" por uma substância (1 Coríntios 6:12), ou se causa sérios danos à nossa saúde física e nos impede de servir a Deus de forma eficaz, então pode-se dizer que usar álcool dessa forma não é honrar o templo de Deus.8 O chamado é ser bons mordomos, bons cuidadores, dos corpos com os quais Deus nos abençoou, porque eles pertencem a Ele.27

Mas temos de ser Cuidado para não abusar deste versículo como uma simples razão para proibir qualquer coisa que poderia ser visto como potencialmente «prejudicial» sem pensar cuidadosamente nisso. Como uma pessoa com humor, mas sabiamente apontou com uma história sobre Charles Spurgeon e D.L. Moody, se este verso significa que não podemos ter qualquer substância que possa prejudicar o corpo, então, para ser consistente, coisas como cafeína, alimentos açucarados ou até mesmo ter empregos com riscos físicos também podem ser proibidas.24 Se tomarmos isso de forma muito ampla, pode levar ao legalismo e não fazer sentido.

O argumento de que «o seu corpo é um templo» é geralmente mais forte contra abusando álcool – que prejudica claramente o corpo, obscurece o julgamento e pode levar a um comportamento espiritualmente prejudicial – do que é contra moderado beber que não conduza a esses maus resultados. Ser um administrador responsável do seu corpo não significa necessariamente que tenha de evitar tudo o que tenha qualquer risco potencial. Significa fazer escolhas sábias e autocontroladas que ajudem o seu bem-estar geral e não o levem ao pecado ou desonrem a Deus.

Assim, quando pensamos em álcool, o princípio «o corpo é um templo» incentiva-nos a fazer perguntas como:

  • O meu uso do álcool faz-me perder o autocontrole, o que vai contra ser conduzido pelo Espírito que vive em mim?
  • A minha bebida está a prejudicar a minha saúde física de uma forma que desonra o corpo que Deus me deu?
  • Estou a tornar-me dependente do álcool, deixando o meu corpo (templo de Deus) ser controlado por uma substância em vez de ser controlado por Cristo?

Se a resposta a estas perguntas for «sim», então usar álcool dessa forma seria contrário a honrar a Deus com o seu corpo. Este versículo convida-nos, enquanto crentes, a evitar utilizações pecaminosas dos nossos corpos e a praticar uma mordomia sábia, em vez de sermos uma regra geral contra qualquer coisa que não seja perfeitamente «saudável» ou completamente isenta de riscos.

Conclusão: Uma Questão de Consciência, Sabedoria e Amor

quando perguntamos se o consumo de álcool é um pecado para os cristãos, a Bíblia não nos dá uma resposta simples e única, exceto esta: Embebedar-se é claramente condenado. As Escrituras ensinam que a embriaguez é um pecado e devemos ficar longe dela, porque leva a perder o autocontrolo e muitas outras coisas prejudiciais.1 Mas a Bíblia não proíbe o consumo de álcool de uma forma equilibrada e moderada. Fala até do vinho como um dom de Deus que pode trazer alegria e ser usado para ajudar com a doença.4 À medida que os cristãos navegam por várias escolhas na vida, surgem questões que ultrapassam apenas o consumo de álcool. Por exemplo, muitos ponderam se A Astrologia Contra as Crenças Cristãs, uma vez que envolve olhar para as estrelas para obter orientação em vez de confiar no plano divino de Deus. Em última análise, procurar a sabedoria das Escrituras e a oração pode ajudar os crentes a discernir o melhor caminho a seguir para alinhar suas ações com sua fé.

Os princípios bíblicos fundamentais que devem guiar a decisão de cada cristão são o apelo ao autocontrole, o mandamento de amar os outros (o que inclui não ser um obstáculo para um colega crente), a importância de ter uma consciência limpa perante Deus e o grande objetivo de fazer tudo para a glória de Deus. abusus non tollit usum, o que significa que «o abuso não invalida a utilização correta». Isto é relevante aqui. Só porque o álcool é frequentemente utilizado de forma abusiva não significa automaticamente que toda a utilização esteja errada, significa que temos de ser extremamente cuidadosos e sábios.2

Os cristãos, estudando com oração a Palavra de Deus e olhando honestamente para o seu próprio coração, chegarão a diferentes crenças pessoais sobre o álcool. Alguns optarão por se abster completamente, acreditando que é o caminho mais sábio e seguro para si e uma forma de cuidar dos outros. Outros acreditarão que beber moderadamente é aceitável dentro dos limites da liberdade e responsabilidade cristãs. É tão importante para nós, como crentes, respeitar estas diferentes crenças, tal como Romanos 14:5 aconselha que «cada pessoa deve estar plenamente convencida na sua própria mente».1

No final, a decisão de beber ou não álcool, e como fazê-lo se assim o desejar, é uma questão da sua consciência pessoal, informada pela sabedoria de Deus e guiada pelo seu amor a Deus e aos outros. O objetivo não é ganhar um argumento ou insistir nos seus direitos de viver uma vida que honra Cristo, fortalece os seus semelhantes e brilha como um testemunho positivo para o mundo.

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